As balas Juquinha, mais famosa bala brasileira, exportada para pelo menos 60 países, não será mais fabricada
A bala com o rosto de um menino lourinho como marca, reinou absoluta no mercado por 60 anos, mas agora, as portas da empresa de Santo André (SP), foram fechadas.
No Rio, um dos maiores consumidores, atacadistas já não têm mais estoques e as que tinham, desapareceram.
O motivo do encerramento a falta de interesse dos filhos do criador, o italiano Giulio Luigi Sofio, de 77 anos, que comprou a empresa do português Carlos Maia em 1982.
A maior parte do maquinário da empresa, que produziu 600 toneladas de balas por mês e teve uma receita superior a R$ 15 milhões mensais, na Avenida dos Estados, em Santo André, já foi retirada e os funcionários demitidos.
Mas nem tudo está perdido, um empresário carioca, que não seria do ramo alimentício, teria comprado a fórmula original da bala Juquinha de tutti-frutti, guardada a sete chaves.
A fórmula clássica da bala foi desenvolvida por cozinheiras de Carlos Maia, que começaram a escala de produção em tachos de cobre. Maia batizou a guloseima em homenagem a Juca, um amigo português.
A Balas Juquinha Indústria e Comércio Ltda foi fundada em 1945 com uma outra razão social: Salvador Pescuma Russo & Cia Ltda. No início, dedicava-se apenas à fabricação de refresco em pó efervescente. Cinco anos depois, a empresa começou a fabricar balas mastigáveis. Pouco depois, a ‘docíssima e mole’ Juquinha virou febre no País, conquistando rapidamente o mercado.
O sucesso da tão falada bala foi ampliada ainda mais com Giulio Sofio na direção do empreendimento, comprado através de um simples anúncio num jornal, colocado por Carlos Maia, que, em 1979, atolado em dívidas, acabou vendendo para o italiano, a receita mágica, que deu origem a outros sabores como uva, abacaxi e coco.
O auge das vendas ocorreu em meados da década de 90, quando, durante o então Plano Real, as balas Juquinha viraram troco nos supermercados, bares e restaurantes.
Desde então, o faturamento da fábrica caiu para R$ 8 milhões, passando sua produção de 600 toneladas por mês para menos de 100 toneladas. E veio registrando queda através dos anos, assim como o número de empregados. Em abril deste ano, somente 18 pessoas operavam a linha de produção, que tinha modernos maquinários. Metade das balas era destinada ao mercado externo.
O mistério que envolve a venda da marca Juquinha, parecem coisas de cinema. E é como num filme romântico e nostálgico que muita gente se lembra de outras balas e doces que fizeram parte de suas infâncias e que hoje não existem mais.