A pessoa com deficiência nem sempre foi retratada de forma realística no cinema, mostrando às vezes uma pessoa frágil e dependente, com uma revolta muito grande.
Certos filmes, entretanto, mostram o processo de convivência com a deficiência, como isto afeta a família, e o processo de superação. Castelos de Gelo é um destes filmes.
Castelos de Gelo é um filme que retrata a história da jovem, bela e talentosa Alexis Winston e a sua experiência como patinadora artística. O filme mostra o estilo de vida da protagonista antes de se tornar uma competidora famosa, quando ainda era apenas uma simples menina de Iowa , seu pai (Tom Skerrit), uma tia e seu namorado atencioso. Lexie adorava patinar em um lago congelado que havia perto de sua casa, pois assim se sentia mais perto de sua mãe, que também fora patinadora, mas faleceu.
Lexie tinha grande habilidade na patinação, tanto que sua tia a convenceu em participar de um torneio local apenas para se expressar, devido a grande habilidade e facilidade que possuía, mesmo sem ter a prática de acrobacias e movimentos técnicos. No dia do torneio um grande treinador estava presente para assistir a exibição das competidoras. Lexie se apresentou de maneira modesta, sem coreografias específicas ou glamour, mas de um jeito especial, conseguiu comover a plateia com a sua emoção e a sua sensibilidade.
Apesar de não vencer a competição, acabou chamando a atenção desse treinador, que passou a treiná-la para competir profissionalmente. Apesar do temor da família e do namorado em ver a menina ir para outra cidade, acabaram apoiando e acreditando na sua potencialidade.
Grande parte do filme mostra o dia a dia de Lexie no convívio com um treinador sério, exigente, com os treinos exaustivos que eram preparatórios para os torneios que se seguiam no campo na patinação artística. Cada vez mais, Lexie foi se aprimorando a ponto de ganhar em segundo lugar no campeonato regional e em primeiro no campeonato estadual.
Sua jornada ao estrelato não é fácil. Ela tem que se superar, se reinventar e lidar com a distância da família. Lexie foi sendo apresentada ao mundo como a mais brilhante patinadora daquela geração. Apesar da fama e do êxito recebido pela sua arte, Lexie se sentia solitária, há muito não via seu pai, não conseguia falar com o namorado e o distanciamento acabou esfriando o relacionamento deles.
Lexi se vê perdida em meio aos treinos e Nick também. Os dois acabam não tendo mais tempo para se encontrar e no fim, eles dão um ‘tempo’ na relação. Lexi, mesmo magoada, se torna a melhor patinadora de todos os tempos e tem um pequeno caso com seu treinador e Nick descobre quando desiste de seu sonho de ser um famoso jogador só para ir assisti-la. Ao perceber a relação que surgira entre o treinador e a aluna, Nick vai embora magoado.
Lexi, famosa e com classificação para ir ao grande campeonato, vai com seu treinador e agora namorado para uma festa, mas ela se vê perdida em meio de muita gente famosa. Após conversar tristemente com seu pai pelo celular, ela decide ir patinar lá fora. Todos da festa a assistem pela janela, mas infelizmente, Lexie acaba sofrendo um pequeno acidente que a deixa cega.
O decorrer do filme mostra como Lexi, sua família e amigos lidam com a cegueira, e como isto afeta sua maneira de viver.
As percepções acerca do filme trazem reflexões sobre superação, determinação e crença em si, os laços afetivos ajudando a conquistar vitórias, pois o apoio que o amor fornece ao indivíduo possibilita a superação de obstáculos.
Este é um filme que trata a deficiência não como uma limitação à pessoa, mas sugere modos diferenciados de se portar na sociedade. A deficiência não invalida o ser humano, e sim promove espaços de transformação para aquela pessoa, mostra a diversidade dos indivíduos e as múltiplas possibilidades que eles podem adquirir se acreditarem que a deficiência não define quem eles são.