Na coluna dessa semana falarei de “Californication”, uma série que infelizmente já terminou, teve 7 temporadas e foi ao ar entre os anos de 2007 e 2014, nos EUA pelo canal Showtime e no Brasil não me recordo qual o canal fechado que transmitiu (assistia pela internet), sei que o SBT passava nas madrugadas dos finais de semana mas você encontra as 7 temporadas inteiras na Netflix.
A história gira em torno de Hank Moody (David Duchovny), um escritor em franca ascensão que se muda com sua esposa/namorada Karen (Natascha McElhone) e sua filha Becca (Madeleine Martin) de Nova Iorque para Los Angeles para trabalhar na adaptação do seu livro de maior sucesso, “God Hates Us All”, para o cinema.
É exatamente na mudança para Los Angeles, “a cidade dos pecados”, que as coisas começam a degringolar para Hank. Ele passa a ter uma séria crise de criatividade após o lançamento da adaptação cinematográfica do seu livro, com isso passa a beber cada vez mais, estar cada vez mais ausente, se drogar cada vez mais e isso tudo afeta o seu relacionamento com Karen, que apesar de ser “esposa” de Hank, os dois nunca casaram “no papel” porque achavam que eram “descolados demais” para isso.
Quem vê David Duchovny nessa série, quase não lembra que ele um dia foi o Agente Fox Mulder em “Arquivo X”. Duchovny nos entrega um personagem sensacional e completamente diferente do seu outro personagem famoso, tudo é diferente, até os trejeitos e a forma de se expressar. Eu, particularmente, não entendo como um ator do talento dele nunca teve oportunidade em um filme de maior destaque em Hollywood, o considero um ator completo, tem o timming perfeito para comédia, sabe imprimir bem as emoções quando o papel requer mais drama e é extremamente carismático.
Todo o elenco da série é muito bom, mesmo muito deles sendo mais conhecidos de papéis em outras séries, do elenco principal só David Duchovny que interpreta Hank é conhecido e Natascha McElhone, intérprete de Karen, talvez o seu papel de maior destaque no cinema tenha sido Lauren no filme “O Show de Truman” em que ela era o par romântico de Jim Carrey. A química entre o elenco principal é muito boa, sobretudo na dupla Hank e o seu agente/melhor amigo, Charlie Hunkle (Evan Handler), geralmente as cenas mais cômicas da série acontecem entre os dois, assim como as maiores lições de companheirismo, desprendimento e irmandade, eles mostram que é possível ter uma amizade genuína em um showbiz com suas bases apodrecidas.
“Californication” é uma crítica ácida de como o showbiz de Hollywood é podre por dentro, desde exemplo de atores e atrizes prestando “favores” sexuais para conseguirem papéis em filmes/séries, das coisas que as pessoas precisam se submeter para estarem no mainstream das celebridades, tudo isso sabendo equilibrar muito bem comédia com drama, sem ser “pastelão” demais e nem ser depressiva demais, geralmente apoiada no tripé “sexo, drogas & rock n’ roll”. Sem contar que a série tem uma trilha sonora sensacional, com muito rock.
Para mim, particularmente, a série está facilmente no TOP5 das minhas favoritas, sempre que posso, assisto de novo ou a maratono. Vale a pena você assistir, ela tem um texto muito dinâmico, cada episódio dura 30 minutos, o que a torna ainda mais agradável porque conseguimos assistir de 3 a 4 episódios por vez.
