Morreu aos 106 anos o diretor português de cinema, Manoel de Oliveira após uma parada cardíaca, nesta quinta feira, 02/04/2015
Oliveira era considerado o cineasta que trabalho por mais tempo no mundo, dirigindo 62 filmes, entre longas e curtas. Tinha 84 anos de carreira como diretor e 47 prêmios no currículo.
A estreia de Oliveira no cinema foi como ator, no filme “Fátima Milagrosa”, de 1923. Ele atuou em outras dez produções. “A Canção de Lisboa”, de 1933, foi o primeiro filme falado da história de Portugal. Trabalhou ainda como editor, produtor e roteirista, mas foi na direção que se destacou.
Passou para trás das câmeras com o documentário mudo em preto e branco “Douro, faina fluvial”, de 1931. Depois de começar a filmar ainda na época do cinema mudo, não parou mais. Com o passar dos anos, sua produção cinematográfica aumentou.
Seus últimos trabalhos são “O Velho do Restelo” e “Chafariz da Virtude”, de 2014. Desde 1981, manteve média de mais de um filme por ano. A paixão do cineasta fazia com que tratasse os sets de filmagem como uma extensão de sua casa.
Nem no seu 100º aniversário deixou a cadeira de diretor. Filmava o longa “Singularidades de uma Rapariga Loira”, seu 42º longa, e corria para terminá-lo a tempo de apresentá-lo no Festival de Berlim de 2009.
Nascera no dia 11 de dezembro de 1908, mas seus documentos assinalavam que a data de seu aniversário era no dia 12. Contava que só o registraram no dia seguinte. Filho de industrial da região norte do país, Oliveira levou o realismo do cotidiano português, como a vida dos pescadores da cidade do Porto de seu primeiro documentário. Sua obra era carregada de fatalismo.
Manoel deixa a mulher, Maria Isabel BRandão de Meneses de Almeida Carvalhais, e quatro filhos, netos, entre os quais o ator Ricardo Trêpa, e bisnetos.