A Polícia de Nova York confirmou a morte do quadrinista Steve Ditko ao “The Hollywood Reporter” nesta sexta-feira (06)
O legista apontou que causa da morte foi um ataque cardíaco. Segundo o TMZ, o artista foi encontrado morto por um assistente social no seu apartamento no dia 29 de junho e as autoridades acreditam que ele tenha morrido dois dias antes.
Ditko e Stan Lee criaram o Cabeça de Teia em 1961, e foi Ditko quem pensou nos poderes e no uniforme do herói, desde as cores até a imagem clássica.
A primeira aparição de Peter Parker foi na 15ª edição de “Amazing Fantasy”. O sucesso foi imediato (e nada esperado pela Marvel), o que levou o herói a ganhar um quadrinho próprio, “The Amazing Spider Man”.
Ditko também ajudou a desenvolver alguns vilões clássicos do Aranha, como Doutor Octopus, Homem-Areia, Lagarto e Duende Verde.
Outros heróis e briga com Stan Lee
Em 1963, Ditko criou um personagem surreal e psicodélico: Doutor Estranho. O herói estreou na HQ “Strange Tales” nº 110 e o cartunista continuou responsável pelo projeto até a edição 146, lançada em julho de 1966.
Depois disso, Ditko deixou a Marvel após uma briga com Stan Lee e os motivos para a desavença continuam misteriosos.
O que muito se comenta é que Ditko não estava contente pela forma como Lee passou a supervisionar a empresa e suas tentativas frustradas de conseguir crédito por projetos como Homem-Aranha e Doutor Estranho.
O artista passou por outras empresas, inclusive a DC Comics e editoras independentes. Ele voltou para a Marvel em 1979, quando trabalhou com Homem-Máquina e a série “Micronautas”. Uma de suas últimas criações foi a Garota Esquilo em 1992, que virou uma heroína cult recentemente.
Ditko era muito reservado e raramente dava entrevista, não tendo participação mesmo que indireta em nenhum filme sobre os heróis que ele criou.
“The Thing”, quadrinho de terror de 1954, foi a primeira capa de Steve Ditko publicada
imagem: Reprodução
“Não o procuramos”, disse o diretor de “Doutor Estranho”, Scott Derrickson, durante o lançamento do filme ao “THR”. “Ele é privado e intencionalmente saiu dos holofotes. Espero que ele vá ver o filme, porque acredito que prestamos uma homenagem a ele”.
O artista manteve um estúdio em Manhattan até sua morte, onde continuou escrevendo e desenhando, apesar de muitos materiais continuarem desconhecidos.
Ditko nasceu na Pennsylvania em 2 de novembro de 1927, e começou a se interessar por quadrinhos graças ao pai que adorava Príncipe Valente. Suas primeiras paixões na área foram Batman e The Spirit, que começaram a ser publicados quando ele era adolescente.
Seu primeiro trabalho foi para um jornal militar após a Segunda Guerra Mundial, e já na década de 50, em Nova York, trabalhou com Jerry Robinson, ilustrador de Batman, na Cartoonists and Illustrators School.
Em 1953, Ditko virou um artista profissional, conseguindo experiência no estúdio de Joe Simon e Jack Kirby, criadores de Capitão América. Um de seus primeiros trabalhos foi como ilustrador de capa da série “The Thing!”, que contava histórias de terror e misterioso entre 1952 e 1954.
Ditko não deixou filhos e não há registro de que ele tenha se casado.