Como começou a polêmica envolvendo A Piada Mortal

Como começou a polêmica envolvendo A Piada Mortal

Antes da polêmica em torno da capa censurada do artista brasileiro Rafael Albuquerque, do suposto estupro de Barbara Gordon pelo Coringa e se isso iria aparecer na animação da DC, a graphic novel A Piada Mortal despertava fortes reaçõesque ultrapassavam as páginas de uma hq
Nem sempre um grande clássico é concebido da forma como conhecemos. Muitos detalhes determinam se a obra sofrerá alguma alteração ou não.

 

Capa censurada
Capa censurada

Artes originais de HQs, divulgadas por um colecionador, Billy Hynes, um ex-funcionário da loja de quadrinhos Gosh! Comics, em Londres, em sua conta no Twitter, mostram uma página original, sem censura, de A Piada Mortal, a história do Batman por Alan Moore e Brian Bolland lançada pela DC Comics em 1988.

A página original mostra o momento em que Barbara Gordon é torturada pelo Coringa. A versão divulgada no Twitter mostra uma cena em que a personagem está nua, com os seios à mostra e ensanguentada. Ela joga luz em um antigo debate sobre a tortura de Barbara ter incluido elementos sexuais, que ficariam implícitos na história. Na versão final da HQ, apenas a violência física é mostrada de maneira explícita.

Versão original e versão publicada
Versão original e versão publicada

Inicialmente a ideia era abordar também a violência sexual, mas a DC achou o conteúdo muito pesado e pediu a Bolland que recriasse a cena. Bolland confirmou que a página é verdadeira, e que acabou criando uma nova cena, um close-up no rosto de Barbara Gordon, sob orientação da DC Comics.

Batman-A-Piada-Mortal

Outra controvérsia que envolve o final da graphic novel, começou em 2008, quando o clássico A Piada Mortal (The Killing Joke), de Alan Moore e Brian Bolland, comemorou 20 anos.

O desenhista deu a entender no posfácio da edição comemorativa que Batman realmente mata o Coringa ao fim da história, mistério que tem acompanhado leitores da graphic novel desde 1988, e o quadrinista Grant Morrison reitera a posição de Bolland no podcast de Kevin Smith,

“O que eu amo na HQ é que ninguém percebe, 20 anos depois, que Batman matou o Coringa. É por isso que se chama The Killing Joke! Quando o Batman chega no pescoço do Coringa e o quebra, a risada para, simplesmente para. É realmente óbvio, se você prestar atenção. Esta é a última piada, este é o fim inevitável, esta é a piada mortal – está no título! É a história definitiva, qualquer coisa que veio depois é um eco dessa HQ. Brian Bolland mesmo diz: ‘Ele vai direto no pescoço e quebra!'”, diz Morrison no podcast.

A Piada Mortal leva ao limite as tentativas do Coringa de enlouquecer o Homem-Morcego. Para muitos, o fato de Batman e o palhaço rirem juntos no final expõe o absurdo da relação de rivalidade (e até dependência) dos dois. O assassinato do vilão, por sua vez, seria uma “vitória” do Coringa – que finalmente conseguiria quebrar a sanidade do vigilante.

Para saber mais sobre a polêmica em torno da graphic novel A Piada Mortal, leia “Animação de A Piada Mortal aumenta polêmica em torno da obra”  e  “Polêmica que envolve A Piada Mortal, próxima animação da DC

 

 

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