A programação do Centenário de 22, que terá 100 dias de duração, conta com obras inéditas da nova edição do Museu de Arte de Rua
O aniversário da cidade de São Paulo foi o ponto inicial para a programação do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. O Projeto 22+100 traz uma série de atividades pontuais no período de 100 dias, desde o dia 22 de janeiro até o dia 1º de maio, Dia do Trabalhador. “Nesses 468 anos, São Paulo foi, e tem sido, palco para acontecimentos históricos do Brasil e do mundo. Um desses movimentos foi a Semana de Arte Moderna de 1922. Com isso, nada mais justo do que escolher as festividades do aniversário da cidade para dar início a cem dias de comemoração ao centenário da Semana de 22”, explica a secretária municipal de Cultura, Aline Torres.
“Em 1922, quem apresentou o Modernismo foi a classe intelectual dos artistas. Hoje, 100 anos depois dos modernistas reivindicarem uma arte verdadeiramente nossa, quem apresenta o modernismo é a periferia pujante. Não precisa ser da academia para desenvolver cultura. A cultura da periferia exala nos poros, e não só nos livros. Hoje, a política pública chega para unir os dois, dar formação dentro da vocação do que a periferia vem fazendo, a gente está dando base para que isso aconteça. Então, essa celebração de cem anos de Modernismo nada mais é do que ações estruturantes para dar palco e voz à periferia”, ressalta Aline Torres.
A programação do Centenário de 22, que terá 100 dias de duração, conta com obras inéditas da nova edição do Museu de Arte de Rua (MAR). Novos endereços, em todos os cantos da cidade, recebem artes em diversos formatos, como graffiti, lambe-lambe e fotografia. As imagens terão como tema o modernismo. Entre elas, estão 22 Retratos em homenagem a 22 Modernistas, sendo releituras realizadas por artistas contemporâneos (índígenas, negros e brancos) em 22 empenas; além de intervenções com inspirações modernistas em praças na periferia e outras novas empenas na cidade.
São Paulo também ganha 100 esculturas temporárias, no formato de intervenção artística, homenageando personagens modernistas ou “novos modernistas”. Essas esculturas serão instaladas por toda a capital, especialmente na periferia, e trarão figuras emblemáticas como Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Oswald de Andrade.
Em parcerias com as secretarias de cultura de outras cidades e estados, a SMC promove também as Semanas de Arte Moderna estaduais, com obras e atrações artísticas dos novos modernistas de outros estados, em três espaços culturais da SMC, revisitando o espírito de pesquisa de Mário de Andrade.
A Vila Itororó, localizada no bairro do Bixiga, recebe a Saudosa Maloca Modernista, uma grande roda de samba com artistas clássicos e representantes da nova geração, em diversas apresentações. O termo “maloca”, que designa uma cabana comunitária indígena, ressalta o próprio espírito antropofágico do projeto, que une elementos da cultura italiana com as raízes culturais indígena e africana que marcam a história paulistana.
Entre as outras atividades propostas, estão o Final de Semana no Parque Ibirapuera; a Semana de Arte Moderninha, com programação infantil; as Conversas com Modernistas nas Bibliotecas; e os Bailões Modernistas, com bailes que privilegiam a cultura negra e indígena, trazendo traços do afrofuturismo e do neoindigenismo.
O encerramento, no dia 1º de maio, deverá acontecer no Vale do Anhangabaú, com um show a ser anunciado em breve. Por conta da pandemia de Covid-19, essa programação pode sofrer alterações, de acordo com as recomendações da Secretaria Municipal de Saúde.
Theatro Municipal
O Theatro Municipal, palco da Semana de Arte Moderna de 1922, também recebe programação especial nesses 100 dias. Além da exposição Modernistas e Novos Modernistas, o espaço recebe a instalação artística Recostura, da artista Chris Tigra, que ficará na fachada principal do Theatro. Entre 10 e 17 de fevereiro, acontece uma semana de atividades com temática modernista, entre elas, apresentações temáticas do Coral Paulistano, Orquestra Experimental de Repertório, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, show da Dona Onete e do Dj Ju Salty e estreia de novo espetáculo do Balé da Cidade.
Além disso, o Theatro Municipal promove a Expedição Modernista, junto ao Coletivo Jornal das Miudezas e Coletivo Teatro Dodecafônico, na qual os participantes caminham pelo centro da cidade fazendo paradas e realizando oficinas em três equipamentos culturais: Casa da Imagem, Biblioteca Mário de Andrade e Theatro Municipal.