Obras podem ser assistidas de graça até o dia 20 de agosto
A Spcine Play adicionou em seu catálogo sete peças teatrais que integraram a 6ª edição do MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, realizada entre os dias 14 e 24 de março de 2019. Os espetáculos podem ser acessados, gratuitamente, pela Spcine Play até 20 de agosto.
“A Boba”, de Wagner Schwartz; “Altíssimo”, de Pedro Vilela; “Colônia”, de Vinicius Arneiro; “Cria”, da Cia. Suave; “Manifesto Transpofágico”, de Luiz Fernando Marques; “Protocolo Elefante” do Grupo Cena 11 Cia. de Dança; e “Vestígios”, de Marta Soares são as obras que podem ser prestigiadas.
“A inclusão dessas peças de teatro na Spcine Play demonstra a qualidade e a diversidade da curadoria do nosso catálogo. Ainda é possível séries e shows que vão agradar a todos os públicos”, afirma Laís Bodanzky, presidente da Spcine.
A Spcine Play conta com filmes, séries, shows, espetáculos, talks e performances para assistir sem sair de casa, gratuitamente, até final de 2020. Todos os títulos podem ser acessados de qualquer lugar do Brasil e sem a necessidade de assinatura. Acesse www.spcineplay.com.br.
“São aproximadamente 230 títulos, entre filmes clássicos do nosso cinema; como obras do Hector Babenco, do Zé do Caixão, e “A Hora da Estrela”, de Suzana Amaral; conteúdos exclusivos, como o bate-papo com Fernanda Montenegro, no Theatro Municipal de São Paulo, e a conferência da Angela Davis, no Auditório do Ibirapuera; e atrações de importantes festivais da cidade, como a Mostra do Audiovisual Negro – Apan e Mostra Internacional de Cinema”, diz Bodanzky.
Confira abaixo as fichas técnicas e sinopses das peças teatrais:
A BOBA
DIREÇÃO: Wagner Schwartz
A Boba é uma coprodução entre a Corpo Rastreado e a MITsp
Brasil / França | 50 minutos | Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: A relação entre o performer Wagner Schwartz e a obra A Boba, de Anita Malfatti é o ponto de partida do espetáculo. A pintura criada entre 1915 e 1916, ao longo da estadia da artista nos Estados Unidos é umas das criações mais contundentes do modernismo brasileiro, como também, o clímax de sua produção expressionista. Schwartz percebe no quadro as cores da bandeira nacional. A partir dessa constatação, o performer se vê confrontado com a ideia de “nação” – segundo ele, “uma fantasia de continuidade histórica constituída e mantida através da opressão” –, e passa a frequentar o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo de cujo acervo o quadro de Anita Malfatti faz parte. A primeira visita é registrada por uma fotógrafa e os gestos contidos nas imagens são revisitados em cena. O espetáculo é uma coprodução entre a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) e a Corpo Rastreado.
ALTÍSSIMO
DIREÇÃO: Pedro Vilela
Recife/PE | 2017 | 50 minutos | Classificação indicativa:16 anos
Sinopse: Altíssimo investiga as relações do homem contemporâneo com as religiões e a fé, em especial os movimentos da vertente neopentecostal, que propagam a chamada “teologia da prosperidade”. A partir de uma dramaturgia que inclui trechos documentais e autobiográficos, a montagem aborda a espetacularização e a mercantilização da fé, a exposição da religião nas mídias de massa, o crescimento do número de fiéis e o apelo ao sacrifício como forma de expiação de pecados.
COLÔNIA
DIREÇÃO: Vinicius Arneiro
Rio de Janeiro/RJ | 2017 | 1h | Classificação indicativa:14 anos
Sinopse: A partir de uma “palestra-performance”, o espetáculo enfatiza uma realidade social histórica e convida a plateia a acompanhar a evolução de um pensamento voltado às designações da palavra “colônia”. Para que a diversidade de definições tivesse uma confluência, dois fatos catalisadores foram escolhidos: a condição colonial do Brasil – com muitos aspectos ainda em pleno vigor nas dinâmicas e nas mentalidades –, e a história do “manicômio” Hospital Colônia de Barbacena (MG), onde 60 mil pessoas foram torturadas e mortas. Ao mesmo tempo, por meio de uma análise sintática e morfológica, o espetáculo cria relações e discute forças propulsoras para uma ideia de descolonização, sobretudo do pensamento.
CRIA
GRUPO: Cia Suave
Rio de Janeiro/RJ | 2017 | 50 minutos | Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: A “dancinha”, estilo de dança urbana carioca derivada do passinho, serviu de inspiração para o grupo. A peça explora uma mistura de afeto e sensualidade por meio do entrelaçamento do funk com a dança contemporânea, além de investigar os cruzamentos entre os conceitos de criação a partir de perspectivas distintas: como conceber um espetáculo, inventar uma técnica tão nova como o passinho, considerado patrimônio imaterial do Rio de Janeiro em 2018, e criar filhos, principalmente sob a ótica da paternidade. O trabalho, que envereda pelas linguagens artísticas periféricas e destaca a diversidade cultural, inclui, ainda, a dança afro, o afrofunk, o contato-improvisação e uma elaborada pesquisa sonora.
MANIFESTO TRANSPOFÁGICO
DIREÇÃO: Luiz Fernando Marques
Manifesto Transpofágico é uma coprodução entre o Risco Festival, a Corpo Rastreado e a MITsp
São Paulo/SP | 50 minutos | Classificação indicativa: 18 anos
Sinopse: A história do corpo travesti é narrada pela atriz Renata Carvalho. Em cena, ela lança um manifesto sobre o nascimento desses corpos, mostrando a construção social e a criminalização que os permeiam, do imaginário à concretude. Essa pesquisa, chamada de Transpologia, foi iniciada em 2007, quando Renata Carvalho tornou-se Agente de Prevenção Voluntária de ISTs, Hepatites e Tuberculose. Por 11 anos, ela trabalhou especificamente com travestis e mulheres trans na prostituição, em Santos, São Paulo. A partir dessa experiência, em 2012, ela leva aos palcos o solo Dentro de Mim Mora Outra, no qual contava sua vida e travestilidade. Desde então, vem reunindo histórias, filmes, livros e peças de teatro sobre o tema.
PROTOCOLO ELEFANTE
GRUPO: Grupo Cena 11 Cia. de Dança
Florianópolis/SC | 2016 | 1h30min | Classificação indicativa:16 anos
Sinopse: Protocolo Elefante propõe uma metáfora de separação e exílio a partir da ação de afastamento e de isolamento do elefante na iminência de sua morte. Uma investigação sobre o modo como as pessoas, os comportamentos, as línguas, os afetos, os objetos e as relações interpessoais são afetadas quando nos afastamos do contexto ao qual já estamos familiarizados. O sentimento de falta marca algumas perguntas que ajudaram a conduzir a pesquisa: O que é pertencer ou a necessidade de pertencimento? Qual é a nossa definição de identidade?
VESTÍGIOS
DIREÇÃO: Marta Soares
São Paulo/SP | 2010 | 50 minutos | Classificação indicativa: Livre
Sinopse: Vestígios tem como ponto de partida os aspectos monumentais dos sambaquis, sítios indígenas pré-históricos encontrados no litoral do Brasil. Para a pesquisa, a performer fez imersões físicas em cemitérios indígenas pré-históricos na região de Laguna, em Santa Catarina. Ao resgatar a memória ancestral pré-colonial, a instalação coreográfica propõe uma reflexão sobre a necessidade de trazer à tona, no campo das artes e da vida, as forças de criação e de resistência que operam por meio do corpo vibrátil. O espetáculo é uma tentativa de tornar o invisível sensível, ou seja, tornar perceptíveis os aspectos simbólicos e sagrados dos sambaquis que foram perdidos no tempo. A obra foi premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na categoria Pesquisa em Dança, em 2010.