Maior evento de sustentabilidade do país terminou em 23 de novembro, deixando legado de arte e cultura em regiões descentralizadas
Escultura O Broto, de Jaime Prades, ficará nas margens da Ciclovia do Rio Pinheiros
Dados da Campanha ContAí serão veiculados em relógios digitais da cidade
Avenida Paulista, Teatro B32, Teatro Sérgio Cardoso, Museu Afro Brasil, Minhocão, unidades de UBS e do Sesc, além de 58 CEUs e 31 parques receberam a programação da 12ª edição da Virada Sustentável
São Paulo, novembro de 2022 —No dia 23 de novembro, chegou ao fim mais uma edição da Virada Sustentável em São Paulo, considerado o maior festival de sustentabilidade do país. A novidade desta 12ª edição foi a realização simultânea em três cidades brasileiras, São Paulo, Manaus e Porto Alegre. As atividades em Manaus aconteceram entre os dias 5 e 6 de novembro e no Sul, a Virada vai até o dia 27 de novembro.
Em São Paulo, o evento, que ocorreu de 3 a 23 de novembro, promoveu uma programação totalmente gratuita voltada para temas como consumo consciente, mudanças climáticas, meio ambiente, economia circular e responsabilidade socioambiental, entre outros. O público pôde conferir mais de 700 atividades entre shows, espetáculos teatrais, intervenções artísticas, murais, exposições e contação de histórias, em cerca de 200 espaços da cidade, de forma descentralizada e diversa.
As ações da Virada envolvem a articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, equipamentos culturais, empresas, escolas e universidades, com o objetivo de provocar reflexões sobre a sustentabilidade na prática e o futuro do planeta.
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Este ano, a 12ª edição da Virada Sustentável teve diversos destaques, como as projeções feitas nas empenas de edifícios na Avenida Paulista, no coração da cidade. As artes foram produzidas em parceria com o Senac, por meio de um desafio de design proposto aos alunos da instituição, a partir de dados coletados com 50 organizações da sociedade civil, uma ação da campanha ContAí.
A campanha ganhará fôlego mesmo depois do encerramento da Virada, com as frases e mensagens sendo veiculadas nos relógios digitais instalados em regiões de grande circulação da cidade, como as avenidas Brigadeiro Faria Lima, Nove de Julho e Rebouças, em parceria com a JCDecaux.
O que fica na cidade
Uma escultura de sete metros de altura feita de aço reciclável foi instalada na margem da Ciclovia do Rio Pinheiros como legado desta 12ª edição da Virada Sustentável. O Broto, obra de Jaime Prades, é uma representação do poder da regeneração urbana a partir do símbolo da força da vida que emerge da semente adormecida.
Também como legado cultural, o festival promoveu a realização de grandes grafites em seis unidades do CEUnas zonas norte, sul e leste da cidade. As obras assinadas por artistas convidados pela Virada Sustentável abordam temas como fome zero, igualdade de gênero, cidades e comunidades sustentáveis, educação de qualidade, vida na água e a cultura de paz, justiça e o fortalecimento das instituições. As artes em confecção serão entregues até o final do ano.
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Algumas exposições também permanecem disponíveis para a visitação do público, como a Animofras, no Teatro B32, assinada pela artista israelense Ofra Grinfeder, que apresenta 80 obras metálicas representando animais da fauna brasileira e do imaginário da criadora. A exposição fica até maio de 2023.
Na Panamericana Escola de Arte e Design, a exposição das fotos de Erico Hiller no Festival Fotodoc fica disponível até dezembro. Hiller retrata a desigualdade, dores e dificuldades da humanidade através de fotos realistas tiradas ao redor do mundo.
E no Metrô de São Paulo, a estação Trianon-Masp segue abrigando a exposição CONSCIÊNCIA, doilustrador peruano Ivan Ciro Palomino, que explora pautas como educação, mudanças climáticas e liberdade de expressão. Esta ação é fruto da parceria do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio), do Metrô de São Paulo e da Virada Sustentável, e ficará em cartaz até 11 de dezembro.
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O que rolou
Dentre as ações programadas, tiveram boa repercussão a ação de live painting e a exposição de 17 cubos tridimensionais no Parque Benemérito José Brás, na Zona Leste, sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O público pôde conferir a exposição a céu aberto e ainda participar de uma roda de conversa sobre essas metas e objetivos globais com a especialista Fernanda Cabral. Os cubos ficaram expostos até o dia 21 de novembro.
Para André Palhano, idealizador do evento, o sucesso desta Virada foi a democratização do acesso às atividades. “Conseguimos promover eventos muito potentes nas periferias da cidade, em parques, praças, UBSs e CEUS, fazendo com que a programação tivesse capilaridade e um real impacto no dia a dia das pessoas. Aconteceram reflexões muito importantes nestes espaços e tenho certeza que uma semente foi plantada.”
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Outro ponto alto do festival deste ano foi o protagonismo da cultura indígena nas atividades realizadas no Teatro Sérgio Cardoso. A contação de histórias e a apresentação de corais indígenas marcaram a temporada com o simbolismo e a força dos povos originários, sua cultura, música e oralidade. Entre as atrações mais esperadas estava o Coral Indígena Guarani Mbya da Tekoá Yy Porã, da Terra Indígena Tenondé Porã, em Parelheiros, extremo sul da capital.
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O domingo de sol no Parque Augusta contou com a presença do público para a apresentação circense A Bolha, desenvolvida pelo grupo holandês Corpus Acrobatics. A atração provocou discussões sobre o meio ambiente e o confinamento ocorrido no período de pandemia.
O programa musical desta edição da Virada Sustentável trouxe uma série de shows memoráveis no palco montado na Praça Alexandre de Gusmão, onde se apresentaram Sexteto Orquestra Mundana Refugi, RituShow, Trio Borogodó e Banda Mundiá Carimbó. No Parque Linear Bruno Covas, o público se divertiu com o som do projeto Jazz na Kombi, proposta itinerante de música e interação social com o território. E no Dia da Consciência Negra, o Teatro Sérgio Cardoso foi o local escolhido para as exibições em homenagem à data e à luta antirracista, como os shows de Larissa Luz com participação de Anelis Assumpção, e da cantora e atriz Zezé Motta, encerrando a noite com chave de ouro.
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A Virada deste ano trouxe ainda uma série de ações de bem estar, voltadas para o autocuidado e o cuidado com o próximo. O retiro urbano Personare levou ao Espaço Eywa meditação, ioga, aromaterapia, dentre outras atividades, ministradas por especialistas.
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Mariana Amaral, também idealizadora da Virada, avalia como muito positiva a abertura da cidade às atrações propostas, “mesmo em períodos tão difíceis vividos pela sociedade, tempos de muita rigidez e pouco espaço para a arte. O festival conseguiu alcançar o seu objetivo que é provocar a reflexão, e trazer conhecimento e diversão, de forma leve e com a beleza que só a arte é capaz de proporcionar”.
Sobre a Virada Sustentável:
A Virada Sustentável é o maior festival de sustentabilidade do Brasil. Envolve articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, equipamentos culturais, empresas, escolas e universidades. Tem como objetivo apresentar uma visão positiva e inspiradora sobre a sustentabilidade e seus diferentes temas para a população, gerando reflexão e discussões a fim de promover um futuro sustentável e reforçando as redes de transformação e impacto social existentes.
A Virada Sustentável São Paulo 2022 é apresentada por Gerdau. Tem patrocínio de Ambev e Liberty, copatrocínio de Air Liquide, Ball, C6 Bank, e Novelis, e apoio das empresas AkzoNobel/Coral, McLaren, Gipssy, JBS e ValGroup. Além da realização em parceria com ONU Brasil, correalização com a Prefeitura de São Paulo, e demais parceiros como Senac, Sesc, Teatro B32, Parque Bruno Covas, Metrô de São Paulo, Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo (SEC-SP). Portais Oficiais Catraca Livre e Estadão. Promoção e Mídia Eletromidia e JCDecaux.