Nos dias 12 e 13 de dezembro, a Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, apresenta a 16ª edição da Virada Cultural, que neste ano tem o mote “Tudo de arte, nada de aglomeração”. São mais de 500 atrações, entre atividades on-line e intervenções urbanas, distribuídas por todas as regiões de São Paulo, sem aglomeração de público, com transmissão das principais atrações no site da Virada , no Twitch e YouTube . Além das ruas e da internet, a Virada está presente em 6 teatros, 9 centros culturais, 18 casas de cultura e 22 bibliotecas espalhadas por todas as regiões da cidade.
Neste ano, em que a cultura serviu de antídoto para a ansiedade causada pelo isolamento social, a Virada Cultural reforça ainda o papel da arte e da cultura como um fator de inclusão social e de oportunidades para todos. Por isso, a curadoria enfocou artistas da periferia de todas as regiões da cidade na programação, dando protagonismo e voz aos diversos grupos e artistas que tornam São Paulo uma cidade tão plural e vibrante.
Entre os destaques da programação descentralizada, está a Virada Cultural Paraisópolis. A 2ª maior favela da cidade recebe um palco com atrações para todos os públicos: MPB, sertanejo, reggae, samba, heavy metal, rap, funk, dança de rua e uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Paraisópolis. Os shows são filmados direto de Paraisópolis, sem público, e transmitidos ao vivo.
Com obras de todos os cantos da cidade, acontece o lançamento do MAR 360º, plataforma pioneira no mundo a exibir em 360º a arte urbana. Serão exibidas obras de diferentes artistas em suportes como grafite, estêncil e fotografia, em grandes dimensões, feitas para o MAR (Museu de Arte de Rua) de São Paulo – uma parceria entre as secretarias municipais de Cultura, Subprefeituras e Educação – que visa aprimorar a vocação da cidade para a produção de arte urbana e ampliar seu impacto positivo na cultura e identidade de São Paulo. O acesso será feito, a partir deste sábado, pelo endereço mar360.art.br .
Reforçando o compromisso da Prefeitura com a diversidade, a programação inclui artistas indígenas, LGBTQIA+, mulheres e negros. Dando voz à população indígena, a Biblioteca Belmonte promove o Ciclo Ancestralidade e Território Tenonde Porã. Uma série de debates que englobam desde a agricultura e ervas medicinais guarani, até questões como o feminicídio indígena e casamento homoafetivo – o Território Tenondé Porã foi o primeiro território nacional a oficializar uma união homoafetiva. Na Biblioteca Padre José de Anchieta, acontece show de Kunumí MC, com temas como a causa indígena e a cultura sagrada do seu povo, além da luta pela demarcação das terras e pela preservação da natureza.
Uma verdadeira celebração da diversidade, a Virada Ballroom, do Coletivo AMEM, é uma mostra multilinguagem, com performances de música, voguing, circo, drag, pole dance, poesia, fotografia, live painting e outras criações produzidas por artistas da comunidade queer. Transmitida online e também projetada em prédios do Largo do Arouche, a Virada Ballroom traz performances de bairros como Penha, Perus, Freguesia do Ó, Jabaquara e do Centro.
Entre o sem número de artistas mulheres escaladas na programação, um dos projetos que discutem os papéis de gênero na sociedade é o Empena Feminina, da ocupação Resultante Peso. Em seis empenas que rodeiam o Minhocão, serão projetados 10 trabalhos de 10 mulheres diversas e uma apresentação transmitida on-line, em tempo real, com mulheres convocadas para participar nas redes do projeto. A proposta é discutir os diferentes pesos, tanto o físico imposto por uma sociedade patriarcal, como o poético e o simbólico.
Celebrando a ancestralidade afro-brasileira, Beth Beli e o Coletivo Coletores apresentam o projeto multimídiaEncruzas e Encruzilhadas: Ancestralidades e Afrofuturismos. São projeções mapeadas e diferentes trilhas sonoras em intervenções urbanas que têm como suporte seis pontos/territórios de referência para a cultura negra de São Paulo: Largo do Arouche; Jabaquara; Igreja do Rosário dos Homens Pretos da Penha; Casa de Cultura Brasilândia e Comunidade Cultural Quilombaque.
Confira mais destaques da programação:
Virada Cultural Paraisópolis
Shows com Orquestra Filarmônica de Paraisópolis, O Clam, MC Sacana, Mariê e Yago, Jhony e Banda, Família Velha Escola, Discurso de Pobre, Dança de Rua, Dança Afro, Almas Errantes.
Ancestralidade
Ciclo Ancestralidade e Território Tenonde Porã nos dias 12 e 13/12 nas Bibliotecas Municipal Belmonte e Padre José de Anchieta
12/12 – Biblioteca Municipal Belmonte – 13h –
ANCESTRALIDADE E O TERRITÓRIO TENONDE PORÃ – POLÍTICAS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS GUARANI – A VIDA DOS LGBTQI+
Como lidar com questões tão importantes de grande tabu para toda sociedade: o Território Tenondé Porã foi o primeiro território nacional a realizar um casamento homoafetivo.
12/12 – Biblioteca Municipal Belmonte – 15h
ANCESTRALIDADE E O TERRITÓRIO TENONDE PORÃ – POLÍTICAS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS GUARANI – A VIDA DAS MULHERES NA ALDEIA
Assim como em todo o mundo, a luta contra o Feminicídio acontece também nos territórios indígenas.
13/12 – Biblioteca Municipal Belmonte – 15h
ANCESTRALIDADE E O TERRITÓRIO TENONDE PORÃ – APRENDIZADOS ANCESTRAIS GUARANI – AGRICULTURA GUARANI
Os alimentos para o povo Guarani são responsáveis pelo diálogo com a saúde, com os ancestrais, resgatar a agricultura Guarani é um resgate a própria ancestralidade.
13/12 – Biblioteca Municipal Belmonte – 17h
ANCESTRALIDADE E O TERRITÓRIO TENONDE PORÃ – APRENDIZADOS ANCESTRAIS GUARANI – NASCER NA ALDEIA
Há uns quatro anos as aldeias Guaranis de São Paulo vêm resgatando o nascimento dentro da sua tradição.
13/12 – Biblioteca Municipal Belmonte – 18h
ANCESTRALIDADE E O TERRITÓRIO TENONDE PORÃ – APRENDIZADOS ANCESTRAIS GUARANI – ERVAS E SUAS CURAS
O povo Guarani sempre lidou com os conhecimentos das ervas medicinais. Nesse momento de pandemia não poderia ser diferente. Apesar de muitos terem adoecido, o número de mortes foi muito pequeno.
12/12 – Biblioteca Padre José de Anchieta – 13h
ANCESTRALIDADE E O TERRITÓRIO TENONDE PORÃ – ARTE GUARANI – LITERATURA GUARANI
Existem alguns escritores Guaranis que contam suas histórias partindo de seu próprio ponto de vista. A proposta é trazer a conhecer um pouco mais sobre esse universo.
12/12 – Biblioteca Padre José de Anchieta – 15h
ANCESTRALIDADE E O TERRITÓRIO TENONDE PORÃ – POLÍTICAS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS GUARANI – CINTURÃO VERDE GUARANI
Em terras próximas à periferia de São Paulo, as comunidades Guarani Mbya são as principais responsáveis por preservar, recuperar e proteger a Mata Atlântica, formando um cinturão verde nas bordas da cidade. Veja algumas das ações que seriam fortalecidas e garantidas com a aprovação do PL 181 do #CinturãoVerdeGuarani.
12/12 – Biblioteca Padre José de Anchieta – 18h – música
KUNUMÍ MC
Kunumi vai apresentar um show com músicas dos seus dois discos já lançados: o EP de estreia “My Blood is Red” (2017) e o álbum “Todo dia é Dia de Índio” (2018). No palco, que ele divide com o irmão, DJ Tupan, Kunumi ainda vai cantar os singles “Xondaro Ka’aguy Reguá”, “Moradia de Deus” e “Força de Tupã”. Os temas de suas músicas têm como foco a causa indígena e a cultura sagrada do seu povo, além da luta pela demarcação das terras e pela preservação da natureza.
Jabaquara – 18h30
Igreja do Rosário dos Homens Pretos da Penha – 18h30
Casa de Cultura Brasilândia – 18h30
Comunidade Cultural Quilombaque – 18h30
ENCRUZAS E ENCRUZILHADAS: ANCESTRALIDADES E AFROFUTURISMOS
Beth Beli e o Coletivo Coletores propõem programação multimídia com projeções mapeadas e diferentes trilhas sonoras em intervenções urbanas que têm como suporte seis pontos/territórios de referência para a cultura negra de São Paulo.
O trabalho é baseado nas relações entre a ancestralidade afro-brasileira de diferentes territórios da cidade São Paulo em diálogo com as tecnologias digitais como ferramentas de ressignificação simbólica e inovação artística.
12/12 – Cohab 2
TECENDO ANCESTRALIDADES: NOSSOS FIOS VÊM DE LONGE
Samara Oliveira e Queila Rodrigues
Intervenção artística que busca estabelecer diálogos entre pensamentos e escritos de mulheres negras, indígenas e periféricas ancestrais, que desenvolvem ações poéticas-políticas na atualidade, chamando a atenção para suas criações e ações na sociedade que ajudaram a tecer e constroem, todos os dias, no cotidiano da metrópole que teima em apagar suas memórias. Através da arte em pixels serão criadas letras e figuras que formarão o gráfico da proposta nas grades com técnicas de bordado, como ponto cruz, vagonite, ponto cheio, caseado, entre outros, com fios de malha, retalho e feltro ou outros que melhor se adequem ao suporte.
Mulheres
III ENCONTRO NACIONAL DE MULHERES NA RODA DE SAMBA COM MART’NÁLIA E FABIANA COZZA
Mart’nália e Fabiana Cozza
O Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba é um evento anual, cuja primeira edição foi realizada em 24 de novembro de 2018. Seu objetivo é reunir todas as mulheres que possuem relação com o samba, dentro do território nacional. Idealizado pela cantora Dorina Barros, o projeto contribui para fortalecer a divulgação da força feminina do samba para o público. O Terceiro Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba será entre as artistas Mart’nália e Fabiana Cozza.
12/12 – Biblioteca Paulo Duarte – 15h
PRODUÇÃO INTELECTUAL E VISIBILIDADE DA MULHER NEGRA
Com Natália Neris e Zainne, mediação Thatha Alves
Composta por grandes nomes de escritores negros da literatura contemporânea, o projeto tem como ideia central demonstrar a diversidade de pensamentos, narrativas e estéticasdesenvolvidos por negras e negros na escrita de romances, prosas e contos, assim como na oralidade, presente de forma tão pungente nos movimentos poéticos marginalizados. Serão abordados temas como a cura pela poesia e a literatura periférica, incentivando a transformação através da arte, entre outros temas trazidos pelas convidadas e que forem surgindo durante a realização da oficina.
12/12 – Centro de Culturas Negras – 21h – música
DAGRACE
Dagrace Nanikob Newoh Nkwoh é uma artista camaronesa. Seu show é permeado por músicas que falam sobre autoestima, empoderamento, amor e vivências reais, carregando uma estética altamente representativa.
12/12 – Cohab 2 – 18h
NÃO EXISTE MACHISMO LEVE! COM O COLETIVO HOMENS EM MOVIMENTO
Coletivo Homens em Movimento
Por meio de uma intervenção teatral, o Coletivo Homens em Movimento busca conscientizar o gênero masculino sobre a importância da luta contra o machismo, considerando o que ele representa, sua essência e o combate à misoginia, LGBTfobia e questões que envolvem toda a sociedade, como o feminicídio. A ação acontecerá nos prédios da Cohab José Bonifácio, com o objetivo de despertar aos homens para cada vez mais poderem falar abertamente no seu âmbito social, com amigos e familiares, sobre os medos, incertezas e fragilidades relacionados à masculinidade. O coletivo propõe debates, rodas de conversa, intervenção e uma vivência artística cultural, além do teatro.
O projeto Empena Feminina faz a ocupação Resultante Peso realizando intervenções urbanas em 6 empenas que rodeiam o Minhocão. Serão projetados 10 trabalhos de 10 mulheres diversas e uma apresentação transmitida on-line em tempo real com mulheres convocadas para participar nas redes do projeto. A proposta é discutir os diferentes pesos, tanto o físico imposto por uma sociedade patriarcal como o poético e simbólico.
12/12 a 13/12 – Bibliotecas Cassiano Ricardo, Cora Coralina, Affonso Taunay, Sérgio Buarque de Holanda, Helena Silveira, Jose Paulo Paes – 10 às 15h
MATRIARCAS QUILOMBOLAS
Exposição que faz uma crítica ao apagamento histórico dos rostos das mulheres negras que lutaram contra a escravização no Brasil.
Se procurarmos na internet o rosto de Dandara, ele será o mesmo rosto de Aqualtune, Tereza de Benguela e todas as outras. No entanto, se procurarmos D. Pedro ou até mesmo a Princesa Isabel, encontraremos diversos quadros os retratando.
O apagamento histórico está presente em todas as questões referentes à negritude e há impactos também na autoestima do povo negro quando não conseguimos ver quem foram essas pessoas que vieram antes.
Serão convidadas 13 artistas que estarão vestidas como a imagem uniforme das mulheres negras de nosso passado. Enquanto a foto é exposta, um pequeno texto irá contar a história da matriarca em questão, concluindo com os dizeres “Eu também sou ela. Nós somos os sonhos de nossas ancestrais”.
LGBTQ+
VIRADA BALLROOM
Coletivo AMEM