As apresentações gratuitas acontecerão na sede da ONG em 18 e 25 de agosto
Com os objetivos de democratizar o acesso à cultura, estimular a economia criativa na área socialmente mais vulnerável de Santos e oferecer ao público uma programação musical de qualidade, o festival O Som das Palafitas retomou sua programação presencial após dois anos de atividades virtuais. O retorno aconteceu em 21 e 22, respectivamente com shows de Nossos Baianos e Luiz Caldas, sempre com abertura do Coletivo Querô. Agora, o maior festival de música gratuita da região e que integra a programação de celebração dos vinte anos do Arte no Dique, anuncia suas próximas atrações para agosto.
Na quinta, 18 de agosto, 15h, o festival receberá o show do duo Brothers of Brazil, dos irmãos Supla e João Suplicy. A abertura, às 14h, ficará a cargo do Coletivo Querô. Uma semana depois, 25 de agosto, será a vez da cantora Joh Correia fazer o show de abertura, 14h, seguida pela apresentação, 15h, Banda Afrosambah, que conta com Ubiratan, o Bira, o ex-professor de percussão do Arte no Dique. Todos os shows são gratuitos e acontecem no Instituto Arte no Dique, Rua Brigadeiro Faria Lima, 1349, no Rádio Clube. Não há limite de lugares. “Estamos felizes em retomar as apresentações presenciais e alcançamos nossa maior programação, que seguirá até o início do ano que vem, cumprindo os nossos objetivos de promover o intercâmbio musical entre artistas da região e os de destaque nacional, a formação de plateia e a oportunidade dos moradores das palafitas de terem acesso à música, à cultura e à cidadania”, ressalta o presidente do Arte no Dique, José Virgílio Leal de Figueiredo.
No dia 25 ainda será feita uma homenagem ao Olodum, representado pelo músico Gilmário Marques, que virá de Salvador para receber o Troféu Bahia – Moraes Moreira Eterno. “A influência do Olodum foi fundamental na criação do Arte no Dique e segue até hoje, já que a percussão continua nosso carro-chefe e formou, nessas duas décadas, centenas de jovens músicos”, destaca o presidente da ONG.
Serviço:
Quinta, 18.08.22
14h – Abertura Coletivo Querô
15h – Show – Duo Brothers of Brazil dos irmãos Supla e João Suplicy
Quinta, 25.08.22
14h – Abertura Show Joh Correia
15h – Show – Banda Afrosambah
Local: Rua Brigadeiro Faria Lima, 1349, Rádio Clube.
Gratuito.
Sobre Brothers of Brazil
O duo formado pelos irmão Supla e João Suplicy foi fundado em 2008 e logo foi batizado com esse nome pelo ex empresário do The Clash Bernard Rhodes, após uma apresentação da dupla em Londres. Depois de apresentarem o programa Brothers por três anos em rede nacional no Brasil, a dupla em 2011 assinou com o selo norte-americano SideOneDummy e intensificou suas apresentações no exterior, somando mais 300 shows apenas nos EUA. Parte dessas turnês foi registrada em outro programa de tevê: Brothers na Gringa. Alguns festivais de destaques do qual participaram são Warped tour, Lollapalloza, Rock in Rio (Lisboa e RJ), SWU e Planeta Atlântida. Com três álbuns lançados, os irmãos tiveram a música On my way eleita como uma das 20 melhores de 2012 pela revista Rolling Stone, emplacaram Take The Money And Run Away em novela da Globo e lotaram shows também pelo Brasil. Após um hiato de cinco anos para se dedicaram às respectivas carreiras solo, o Brothers of Brazil retomou os trabalhos em 2021 lançando alguns singles que farão parte de um novo álbum, com lançamento previsto para 2022, enquanto retomam também os shows. Da nova safra, além da parceria com Erasmo Carlos em Brothers Again, também se destaca o single Espetacular, Nadar no Seu Mar.
Sobre Afrosambah
Ubiratan de Jesus dos Santos, ou simplesmente Bira Afrosambah. Nascido em Salvador, Bahia, no antológico bairro de Cosme de Farias, Bira é filho caçula de Pai Pedreiro e Mãe Lavadeira, que se formou compositor, cantor, percussionista e arranjador. Além de idealizador de uma das mais importantes bandas de samba na atualidade do país, Afrosambah, criada em 2009. Com músicas autorais e releituras de sucessos da MPB, imprimindo sua visão nada convencional do ritmo criado por Neguinho do Samba: o samba reggae. Na trajetória de Bira, o samba entrou em sua vida já aos 11 anos, escutando seu pai cantar músicas de grandes artistas da MPB , além de acompanhar seu irmão, nos sambas juninos, Pinotte. Seu primeiro contato com a música foi no projeto CCDJI, criado por Edvaldo Di Paula, onde tocava repique. Mas não demorou muito para se inscrever na Banda Mirim do Olodum.
Durante os 15 anos que fez parte das formações da banda do Olodum, Bira atuou como percussionista, apresentando-se em vários estados do Brasil e também no exterior. Tempo em que Bira teve a oportunidade de tocar ao lado de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Daniela Mercury, Margareth Menezes, inclusive com Michael Jackson, em ocasião das gravações do clipe da música “They Don’t Care About Us”.
Seguindo os passos do Olodum e de seu Mestre Neguinho do Samba (em memória) – o criador do Samba Reggae -, Bira começou a ministrar aulas de percussão em projetos sociais, levando a história e ensinamentos de sua trajetória à jovens e adolescentes carentes. Foi assim em vários projetos, como o Régua e Compasso, em Santo André; o Arte na Serra, em Rio Grande da Serra; o Arte no Dique e o Proeco, ambos em Santos e todos em São Paulo.
Mas foi com o Afrosambah que Bira chegou à sua maturidade musical, ajudando a criar uma das melhores bandas percussivas do país. A bateria pesada do samba reggae, a swingueira dos atabaques e timbaus, se harmonizam em qualquer releitura musical, com uma assinatura própria de Bira! É justamente essa assinatura própria que faz do Projeto Bira S.A. um ponto fora da curva entre as bandas tradicionais de samba reggae. E se tudo nesta terra termina em samba, melhor ainda quando o samba é baiano e se mistura ao de Bira Afrosambah.
Sobre o Arte no Dique
28 de novembro de 2002. Nessa data foi lançada a pedra fundamental do Instituto Arte no Dique. Passados 19 anos, mais de 15 mil pessoas, em grande parte moradores do Dique da Vila Gilda, em Santos, frequentaram as oficinas da instituição, tiveram acesso à cultura e à arte. “Cultura como um todo”, como costuma dizer o presidente da ONG, José Virgílio Leal de Figueiredo, já que o Arte no Dique trabalha, com seus colaboradores, alunos, frequentadores, parceiros, a questão da cidadania. Desde a entrega semanal de leite para a comunidade, até as oficinas de percussão (que deram início ao projeto), violão, dança, informática, customização, as exibições de filmes seguidas de debates, shows. Artistas de renome como Gilberto Gil, Moraes Moreira, Sergio Mamberti, Lecy Brandão, Wilson Simoninha, Hamilton de Holanda, Armandinho Macedo, Luiz Caldas, Geraldo Azevedo, Luciano Quirino, entre outros, já se apresentaram no espaço.
Diariamente, cerca de 600 pessoas (antes da pandemia) participam do projeto, que tem a missão de oferecer oportunidade de transformação e desenvolvimento humano e social a crianças, adolescentes, jovens e adultos através da participação da comunidade em ações educativas, de geração de renda, meio ambiente e valorização da cultura popular da região. O trabalho sério, que gerou importantes resultados inclusivos, levou a instituição a tornar-se referência em inclusão social, no Brasil e no exterior, sendo convidada diversas vezes festivais e congressos.
Outras informações em www.artenodique.com.br