C97EE996 4F8F 4B1F 8F0E 7F3C2275A506 Cinefreak

Desde janeiro a equipe dos Planetários de São Paulo inaugurou a “Assim na Terra como no céu” – exposição de meteoritos coletados em diversas regiões do mundo, incluindo Rússia, Brasil, Argentina, México e vários países do continente africano – na Escola de Astrofísica, dentro do parque Ibirapuera. A nova exposição permanente recebe visitas de terça a domingo, das 9h às 18h, com entrada livre e gratuita.

Os meteoritos que chegam à superfície terrestre vindos do espaço são fragmentos de asteroides, cometas ou pedaços da Lua, Marte e outros corpos celestes. A exibição, que é a maior aberta ao público no Brasil, conta com 34 peças que expõem a estrutura dessas pedras do espaço. São 18 meteoritos principais, 6 pequenos fragmentos e 10 impactitos – estruturas formadas a partir da colisão de corpos meteoríticos.

Cada fragmento conta com uma cartilha única, que oferece para o espectador informações do local de queda, tamanho, curiosidades sobre a peça e um código QR, com direcionamento para uma página exclusiva com informações mais detalhadas.

Como parte do conteúdo online, quem utilizar o código terá acesso à informações exclusivas sobre os impactos onde os meteoritos foram recuperados.

As rochas estão dispostas no hall da Escola Municipal de Astrofísica, protegidos dentro de pequenas bolsas suspensas no teto – a ideia é gerar alusão a uma chuva de meteoros para o público. A proposta da exposição é que o visitante entre metaforicamente nesta chuva de meteoros e, assim como a Terra é transformada pelo impacto dos meteoritos, dando origem aos impactitos, o visitante também saia impactado e transformado.

A maior parte das peças faz parte dos acervos pessoais de Carlos di Pietro, membro da BRAMON – Brazilian Meteor Observation Network; uma rede de busca de meteoros, do Prof. João Fonseca; da equipe dos Planetário de São Paulo; e do Gabriel Gonçalves, aluno de pós-graduação em geociências da USP.

Astro da exposição

Um dos destaques da exibição é o meteorito Santa Luzia, que caiu na cidade de Liziânia-GO, na Fazenda Santa Luzia – e adotou o nome do local. Os fragmentos foram encontrados no início do século passado, porém, não se sabe ao certo a data do impacto. Os geólogos estimam que ele tenha caído entre 40 e 60 mil anos atrás.

Os habitantes do local costumam dizer que o Santa Luzia caiu em 1o de junho de 1919, porém, se fosse verdade, o impacto teria sido tão marcante quanto o evento de Tungunska, de 1908, na Rússia, que deixou um rastro de destruição, causado por ondas de choque da provável queda de um bólido vindo do céu.

O nível de oxidação encontrado no meteorito de Santa Luzia é compatível com a data longínqua no passado.

A rocha espacial caiu próximo ao córrego Negro Morto, à 18 km do centro da cidade com incríveis 1.980 kg – o segundo maior já registrado no Brasil.

A peça em exposição no Ibirapuera é a terceira maior parte deste meteorito e conta com 22 kg.

BFC8B26D B78B 4333 B860 0BE8C841A7F6 Cinefreak

Serviço

Exposição de Meteoritos

Local: Escola Municipal de Astrofísica | Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Vila Mariana, São Paulo – SP, dentro do parque Ibirapuera
Data: terças a domingos
Hora: 9h às 18h