O ator holandês Rutger Hauer, conhecido por interpretar o replicante Roy Batt em “Blade Runner” (1982), morreu no último dia 19, aos 75 anos, em sua casa na Holanda.
Ele não resistiu a uma “curta doença”, segundo seu agente.
O ator consolidou uma carreira de seis décadas na televisão e no cinema, trabalhando em mais de 170 produções.
Entre elas, “O feitiço de Áquila” (1985), em que fez o par romântico de Michelle Pfeiffer; “Batman Begins” (2005), como o administrador da Wayne Corp. e “Sin City: A Cidade do Pecado” (2005), no papel de Cardinal Roark, personagem que detinha o poder em Basin City.
Principais trabalhos:
Na Holanda, ele foi um dos astros do filme ‘Sem Controle’ (1980), novamente dirigido pelo compatriota Paul Verhoeven, que também faria carreira em Hollywood anos
Em ‘Falcões da Noite’ (1981) ele fez um psicopata terrorista perseguido por Sylvester Stallone.
Em ‘Blade Runner’ (1982) ele entrou para a história do cinema como o replicante Roy, especialmente pelo monólogo final: ‘Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi raios-c brilharem na escuridão próximos ao Portal de Tannhäuser. Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.’
Em ‘O feitiço de Áquila’ (1985), um clássico da Sessão da Tarde, interpretou o herói trágico Navarre. Amaldiçoado pelo bispo de Áquila, ele e sua amante, Isabeau (Michelle Pfeiffer), nunca se encontram, pois de dia ela se transforma num falcão e a noite ele vira um lobo.
De volta aos psicopatas, ele interpreta John Ryder em ‘A Morte pede Carona’ (1986)
O telefilme ‘Fuga de Sobibor’ (1987) lhe rendeu um Globo de Ouro de melhor ator. O filme conta a história da maior revolta de judeus prisioneiros em campos de concentração na Segunda Guerra. Hauer interpreta o tenente Alexander ‘Sasha’ Pechersky, um dos organizadores da fuga.
Em ‘A Nação do Medo’ (1994) ele foi indicado ao Globo de Ouro pelo papel de um agente da SS, num 1964 imaginário no qual a Alemanha Nazista venceu a Segunda Guerra
Em ‘Batman Begins’ (2005) ele é William Earle, presidente-executivo da Wayne Enterprises, que assume o controle da empresa na ausência de Bruce Wayne.
No mesmo ano, ele fez um pequeno papel como o cardeal Patrick Henry Roark em ‘Sin City’ (2005), o delírio quadrinístico ultraviolento de Frank Miller e Robert Rodriguez.
Em ‘Drácula 3D’, de Dario Argento, ele fez o caçador de vampiros Van Helsing.
Ele venceu um Globo de Ouro pelo telefilme “Fuga de Sobibor” (1987), de Jack Gold, e foi indicado por “A nação do medo” (1994), de Christopher Menaul.
Apesar de versátil, Rutger Hauer se destacou no gênero terror, interpretando Van Helsing em “Dracula 3D” (2012), de Dario Argento; e o vampiro Barlow na minissérie “A Mansão Marsten” (2004), baseado na obra de Stephen King.
Blade Runner
Mas seu papel mais icônico foi na clássica ficção científica de Ridley Scott, no qual viveu Roy Batty, líder dos replicantes que luta contra o personagem de Harrison Ford.
Na última cena de “Blade Runner”, Hauer proferiu aquele que se tornaria um dos monólogos mais famosos da história do cinema:
“’Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi raios-c brilharem na escuridão próximos ao Portal de Tannhäuser. Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.’”
O longa ganhou a sequência “Blade Runner 2049” (2017), de Denis Villeneuve. O resultado agradou à crítica, mas não impressionou Hauer. “Não é um filme orientado por personagens, não tem humor, não tem amor, não tem alma. Dá pra ver que houve uma homenagem ao original, mas isso não foi o suficiente para mim”, ele disparou.
Filho de atores, Rutger Hauer nasceu em 23 de janeiro de 1944, na cidade de Breukelen, na província de Utrecht, na Holanda. Filho de atores, Rutger Hauer nasceu em 23 de janeiro de 1944, na cidade de Breukelen, na província de Utrecht, na Holanda.
Seu avô era capitão de um barco, o que o levou a trabalhar como cargueiro aos 15 anos. Mas sua condição de daltônico o impediu de seguir a carreira. No lugar, estudou artes cênicas.
Sua primeira aparição nas telas foi já como protagonista, na série medieval “Floris” (1969), de Paul Verhoeven. Tornou-se uma celebridade no país de origem graças ao papel no romance “Louca paixão” (do mesmo diretor), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Nos anos 1980, enveredou pelo cinema de gênero, em especial o de ação, em obras como “Feitiço de Áquila”, de Richard Donner; “Conquista sangrenta” (1985), de Verhoeven; e “A morte pede Carona” (1986), de Robert Harmon, no qual viveu o psicopata John Ryder.
Seu último trabalho foi na série de comédia “Porters”, mas Hauer estará em outros quatros filmes em fase de pós-produção.
Como ativista, o artista fundou a Rutger Hauer Starfish Association, uma organização de combate à Aids.
Ele deixa uma filha, a atriz Aysha Hauer.