Com a cineasta paulista Anna Muylaert sendo a grande homenageada do ano, a décima primeira edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, que acontece no período de 20 a 27 de julho, apresenta uma programação que celebra a crescente presença feminina na atual cinematografia da região.
São 118 filmes em exibição, dos quais 53 (ou 45%) são dirigidos por cineastas mulheres. Dos debatedores escalados para as mesas de discussão, 66% são do sexo feminino. Uma mostra especial focaliza as divas da Época de Ouro do cinema mexicano e uma seleção apresenta as novas cineastas daquele país (que em 2015 viu um ¼ de sua produção de longas-metragens assinados por diretoras).
Dividida nas seções Contemporâneos, Homenagem Anna Muylaert, Divas, Cine Negro, Mulheres Atrás das Câmeras, Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilect, DocTV Latinoamérica 10 Anos e Encontros e Debates, as atividades acontecem no Memorial da América Latina (tenda de projeções e espaço PETROBRAS de encontros), Cinesesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo), Circuito Spcine Olido, Circuito Spcine Caminho do Mar, Circuito Spcine Meninos, Circuito Spcine Perus e Centro de Pesquisa e Formação – Sesc São Paulo.
Várias pré-estreias de novos longas-metragens brasileiros estão programadas. Entre elas, “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, atração na sessão oficial de abertura do evento – agendada para 20/07, no Memorial da América Latina. No dia seguinte, 21/07, acontece um encontro da cineasta com o público, com participação da cartunista Laerte.
Estão na programação um total de 23 títulos dirigidos e/ou roteirizados por Anna Muylaert. São longas-metragens (“Durval Discos”, “É Proibido Fumar”, “Que Horas Ela Volta?”), telefilmes (“Para Aceitá-la Continue na Linha”, “E Além de Tudo Me Deixou Mudo o Violão”) e séries televisivas (“Mundo da Lua”, “Castelo Rá-Tim-Bum”, “As Canalhas”), além de curtas-metragens, videoclipe e vídeos autorais de rara circulação. A realizadora apresenta em público pela primeira vez um dos chamados demo filmes que utiliza como preparação para seus longas-metragens ou “rascunhos filmados e editados”. A exibição de “Que Horas Ela Volta? – Demo Filme” é comentada pela própria diretora.
Outros títulos brasileiros em lançamento incluem “Estopô Balaio”, de Cristiano Burlan, sobre o trabalho do coletivo homônimo na periferia leste paulistana; “Linha de Fuga”, de Alexandre Stockler, estrelado por Gustavo Machado, Maria Manoela e Martha Nowill; e “Eu Te Levo”, de Marcelo Müller, com Anderson Di Rizzi, Giovanni Gallo e Rosi Campos à frente do elenco. Inéditos em São Paulo, três outros longas completam a seleção contemporânea: “Planeta Escarlate”, de Dellani Lima, com atuação e codireção do músico cult Jonnata Doll; “Por Trás do Céu” de Caio Soh, estrelado por Nathalia Dill, Emílio Orciollo e Paula Burlamaqui; e “Clarice ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois”, do diretor cearense Petrus Cariry.
Dos títulos internacionais da seção Contemporâneos, três são argentinos: “Forasteiro”, de Lucía Ferreyra, exibido com repercussão no Festival de Cinema Independente de Buenos Aires; “A Geada Negra”, de Maximiliano Schonfeld, lançado na seção Panorama do Festival de Berlim; e “Paula”, estreia no longa-metragem do premiado curta-metragista Eugenio Canevari.
A representação mexicana tem como destaque obras do diretor David Pablos, que tem presença confirmada no festival. Ela acompanha as projeções de “As Escolhidas”, exibido no Festival de Cannes, e de “Uma Fronteira, Todas as Fronteiras”, documentário que integra a mostra DocTV Lartinoamérica 10 Anos. Também vindo do México, “Yo”, de Matías Meyer, esteve em Roterdã, entre outros festivais. Seu ator principal, Raúl Silva, premiado no Festival de Morélia, acompanha as exibições do filme em São Paulo.
Exibido nos festivais de Sundance e Berlim, o chileno “Aqui Não Aconteceu Nada” é inédito no Brasil e é acompanhado da presença em São Paulo de seu diretor Alejandro Fernández Almendras, que teve seu longa anterior, “Matar A Um Homem”, exibido na edição de 2014 do festival. Nova sensação do cinema paraguaio, “A Última Terra”, de Pablo Lamar, foi selecionado – e premiado – no Festival de Roterdã. Em “O Mundo de Carolina”, a diretora uruguaia Mariana Viñoles discute o filme que fará com sua protagonista, que é portadora de síndrome de Down. O filme é inédito no Brasil e a realizadora, cujo “Os Uruguaios” abriu o festival em 2008, acompanha as projeções em São Paulo, além de participar do debate “Mulheres Atrás das Câmeras”. Já o guatemalteco “A Maior Casa do Mundo”, da dupla Ana V. Bojórquez e Lucía Carreras, colheu elogios em suas projeções nos festivais de Berlim, Biarritz e Huelva.
Duas retrospectivas são dedicadas ao período conhecido como a Época de Ouro do cinema mexicano, ocorrida a partir da década de 1940. A programação contempla obras estreladas pelas chamadas divas (María Félix, Ninón Sevilla, Marga Lopez, Stella Inda e Dolores Del Rio) e uma seleção de filmes noir, como “Na Palma de Tua Mão”, “Irmãs Malditas”, “Outro Amanhecer” e “A Riqueza do Diabo”.
Reunindo produções realizadas em 2014 e 2015, a mostra Mulheres Atrás das Câmeras apresenta a nova geração feminina de cineastas mexicanas, composta por nomes como Alejandra Márquez Abella, Alicia Calderón, Betzabé García, Itziar Leemans, Katina Medina Mora e Teresa Camou.
Uma mostra especial celebra os dez anos do projeto DocTV Latinoamerica, que produz documentários exibidos em emissoras públicas de televisão. Estão presentes 20 títulos realizados no período, com destaque para os brasileiros “Jesus no Mundo Maravilha”, de Newton Cannito, “Laura”, de Fellipe Gamarano Barbosa, e “Horizontes Mínimos”, de Marcos Pimentel. Outros países representados são Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Panamá, Uruguai e Venezuela.
O 11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo apresenta ainda a Mostra de Escolas de Cinema Ciba-Cilect, com curtas e médias-metragens de graduação das mais importantes instituições do gênero. Competem nesta seção produções de 13 cursos superiores de audiovisuais, representando sete países.
O cardápio do festival se completa com encontros e debates. As mesas têm por tema a idade de ouro do cinema mexicano, coprodução internacional, o espaço para o cinema alternativo e as mulheres atrás das câmeras. Também está agendada uma edição especial do projeto Cinema da Vela, com convidados latino-americanos, uma sessão acessível e um programa infantil.
A curadoria do 11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo é assinada por João Batista de Andrade, Jurandir Müller e Francisco Cesar Filho, sendo estes dois últimos também diretores do evento. Uma realização do Memorial da América Latina, da Secretaria de Estado da Cultura, e da Associação do Audiovisual, o festival é uma iniciativa do Ministério da Cultura / Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com patrocínio da Petrobras, correalização da Spcine e do Sesc São Paulo, e apoio cultural do Centro Cultural Banco do Brasil.
Mais informações podem ser acessadas no website do festival http://www.festlatinosp.com.br/ ou na fanpage oficial www.facebook.com/FestivalDeCinemaLatinoAmericanoDeSaoPaulo/
FILME DE ABERTURA
Título de abertura do festival e inédito no Brasil, “Mãe Só Há Uma” é o quatro longa-metragem da paulista Anna Muylaert. Contemplada no Festival de Berlim deste ano com o Prêmio Männer Magazine, para filmes de temática gay, a obra acompanha a jornada de um jovem de 17 anos que, além de descobrir que foi trocado na maternidade, enfrenta transformações pessoais relacionadas à sexualidade. No elenco estão Naomi Nero, Matheus Nachtergaele e Dani Nefussi. A cineasta é homenageada com retrospectiva de sua obra, incluindo longas, curtas, séries e vídeos autorais. Participa ainda de um encontro com o público, ao lado da cartunista Laerte, no dia 21/07, às 11h00, no Memorial da América Latina. No dia 25/07, segunda-feira, às 19h00, no Cinesesc, a diretora apresenta a sessão de “Que Horas Ela Volta? – Demo Filme”, uma espécie de rascunho filmado na preparação de seu longa homônimo.
CONTEMPORÂNEOS – INTERNACIONAIS
A seção apresenta 16 títulos recentes, representando sete países: Argentina, Brasil, Chile, Guatemala, México, Paraguai e Uruguai. São três premières mundiais, sete filmes inéditos no Brasil e outros três estreando em São Paulo. Considerada como revelação do novíssimo cinema argentino, a diretora Lucía Ferreyra apresenta seu longa de estreia, “Forasteiro”, uma sensível abordagem sobre um jovem que volta à estância balneária onde passou temporadas de verão. Inédito no Brasil, o filme causou impacto quando de sua estreia mundial no Festival de Cinema Independente de Buenos Aires. A cineasta tem presença confirmada em São Paulo de 24 a 28/07 e participa da edição especial do projeto Cinema da Vela do Cinesesc, em 26/07, às 19h30, sob o tema “O Papel do Realizador no Cinema Latino-Americano Contemporâneo”.
Lançado na seção Panorama do Festival de Berlim deste ano e inédito no Brasil, o argentino “A Geada Negra” é passado em uma comunidade de descendente europeus. A visita de uma jovem misteriosa faz cessar subitamente as geadas que assolava a localidade. Surge, então, o rumor entre os aldeões de que ela é uma santa e teria chegado para salvá-los. Este é o segundo longa-metragem do diretor Maximiliano Schonfeld, cujo “Germania” foi vencedor do Festival de Punta del Este e conquistou o prêmio especial do júri do Festival de Cinema Independente de Buenos Aires.
Produção argentina dirigida por Eugenio Canevari, “Paula” se passa em uma província do interior do país, onde uma babá precisa esconder sua gravidez dos patrões. A obra, inédita no Brasil, mereceu destaque no circuito internacional, tendo sido selecionada para os festivais de San Sebastián, Havana, Londres, Mar del Plata e Estocolmo. Marca a estreia no longa de seu realizador, de elogiada carreira como curta-metragista, tendo assinado o premiado “Gorila Baila”, entre outros.
Um dos grandes nomes do recente cinema mexicano, David Pablos teve seu longa de estreia, “A Vida Depois”, selecionado para o Festival de Veneza. Sua obra seguinte, o inédito em São Paulo “As Escolhidas”, mereceu lançamento mundial na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, venceu os prêmios Ariel de melhor filme, direção, roteiro e fotografia, e integra este ano a programação do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Passado na cidade de Tijuana, nela uma jovem se apaixona por um homem que opera um esquema para atrair meninas para a prostituição e escravidão sexual. Pablos tem presença em São Paulo de 20 a 25/07, onde acompanha as projeções de “As Escolhidas” e de “Uma Fronteira, Todas as Fronteiras”, documentário que integra a mostra DocTV Lartinoamérica 10 Anos.
Eleito melhor filme no Festival de Morélia e inédito em São Paulo, o mexicano “Yo” é uma adaptação de conto do escritor francês vencedor do Prêmio Nobel J.M.G. Le Clézio que retrata um jovem de habilidades mentais limitadas. A produção foi selecionada ainda para os festivais de Roterdã, Havana, Estocolmo e Montréal (Festival do Novo Cinema). Seu realizador, Matías Meyer, teve suas produções anteriores “Wadley” (2008), “El Calambre” (2009) e “Los Últimos Cristeros” (2011) programados em festivais como os de Toronto, Roterdã e Locarno. O ator principal de “Yo”, Raúl Silva, também foi premiado no Festival de Morélia e tem presença confirmada em São Paulo de 20 a 24/07.
Já o chileno “Aqui Não Aconteceu Nada” teve world première no Festival de Sundance 2016 e conta a história de um jovem estudante de direito que passa alguns dias na praia. Lá, depois de uma noite de festa, descobre que algo terrível aconteceu. Inédito no Brasil, o filme foi selecionado para o Festival de Sundance, esteve na mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano, além de conquistar o prêmio da crítica no Festival de Cartagena de Índias. Seu diretor, Alejandro Fernández Almendras, um dos nomes centrais da nova geração do cinema chileno, teve seu longa anterior, “Matar A Um Homem” exibido na edição de 2014 do festival, depois de ser eleito melhor filme no Festival de Sundance. Almendras tem presença confirmada em São Paulo de 23 a 28/07 e participa da edição especial do projeto Cinema da Vela do Cinesesc, em 26/07, às 19h30, sob o tema “O Papel do Realizador no Cinema Latino-Americano Contemporâneo”.
Selecionado para o Festival de Roterdã deste ano, onde mereceu o prêmio especial do júri da competição principal, e inédito em São Paulo, “A Última Terra” volta a colocar o cinema paraguaio no circuito internacional, depois do sucesso do longa-metragem “7 Caixas” (2012). Passado em uma colina isolada, o enredo da obra acompanha um casal de idosos que lá vivem sozinhos. A morte da mulher irá transformar o dia seguinte. No Festival de Toulouse, a produção ganhou o premio da crítica francesa. Trata-se da estreia no longa-metragem de Pablo Lamar, realizador cujos curtas “Ouço Teu Grito” (2008) e “Noche Adentro” (2009) foram selecionados para a Semana da Crítica do Festival de Cannes.
Já a cineasta uruguaia Mariana Viñoles apresenta seu longa “O Mundo de Carolina”, selecionado para os festivais IDFA, de Amsterdã (considerado a ‘Cannes do documentário’), e de Cartagena de Índias. Aqui, em uma proposta bastante original, diretora e sua protagonista, que é portadora de síndrome de Down, discutem a própria feitura do filme que fazem juntas. O filme é inédito no Brasil e a realizadora acompanha as projeções em São Paulo, além de participar do debate “Mulheres Atrás das Câmeras”, no dia 26/07, às 10h00.
Produção da Guatemala inédita no Brasil, “A Maior Casa do Mundo” foi selecionado para os festivais de Berlim e Biarritz, tendo merecido o prêmio especial do júri em Huelva (Espanha). Dirigido pela dupla Ana V. Bojórquez e Lucía Carreras, o filme mostra uma menina que vive nas montanhas enfrentando seus medos diante da natureza e, especialmente, do nevoeiro. A codiretora Lucía Carreras teve seu longa de estreia, “Nos Vemos Papá” lançado no Festival de Morélia. Já a guatemalteca Ana V. Bojórquez acompanha a projeção do filme em São Paulo, onde tem presença no período de 24 a 28/07, e também participa da mesa “Mulheres Atrás das Câmeras” (26/07, às 10h00).
CONTEMPORÂNEOS – BRASILEIROS
Programado em pré-estreia mundial para a sessão de encerramento do 11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, em 27/07, às 20h30, no Memorial da América Latina, “Estopô Balaio”, é o 17º filme de Cristiano Burlan, e seu sétimo longa-metragem. Nele, o premiado realizador de “Mataram Meu Irmão” (2013) acompanha o grupo homônimo de teatro, que desenvolve processo artístico a partir das experiências de moradores do Jardim Romano (Zona Leste paulistana) com as águas das enchetes que assolam suas vidas há mais de uma década. “São todos atores neste processo de fabular a própria vida, todos pactuam com o ato teatral”, afirma Burlan.
Também em pré-estreia mundial, “Eu Te Levo” é a primeira direção em longa-metragem de Marcelo Müller, um dos roteiristas de “Infância Clandestina”, indicado oficial pela Argentina ao Oscar de filme estrangeiro. Estrelado por Anderson Di Rizzi (da telenovela “Êta Mundo Bom!”), Rosi Campos (das telenovelas “Babilônia” e “Êta Mundo Bom!”) e Giovanni Gallo (da série “Pedro e Bianca”, vencedora do prêmio Emmy Kids International, e protagonista do longa “De Menor”), o filme focaliza um rapaz morador de uma cidade industrial próxima do interior paulista. Em meio ao sonho de tornar-se bombeiro e de suas viagens a São Paulo, ele vai lutar para amadurecer.
Dirigido por Alexandre Stockler, do polêmico “Cama de Gato” (2002), “Linha de Fuga” reúne prestigioso elenco: Gustavo Machado, Maria Manoela, Martha Nowill, Guta Ruiz, Marcelo Rubens Paiva, Gustavo Sol, Sérgio Guizé, Fernanda Franceschetto, Leandro Daniel Colombo, Carolina Fauquemont, Jiddu Pinheiro, Ana Carolina Godoy, Marcos Azevedo, Débora Aoni, Vanderlei Bernardino, Janaína Leite e Thogun. Exibido em pré-estreia mundial, a obra, que tem classificação indicativa de 18 anos, explora com realismo fantasias sexuais possibilitadas pelo anonimato físico e psicológico da internet.
Nathalia Dill (de “Paraísos Artificiais” e das telenovelas “Avenida Brasil”, Êta Mundo Bom!” e “Liberdade, Liberdade”), Emílio Orciollo (de “O Palhaço” e das telenovelas “Gabriela”, “Louco por Elas” e “Amor à Vida”) e Paula Burlamaqui (de “Reis e Ratos” e das telenovelas “Avenida Brasil“, “Jóia Rara” e “A Regra do Jogo”) estão à frente do elenco de “Por Trás do Céu”. Vencedor dos prêmios do público, de melhor roteiro, direção de arte, ator coadjuvante e atriz coadjuvante no festival Cine PE deste ano, trata-se do novo longa-metragem de Caio Soh, diretor de “Teus Olhos Meus”, vencedor do prêmio do público na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Inédita em São Paulo, a obra foi filmada no interior da Paraíba, numa paisagem assolada pela pobreza. Nesse lugar, a vida brota diariamente a partir dos sonhos de Aparecida, mulher forte, simples e com grande fascinação pelo saber.
Codirigido pelo cineasta e artista visual Dellani Lima e o músico Jonnata Doll, “Planeta Escarlate” aborda o conflito entre um ex-viciado, que é atormentado pelo fantasma de sua namorada morta por overdose. Na batalha pela desintoxição, o protagonista (vivido pelo próprio Jonnata Doll, conhecido pelas apresentações viscerais com sua banda Os Garotos Solventes) testemunha a passagem de um misterioso planeta. A obra é inédita em São Paulo.
Diretor dos elogiados longas-metragens “O Grão” (2007) e “Mãe e Filha” (2011), o cearense Petrus Cariry encerra com “Clarice ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois” sua autodenominada “trilogia da morte”. Passado em meio a deslumbrantes paisagens – uma árida pedreira, uma pulsante floresta –, o enredo do filme tem como centro uma mulher diante de um pai muito doente e a memória dos mortos. A obra, que faz sua estreia em São Paulo, rendeu o prêmio de melhor atriz a Sabrina Greve (do longa “Obra” e da telenovela “Além do Horizonte”) no Cine Ceará e no Festival Cinema de Fronteira. No elenco destaca-se ainda Everaldo Pontes (de “Amarelo Manga” e da telenovela “Gabriela”).
HOMENAGEM ANNA MUYLAERT
Realizadora brasileira a ganhar reconhecimento internacional recentemente – emplacando premiações no Festival de Sundance e em duas edições seguidas do Festival de Berlim – Anna Muylaert trafega com desenvoltura em diversos formatos audiovisuais: longas e curtas-metragens, séries televisivas e vídeos autorais, telefilmes e videoclipes.
Grande homenageada do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo em 2016, Muylaert tem na programação do evento 23 títulos que dirigiu e/ou roteirizou, incluindo trabalhos de início de carreira de rara circulação. Entre eles, o longa inédito no Brasil “Mãe Só Há Uma” (2016), atração da sessão de abertura do evento.
“Durval Discos” (2002) marca a estreia de Anna Muylaert no formato longa-metragem, sendo saudado com premiações expressivas nos festivais de Gramado (melhor filme, direção, roteiro, fotografia, direção de arte e prêmio do público) e Cine PE (melhor roteiro, atriz e direção de arte). Um vendedor de uma loja de discos de vinil (Ary França) mora com sua mãe (Etty Fraser) e verá sua vida transformada após a empregada recém-contratada desaparecer e deixar uma garotinha aos seus cuidados. Destaque para a trilha sonora, com canções de Jorge Ben Jor, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee, Tim Maia e Novos Baianos, entre outros.
Em “É Proibido Fumar” (2008) Glória Pires e Paulo Miklos vivem, respectivamente, uma professora de violão fumante que deseja ardentemente viver uma grande paixão e um músico de bar recém-separado que se torna seu vizinho. O filme foi o grande vencedor do Festival de Brasília de 2008, conquistando os prêmios de melhor filme, ator, atriz, roteiro, atriz coadjuvante, direção de arte, trilha sonora, montagem e prêmio da crítica. Na trilha sonora, estão novamente presentes canções de Jorge Ben Jor, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Responsável pela projeção internacional da diretora, “Que Horas Ela Volta?” (2015) teve world première em janeiro do ano passado no Festival de Sundance, tendo o júri da competição internacional do festival criado um prêmio especial em reconhecimento ao trabalho das atrizes Regina Casé e Camila Márdila. Um mês depois, foi eleito melhor filme da seção Panorama do Festival de Berlim. A história focaliza uma jovem nordestina que, para prestar exames vestibulares, vai a São Paulo, onde sua mãe trabalha como babá e empregada doméstica, morando na casa dos patrões há mais de uma década. Mas a garota não vai aceitar a separação de classes e posições impostas no lugar.
Dois filmes feitos para televisão dirigidos por Anna Muylaert estão na programação. Em “Para Aceitá-la Continue na Linha” (2009) uma mulher de classe média alta de São Paulo recebe um telefonema, cai no golpe do falso sequestro de uma de suas filhas e ruma ao Rio de Janeiro, guiada pela voz do bandido. A obra foi ampliada para exibição em salas de cinema, sob o título de “Chamada a Cobrar” (2012). Já “E Além de Tudo Me Deixou Mudo o Violão” (2012) focaliza uma adolescente que vive entre o medo e o amor por sua mãe, uma alcoólotra. No elenco estão Dani Piepzik, Naomi Silman, Marat Descartes e Lourenço Mutarelli.
Entre os episódios de séries televisivas criadas com participação de Anna Muylaert, o festival exibe os primeiros episódios dos sucessos “Mundo da Lua” (1991) e “Castelo Rá-Tim-Bum” (1995). Estão programados ainda quatro episódios da série “As Canalhas” (2013) dirigidos pela cineasta: “Amélia” (com Mônica Martelli), “Dolores” (com Bete Dorgam), “Isabela” (com Laura Predo) e “Roberta” (com Luiza Mariani).
Os curtas-metragens incluídos são o metalinguístico “O Sétimo Artesão” (1982); “Hot Dog” (1983, codirigido com Márcio Ferrari), um longo travelling com 15 personagens; “Paixão XX” (1984), sobre um encontro na metrópole que termina com os personagens sós; “Rock Paulista” (1988), com Titãs, Ira! e Arnaldo Antunes; e “A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti” (1995), uma comédia de costumes que as crianças fazem a respeito da vida sexual dos adultos que venceu o Rio Cine Festival, o Cine Ceará e o Miami Brazilian Film Festival.
Vencedor no Vídeo Music Brasil da MTV como melhor videoclipe de MPB, “Mama África” (1995) foi filmado na cidade natal do cantor Chico César, Catolé do Rocha (Paraíba). Em um único plano-sequência, sem cortes, ele percorre as ruas da localidade, dançando juntamente com sua irmã mais nova e a população.
Quatro vídeos autorais, feitos entre 1989 e 1991, estão na programação: “Vídeo Tela Azul” (sobre o artista plástico José Roberto Aguilar), “Zona Eleitoral” (sobre as eleições presidenciais de 1989), “Torre de Babel” (sobre o dinheiro como a língua comum na diversidade de Nova York) e “Os Sete Minutos Capitais” (sete vídeos de um minuto dirigidos por cineastas paulistas, sob a coordenação de Anna Muylaert).
A realizadora apresenta em público pela primeira vez um dos chamados demo filmes que utiliza como preparação para seus longas-metragens. Trata-se de “rascunhos filmados e editados”, úteis para checagem dos diversos aspectos da obra, antes de sua efetiva filmagem. Atuações, roteiro, posições de câmera, entre outros aspectos, são analisados e, eventualmente, modificados. A exibição de “Que Horas Ela Volta? – Demo Filme” (25/07, às 19h00) é comentada pela própria diretora.
A Homenagem Anna Muylaert se completa com um encontro com o público, no qual a cineasta tem a companhia da cartunista Laerte, agendado para o dia 21/07, às 11h00, no espaço Petrobras de encontros, localizado no Memorial da América Latina.
DIVAS
Na conhecida como Época de Ouro, iniciada por volta de 1940, a cinematografia mexicana passou a dominar o mercado cinematográfico da América Latina e tornou-se maior produtor de filmes de língua espanhola. Um autêntico star system vigorou nesse período, destacando grandes estrelas – as chamadas divas. María Félix, Ninón Sevilla, Marga Lopez, Stella Inda e Dolores Del Rio são alguns dos mais expressivos desses nomes e protagonizam os filmes da mostra Divas, realizada em parceria com a Cineteca Nacional México. No total, são sete longas-metragens programados.
María Félix (1914-2002) é considerada uma das mais importantes figuras femininas da Época de Ouro, tendo atuado em quase 50 produções, sempre interpretando mulheres fortes, capazes de se impor diante do “macho mexicano”. Em “Enamorada” (1946), do mitológico diretor Emilio “El Indio” Fernández (1984-1986), ela vive a selvagem filha do homem mais rico de uma cidade conservadora. Ela vai atrair a paixão de um general zapatista, que conquistou a localidade e organiza o confisco dos bens dos ricos latifundiários.
Também são dirigidos por Emilio “El Indio” Fernández outros dois títulos da mostra Divas. “Maria Candelária” (1943) é protagonizado por Dolores del Río (1904-1983), a primeira diva latino-americana a estrelar filmes em Hollywood, ainda na época do cinema mudo. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes (no qual também foi premiada a direção de fotografia de Gabriel Figueroa), o longa-metragem focaliza uma comunidade de camponeses que estigmatiza a protagonista por ser filha de uma prostituta.
Do mesmo diretor, “Santa Entre Demônios” (1948) traz à frente do elenco Marga López (1924-2005), que participou de 83 filmes, entre eles “Nazarin” (1958), de Luis Buñuel. No enredo da obra, a atriz interpreta uma mulher que trabalha como dançarina de cabaré para sustentar a escola da irmã caçula. Tudo pode mudar quando ganha, junto com seu cafetã, um concurso de dança. Mas ele recusa a dividir o prêmio e os problemas se agravam quando ela decide roubar o dinheiro. A fotografia também é assinada por Gabriel Figueroa (1907-1997), responsável pelas imagens de um total de 235 filmes e ganhador 16 vezes do prêmio Ariel.
Figueroa assina ainda a direção de fotografia de “O Manto de Soledad” (1952), estrelado por Stella Inda, atriz de cinema, teatro e televisão elogiada por seu perfeccionismo dramático. Dirigido por Roberto Gavaldón (1909-1986), nome importante do cinema mexicano que assinou 55 títulos, principalmente nas décadas de 1940 e 1950, o filme rendeu o prêmio Ariel a Stella Inda. A atriz iria receber novamente a premiação por “Os Esquecidos” (1950), de Luis Buñuel). A história se passa em um povoado, onde um jovem médico enfrenta o desafio de permanecer e cuidar dos moradores necessitados e oprimidos por um cruel cacique local.
Ninón Sevilla (1929-2015) foi uma atriz, cantora e bailarina cubana naturalizada mexicana, tendo participado de filmes de Emilio “El Indio” Fernández, Roberto Gavaldón e Alberto Gout. Este último é diretor de “Vende Caro o Teu Amor” (1949), um dos filmes de cabaré que o tornaram famoso. O roteiro acompanha uma jovem, abandonada pela mãe e cujo pai cometeu suicídio, que migra a procura de emprego. Prestes a passar fome, aceita uma proposta de trabalho, sem suspeitar ser uma armadilha para a prostituição.
Uma diva mais recente é María Rojo, que causou furor com “Danzón” (1991). Ela foi a primeira atriz de cinema, teatro e TV no México a desenvolver carreira política, tendo sido senadora. Dirigido pela cineasta María Novaro (considerada mulher pioneira na indústria cinematográfica mexicana), o filme acompanha uma mulher em uma viagem sensual, tropical e feminina, tendo alcançado grande sucesso.
Uma sucessora atual das divas é Cecília Suárez, indicada ao prêmio Emmy pela série “Capadócia”. Ela protagoniza o inédito nos cinemas do Brasil “Elvira”, sobre a busca de uma mãe de dois filhos por seu marido, que despareceu subitamente. O diretor Manolo Cato, que tem presença confirmada no festival de 23 a 27/07, afirma que fez o filme “motivado por exibir o empoderamento do género feminino”.
CINE NEGRO
A Época de Ouro do cinema mexicano produziu obras com características do film noir norte-americano, porém fundidas com aspectos locais. Conhecido como “cine negro”, esta produção inclui melodramas com temática urbana e criminal, nos quais se destacam as figuras do anti-herói e da femme fatale, entremeados com filmes de crime realista, refletindo a decadência social do México moderno. São histórias passadas numa noturna Cidade do México, suas ruas e becos com suas poças de água da chuva, contrastando com iluminação expressionista. Composta por cinco títulos, a mostra Cine Negro é igualmente uma parceria do festival com a Cineteca Nacional México.
Dois dos longas-metragens da mostra Cine Negro têm direção de Roberto Gavaldón (1909-1986), cineasta cuja filmografia compreende obras selecionadas para os festivais de Cannes, Berlim e Veneza, além de uma indicação ao Oscar de filme estrangeiro (por “Flor de Maio”, de 1959). “Irmãs Malditas” (1946), estrelado pela diva Dolores del Río, mostra duas irmãs gêmeas, uma viúva de um milionário, enquanto a outra trabalha como manicure. O desespero desta última leva-a a matar sua irmã e a passar-se por ela, sem imaginar que o destino lhe reserva uma cruel surpresa.
Já em “Na Palma de Tua Mão” (1950) Galvadón escalou o astro Arturo de Córdova (1908-1973) para interpretar um astrólogo e cartomante que usa a esposa, que trabalha em um salão de beleza, como fonte de informações sobre a vida de suas clientes ricas.
Assinado pelo diretor Alejandro Galindo (1906-1999), detentor de 13 prêmios Ariel, “A Riqueza do Diabo” acompanha um operário que, sem dinheiro para o enterro do pai, vê-se obrigado a aceitar a ajuda de uma cantora de rumba. Ela o coloca em contato com um gângster, que vai integrá-lo a seu bando.
“Outro Amanhecer” (1943), de Julio Bracho, focaliza o assassinato de um líder sindical e a busca, por parte de um colega seu, de documentos que comprovem o envolvimento de um corrupto governador no crime.
Responsável por mais de 80 filmes, Tito Davison é o diretor de “Que Deus Me Perdoe” (1947), no qual a diva María Félix interpreta uma espiã que seduz muitos homens ricos em busca de informações. Por outro lado, ocorrem mortes misteriosas que só um psicólogo conseguirá desvendar.
MULHERES ATRÁS DAS CÂMERAS
A presença crescente de profissionais do sexo feminino nas funções de comando da atividade audiovisual é uma realidade tanto na Europa como também na América Latina. Um dos países onde essa relação é demonstrada com maior potência é o México: nele, nada menos que 25% do total de longas-metragens produzidos em 2015 trazem assinatura feminina. A mostra Mulheres Atrás das Câmeras, realizada em parceria com o IMCINE – Instituto Mexicano de Cinematografía, reúne seis títulos, produzidos nos últimos dois anos. Trata-se de uma nova geração de cineastas promissoras, afirmando a cinematografia mexicana como referência na realização feminina no cinema.
Nesta edição, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo promove ainda uma mesa de debates, também intitulada Mulheres Atrás das Câmeras, com diretoras do Brasil, Guatemala e Uruguai, no dia 26/07, às 10h00, no Centro de Pesquisa e Documentação do Sesc São Paulo.
Um dos destaques da seleção é o longa inédito no Brasil “Os Reis de Um Povo Que Não Sabia” (2015), de Betzabé García, vencedor do prêmio do público no badalado Festival SxSW – South by Southwest. A obra aborda uma cidadezinha parcialmente inundada onde alguns moradores recusam-se a resgatar a localidade das ruínas, enquanto outros sonham em ir embora. O filme foi premiado ainda nos festivais de Morélia, Zurique e This Human World.
Também reconhecido por sua carreira em festivais é “Sunú” (2015), de Teresa Camou. A produção, que denuncia um mundo rural ameaçado, o da lavoura do milho, participou dos festivais de Cartagena de Índias, Havana, Roots (Portugal), Sheffield, Edimburgo Take One e da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, onde conquistou o prêmio do público.
Também inédito no Brasil, “Parque Lênin” (2015) é dirigido pela dupla Itziar Leemans e Carlos Mignon e foi exibido nos prestigiosos festivais de Biarritz, Visions du Réel (Nyon), Morélia, Créteil e Málaga. Nele, um parque de diversões em Havana é a última lembrança a reunir três irmãos órfãos. Um deles seguiu para a França, em busca de se tornar um cantor de ópera, enquanto sua irmã cuida da caçula, que está em pleno despertar sexual.
“Retratos de Uma Procura” (2014), de Alicia Calderón, entrelaça as histórias de três mães em busca de seus filhos desaparecidos na guerra contra o narcotráfico. Uma delas recorre ao FBI, outra obtém a promessa do presidente da República e a terceira tenta continuar a rotina. Trata-se um poderoso retrato do México atual, selecionado para os festivais de Sheffield, HotDocs (Canadá), Morelia, San Diego Latino, Monterrey e Lima. O filme é inédito no Brasil.
Dirigido por Katina Medina Mora, “Saberá o Que Fazer Comigo” (2015) tem como corroteirista Davis Pablos (que acompanha nesta edição do festival as projeções de seu longa “As Escolhidas” e de seu documentário “Uma Fronteira, Todas as Fronteiras”). O filme focaliza um relacionamento amoroso especial, entre um fotógrafo epilético e uma jovem que está visitando sua mãe suicida. Inédito no Brasil, o filme conquistou o prêmio Fox no Festival de Los Cabos.
“Semana Santa” (2015), de Alejandra Márquez Abella, fez carreira em festivais como Tronto, Fribourg, SxSW – South by Southwest, Los Cabos e do Panamá. Inédita em São Paulo, a obra tem como protagonista uma família em férias em uma praia paradisíaca. Mas a mulher ainda vive o luto de seu primeiro marido, seu novo namorado está estressado com os custos da viagem e seu filho sente saudades do pai.
MOSTRA ESCOLAS DE CINEMA CIBA-CILECT
Competição que alcança este ano sua nona edição a Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilect reúne curtas e médias-metragens de graduação de instituições de ensino superior de audiovisual filiadas à Ciba-Cilect, a divisão ibero-americana da Cilect – Centre International de Liaison des Écoles de Cinéma et Télévision. Em edições anteriores, a seção revelou talentos como a argentina Lucía Ferreyra (este ano presente no festival com “Forasteiro”) e o mexicano David Pablos – que depois realizaria os longas “A Vida Depois” e “As Escolhidas” –, vencedor desta competição em 2009 com o curta “A Canção das Crianças Mortas”. Na programação reúne ainda, fora de competição, trabalhos de escolas brasileiras associadas ao Forcine – Fórum Brasileiro de Cinema. No total, são 41 títulos, representando sete países: Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, Equador, México e Uruguai. Do Brasil estão incluídos trabalhos da Escola e Comunicações e Artes da USP, PUC-Rio, PUC-RS, UFSCar, Unisul, Instituto de Educação Superior de Brasília e Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp/Salto).
Entre os destaques estão o argentino “O Passado Quebrado”, selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, e o mexicano “Aurélia e Pedro”, exibido no Festival de Berlim, dentro da seção Generation Kplus. Entre os brasileiros, “O Mais Barulhento Silêncio” mostra relatos fortes de mulheres vítimas de estupro.
O júri que elege o vencedor da Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilect é composto pela realizadora Beatriz Seigner (do longa “Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano”), pela atriz Débora Duboc (de “Cabra-Cega” e “Através da Janela”) e pela diretora do Grupo Espaço de Cinema Patrícia Durães. Os filmes, com respectivas escolas, diretores e sinopses, são os seguinte:
– “A Canção do Avô”, de Carlos Alcazar (CCC, México, 2015)
Um velho camponês enfrenta a perda da sua terra, dando a última lição de vida à sua única neta.
– “A Filha Prometida”, de Fernando Rangel (CCC, México, 2015)
Mulher convence o marido a levar o cadáver de sua filha de sete anos em uma viagem para encontrar o pastor que pode realizar o milagre de ressuscitar a menina.
– “A Rua das Casas Surdas”, de Flávio Costa e Gabriel Mayer (PUC-RS, Brasil, 2015)
Em uma vizinhança silenciosa, dois homens aproveitam o intervalo do jogo para voltar ao trabalho.
– “Além do que se Vê”, de Leticia Baretta (Unisul, Brasil, 2015)
Uma reflexão sobre ser capaz de enxergar o que não se olha, mas que merece ser olhado. Um mundo onde os jovens Marielda e Jossenei se alimentam da verdade, do amor e da superação através da arte.
– “Alfa”, de Javier Ferreiro (EICTV, Cuba, 2015)
Um ator cubano de cinema pornô gay precisa enfrentar o seu retorno a um set de filmagem sem o seu companheiro sentimental e artístico de muitos anos. Mas as coisas já não podem ser como eram antes.
– “Alguém em Casa”, de Ezequiel Veja (ENERC, Argentina, 2015)
Marco deseja ir embora de casa para começar uma nova vida com Sofia, mas sua mãe o manipula para mantê-lo ao lado dela. Sufocado pela pressão, Ele começa a se sentir vigiado por um ser estranho.
– “Aloha Kai”, de Michel Franco (Ceunsp/Salto, Brasil, 2015)
Um jovem tem o sonho de conhecer a praia, mas sua mãe nunca deixou, por causa de um acontecimento doloroso do passado: a morte de seu pai no mar. Determinado, ele decide ir, mesmo assim.
– “Ar”, de Kami Garcia (CCC, México, 2015)
Alma tem 12 anos, descobre que está apaixonada pela melhor amiga e experimentará novas sensações, mas também a probabilidade de enfrentar a sua primeira decepção amorosa.
– “Artifício”, de Daniel Reascos (INCINE, Equador, 2016)
Um cientista especializado em robótica sofre de perda de memória, por isso cria uma auxiliar, Emma, uma inteligência artificial. A aparição de Alexa, sua nova aprendiz, deixa Emma inconformada.
– “Aurélia e Pedro”, de José Permar e Omar Robles (UDG, México, 2015)
Mãe e filho vivem isolados de qualquer contato com o mundo moderno numa encosta. Ela trabalha duro para se manter, mas o garoto não consegue entender que lá fora exista um mundo totalmente indiferente à sua situação.
– “Campo Adentro”, de Gala Negrello e Melina Gutman (UBA, Argentina, 2015)
Isolados no meio do nada, um grupo de jovens convive dentro de uma escola agrária subsidiária.
– “Chico”, de Irmãos Carvalho (PUC-Rio, Brasil, 2016)
Em 2029, no aniversário de dez anos de Chico, é aprovada a Lei de Ressocialização Preventiva, que autoriza a prisão de jovens negros e favelados por pressupor-se que entrarão para o crime.
– “Clandestino”, de Sofía Rocha (UBA, Argentina, 2015)
Uma trabalhadora boliviana passa sua gravidez em uma oficina de confecção clandestina e, no meio da jornada de trabalho, sob o controle do supervisor, entra em trabalho de parto.
– “Conto da Meia-Noite”, de Félix Pérez (ECU, Uruguai, 2016)
Um homem de 45 anos tem um pequeno problema: toda vez que chega ao orgasmo mata a mulher com quem está fazendo sexo. Desesperado, consulta diversos especialistas à procura de uma solução.
– “Dias de Fuga”, de Paula Moya (ECYTV, Colômbia, 2016(
É Natal e Ana está sozinha. As luzes natalinas invadem a penumbra e as festas vizinhas atrasam as horas de sono. “Espera até segunda”, falam para ela.
– “Do Outro Lado”, de Alvaro Montelongo (ECU, Uruguai, 2015)
Em um mundo escuro e sujo, as pessoas trabalham e vivem na miséria, sem nenhum motivo para existirem. Mas uma delas irá descobrir outra realidade por trás de tudo isso.
– “Eu, Samylly Vellaskes”, de Rodrigo Lara (Ceunsp/Salto, Brasil, 2015)
Bruno é um jovem que encontrou na arte drag queen a possibilidade de ser menino de dia e menina de noite. Sua arte, seu mundo de cores, festa e glamour contrasta com o seu cotidiano simples.
– “Feriado em Iporanga”, de Lorena de Oliveira (ECA/USP, Brasil, 2016)
Durante as festas de Ano Novo, os moradores de Iporanga (SP) celebram com música e uma procissão religiosa em louvor à Nossa Senhora do Livramento.
– “Fluir”, de Cristhian Orta (ECU, Uruguai, 2015)
Um cara quer largar da namorada, mas não pode fazê-lo porque tem medo dela.
– “Iceberg”, de Juliana Gómez Castañeda (EICTV, Cuba, 2015)
Diante da ausência da filha, uma pescadora de 60 anos vive entre o luto de sua mãe e a obrigação de criar a neta sozinha.
– “Lena e o Mundo do Faz de Conta”, de Beatriz Buck e Lidiane Volpi (UFSCar, Brasil, 2015)
Para tentar escapar de suas tarefas, menina torna-se uma mentirosa de mão-cheia. Até que, certo dia, percebe que todas as suas mentiras se tornaram realidade.
– “Maio”, de Selma Cervantes Aguilar (CUEC-UNAM, México, 2015)
Natália é a menina mais inteligente da escola. Quando Camila se aproxima com a intenção de ser sua miga, Natália acha que é outra aluna buscando o seu próprio benefício.
– “Mariachi Nights”, de Nancy Cruz (CUEC-UNAM, México, 2016)
Durante os preparativos para os Jogos Juvenis Pan-americanos, uma jovem ginastaconhece dois atletas cubanos que, entusiasmados por estarem pela primeira vez no México, insistem em fugir do hotel e conhecer a cidade.
– “No Estacionamento”, de Juliana Orea (UDG, México, 2016)
Lis e o seu irmão Gonzo esperam dentro de um carro a chegada de Gabriel, seu pai. Depois de muitas horas de espera, Gabriel retorna despreocupado – e Lis decide demonstrar seu desgosto.
– “O Barbeiro, uma História de Legítima Defesa”, de Abraham Escobedo Salas (UDG, México, 2015)
Em uma cidade dominada pelo cartel da área, o barbeiro, será o intermediário de uma comunicação importante; protegê-la atrairá a vingança.
– “O Mais Barulhento Silêncio”, de Marcela Moreno (PUC-Rio, Brasil, 2016)
Filme-ensaio composto por quatro relatos de estupros vividos dentro de relacionamentos, por isso tão secretos, tão silenciosos. E comuns.
– “O Passado Quebrado”, de Martín Morgenfeld e Sebastián Schjaer (UCINE, Argentina, 2015)
Depois de vários meses de ausência e sem ter claras as suas motivações, um adolescente aparece repentinamente em um hospital para se reencontrar com a mãe da sua filha que acaba de nascer.
– “O Preço”, de Gonzalo Bazillo (ENERC, Argentina, 2015)
Dois irmãos sequestram uma desconhecida para se infiltrarem em uma rede de tráfico de mulheres e resgatar a sua irmã.
– “O Ser Magnético”, de Mateo Bendesky (UCINE, Argentina, 2015)
Aldo mora com o seu irmão e dirigem juntos uma religião pregada pela internet. Aldo está cansado de ser pastor, mas não sabe como dizer isso.
– “Ossinhos de Frango”, de Juan Manuel Ribelli (UCINE, Argentina, 2015)
Mãe e filha convivem sozinhas entre o desprezo e a miséria em uma casa da periferia. O almoço as reúne uma e outra vez com os mesmos sentimentos de ódio mútuo.
– “Óxido”, de Victor Daniel López (ENERC, Argentina, 2015)
Em um mundo pós-apocalíptico, onde o Óxido endurece o corpo até a morte, um operário alienado de uma fábrica é descartado pelo sistema devido a sua infecção.
– “Palavra Sagrada”, de Marcos Altino Teixeira (IESB, Brasil, 2015)
A cada dia cresce o número de testemunhas encarregadas de difundir a “palavra sagrada”. Alguns até batem à nossa porta anunciando o retorno do “salvador”. Até hoje aguardamos…
– “Polski”, de Rubén Rojas Cuauhtemoc (EICTV, Cuba, 2015)
Em uma ilha onde um carro é símbolo de luxo, o velho Polski se transforma na possibilidade de um novo futuro. Mas, no fim, o que se revela é um montão de engrenagens que não funcionam.
– “Primos”, de Magdalena Sáenz (UBA, Argentina, 2015)
Três primos vão passar o final de semana na casa da avó. O tédio, o calor e o fato de estarem afastados dos outros familiares farão com que levem seu relacionamento numa direção incerta.
– “Sinistro”, de Mariani Ohno (ECA/USP, Brasil, 2015)
A filha é atormentada por uma coceira na mão esquerda que só cessa quando ela desenha com essa mão. Mas sua mãe a proíbe o uso da mão canhota.
– “Teiko”, de Daniel Ochoa (ECYTV, Colômbia, 2015)
Um homem abandona o seu ambiente para morrer nas montanhas diante do olhar de duas meninas e de um rebanho de vacas. No funeral, seu amigo e a namorada reconfiguram o seu relacionamento.
– “Terra Roxa”, de Leandro Alves (Ceunsp/Salto, Brasil, 2015)
Após presenciar o assassinato de sua esposa em uma emboscada, Josué mergulha em um profundo luto até o momento de sua vingança.
– “Tudo é Ritmo”, de Andressa Ocker (Unisul, Brasil, 2016)
Um mergulho no sincretismo que há 20 anos faz parte de Florianópolis unindo a cultura originária do oeste africano com a brasileira. Uma arte que ecoa dos tambores e das danças.
– “Vale a Pena”, de Camila Morales (UIA, México, 2016)
Uma reflexão sobre até que ponto o amor pode ser universal, contada através de uma jovem cozinheira que deve decidir entre continuar sua carreira profissional ou manter o seu relacionamento amoroso.
– “Venena Bibas”, de Sergio Carreño (ECYTV, Colômbia, 2016)
Em um seminário católico, o irmão Nestor aparece morto e Esteban, seu melhor amigo, conta os fatos que precederam sua morte. Ali se descobre um amor reprimido e doentio.
– “Vênus 2.0”, de Nancy Cruz (CUEC-UNAM, México, 2016)
Em Guadalajara, a capital mexicana da cirurgia plástica, mais mulheres jovens optam por se submeter a uma mudança permanente no seu corpo.
DOCTV LATINOAMÉRICA 10 ANOS
Projeto de produção e exibição de documentários desenvolvido em conjunto por emissoras públicas de televisão da América Latina, o DocTV Latinoamérica apresenta no 11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo uma seleção de seus dez primeiros anos. Estão presentes 20 obras, representando 13 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Entre os destaques está “Uma Fronteira, Todas as Fronteiras”, do mexicano David Pablos, que posteriormente ingressaria com sucesso no longa-metragem e assinaria “A Vida Depois” (2013) e “As Escolhidas” (2015) – este último também incluído na programação do festival. Do Brasil são três os trabalhos: “Horizontes Mínimos”, do mineiro Marcos Pimentel, “Jesus no Mundo Maravilha”, do roteirista da série “Cidade dos Homens Newton Cannito, e “Laura”, filmado em Nova York pelo cineasta Fellipe Barbosa (de “Casa Grande”, 2014).
A relação dos documentários, com respectivas sinopses e diretores, á a seguinte:
– “A Bisavó Tem Alzheimer” (Equador, 2012), acompanha o encontro entre a avó e a filha do diretor Iván Mora Manzano em que uma memória – a da menina – está em formação, enquanto a outra – a da avó – está se apagando. Manzano é responsável por “ Silencio Nuclear” (2002), o primeiro curta equatoriano a ser apresentado no Festival de Veneza.
– “A Certeza” (Cuba, 2012), de Armando Capó Ramos, mostra a vida de diversas personagens que realizam a viagem desde o cotidiano do seu mundo ordinário – do trabalho diário, da incompreensão da sociedade, da solidão e da saudade – até o espaço onde se reúnem para recuperar algo que não pode ser oferecido pela racionalidade moderna: a fé.
– “A Ilha e os Signos” (Cuba, 2014), de Raydel Araoz, focaliza a vida e a obra do artista cubano Samuel Feijóo retratadas através de sua revista Signos e da cultura popular da região central de Cuba, passando por suas festas, pinturas, e refletindo sobre a vida do camponês.
– “A Maldição, o Milagre e o Burro” (Colômbia, 2012), de Ayoze O’Shanahan e Maria Fernanda Céspedes, passa-se em Gramalote, uma pequena localidade colombiana. Através de seus habitantes, figuras políticas e religiosas, chega-se ao passado, presente e futuro de uma comunidade que viu suas casas caírem, uma a uma.
– “Além do Mall” (Equador, 2010), de Miguel Avear, discute a possibilidade de definição e quanlificação do cinema de um país. Coloca ainda em questão se é viável fazer cinema no Equador e se existiria um público para o cinema latino-americano.
– “Argentina e Sua Fábrica de Futebol” (Argentina, 2007), de Sergio Iglesias, busca responder o quanto custa fabricar uma estrela de futebol através d o mundo das crianças que iniciam a dura caminhada rumo a um time profissional desse esporte futebol.
– “As Mãos na Terra” (Uruguai, 2010), de Virginia Martínez, acompanha um grupo de arqueólogos da Universidade da República que entra, pela primeira vez na história do Uruguai, em um quartel. Sua missão: cavar em busca dos restos mortais dos detidos e desaparecidos durante a ditadura militar.
– “Conquistando o Forte” (Venezuela, 2014), de Charles A. Martínez, é protagonizado por três garotos que ganham a vida contando a história do povoado San Grieco aos turistas que visitam o Forte de la Galera na Isla Margarita. Sua inocência contrasta com seu cotidiano violento.
– “Espantalho” (México, 2012), de Ricardo del Conde, retrata o cotidiano de morador isolado numa pequena cabana nas montanhas que, no decorrer dos anos, desenvolveu um complexo mundo interior.
– “Família” (Panamá, 2007), de Enrique Castro Ríos, aborda o referendo popular para ampliação do Canal do Panamá, a partir de uma viagem poética ao longo de um rio, de uma costa e de um canal interoceânico.
– “Horizontes Mínimos” (Brasil, 2012), de Marcos Pimentel, recolhe pequenas histórias da vida cotidiana de diferentes personagens que têm rotinas simples. São pessoas anônimas que constroem as suas histórias longe dos cartões-postais tradicionais de uma cidade.
– “Jesus no Mundo Maravilha” (Brasil, 2005), de Newton Cannito, tem como protagonistas três ex-policiais que foram expulsos da corporação e agora trabalham num parque de diversões. O constrangimento da exoneração levou um deles a tentar o suicídio. Outro entrou para a polícia para vingar o assassinato da mãe e caçar bandidos. O terceiro é hoje evangélico e interpreta um personagem infantil que diverte as crianças na igreja.
– “Laura” (Brasil, 2010), de Fellipe Barbosa, registra uma imigrante brasileira há 25 anos ilegal em Nova York que sai todas as noites para as festas mais badaladas, frequenta os restaurantes mais caros da cidade e, no entanto, mora numa espécie de cortiço.
– “No Corpo Errado” (Cuba, 2010) promove uma viagem para dentro da vida de Mavis, uma transexual cubana que, 20 anos depois de sua cirurgia de mudança de sexo, questiona a forma como foi construída sua feminilidade. A diretora do filme, Marilyn Solaya, foi atriz no sucesso “Morango e Chocolate” (1993).
– “Overava” (Paraguai, 2012), de Mauricio Rial Banti (do longa “Trem Paraguai”, 2011), faz referência à crença popular no Paraguai de que tesouros foram escondidos sob a terra desde na metade do século 19, durante a guerra da Tríplice Aliança.
– “Querido Camilo” (Costa Rica, 2007), de Daniel Ross e Julio Molina, exibe seus diretores reencontrando, por meio de um noticiário na televisão, um amigo de adolescência que se tornou o primeiro soldado norte-americano servindo na Guerra do Iraque a desertar do exército, ser condenado
pelo tribunal militar e passar um ano na cadeia.
– “Sítio 53” (Chile, 2010), de Rodolfo Gárate Cisterna, observa uma humilde mulher de etnia pehuenche que está parada à beira de uma grande represa no sul do Chile. Ela espera para saber se poderá recuperar os restos do cemitério de sua comunidade, inundado por uma lâmina d’água de 80 metros de profundidade, por negligência da empresa proprietária da represa.
– “Tudo Sobre Meu Mate” (Uruguai, 2012), de Nelson Scartaccini, propõe um passeio pela história, pelo presente e o futuro do chimarrão no Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. A obra investiga como sobrevive uma tradição indígena milenar num mundo moderno dominado por refrigerantes industrializados.
– “Uma Fronteira, Todas as Fronteiras” (México, 2010), de David Pablos, se passa em um parque dividido por um enorme muro que delimita a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Nele, uma família se reúne depois de permanecer muito tempo separada. Não podem, contudo, se abraçar, pois um muro os divide.
– “Voo do Azucuán” (Guatemala, 2014), de Rafael de Jesús Quinteros, promove um encontro metafórico de duas espécies: os pássaros Azacuán e humanos. Enquanto uns migram rumo ao sul, outros vão para o norte, na viagem de suas vidas.
SESSÃO ACESSÍVEL
Voltado ao público portador de deficiência visual ou auditiva, o 11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo promove uma Sessão Acessível, que acontece no dia 23/07, às 17h00, no CCBB-SP. Na ocasião é exibido com audiodescrição, legendagem descritiva e na língua brasileira de sinais LIBRAS o curta-metragem brasileiro “Além do Que Se Vê”. Dirigido por Letícia Baretta, a obra promove uma reflexão sobre a capacidade de enxergar o que não se olha, mas que merece ser olhado. Um mundo onde dois jovens se alimentam da verdade, do amor e da superação através da arte.
SESSÃO INFANTIL
Uma edição especial do projeto CineClubinho recebe a programação do festival em 24/07, às 11h00. A Sessão Infantil projeta dois títulos da programação Homenagem Anna Muylaert: “Mundo da Lua” – episódio 1: “Bem-vindos ao Mundo da Lua” (1991, 33 min, livre) e “Castelo Rá-Tim-Bum” – episódio 1: “Tchau, Não! Até Amanhã!” (1995, 37 min, livre).
ENCONTROS E DEBATES
Seis mesas estão programadas pelo evento, discutindo o papel da mulher no audiovisual, aspectos da coprodução internacional e o espaço para o cinema alternativo, entre outrps temas. É necessário efetuar inscrição para as atividades previstas no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo. Já para o espaço Petrobras de encontros e para o Cinema da Vela a entrada é franca.
– Encontro Homenagem Anna Muylaert
com participação da cineasta Anna Muylaert e da cartunista Laerte
21/07, às 11h00, no Memorial da América Latina / espaço Petrobras de encontros
– mesa “O Cinema da Época de Ouro Mexicana”
com Antonio Carlos “Tunico” Amâncio (Brasil, rofessor e roteirista), Maurício de Bragança (Brasil, professor), Silvia Oroz (Brasil, pesquisadora) e Danilo Cymrot Brasil, mediador)
22/07, às 10h00, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
– mesa “Coprodução Internacional no Atual Cinema Latino-Americano”
com Agustina Chiarino (Uruguai, produtora executive), Emilie Lesclaux (Brasil, produtora), Gabriela Sandoval (Chile, diretora do festival SANFIC) e Francisco Cesar Filho (Brasil, mediador)
23/07, às 10h30, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
– mesa “O Espaço para o Cinema Alternativo na América Latina”
com Adhemar Oliveira (Brasil, diretor de programação do Espaço Itaú de Cinema), Alejandro Pelayo (México, diretor-geral da Cineteca Nacional do México), Alfredo Manevy (Brasil, diretor-presidente da Spcine) e Luiz Joaquim (Brasil, mediador)
23/07, às 15h00, no Memorial da América Latina / espaço Petrobras de encontros
– mesa “Mulheres Atrás das Câmeras”
com Ana V. Bojórquez (Guatemala, cineasta), Lucia Murat (Brasil, cineasta), Mariana Viñoles (Uruguai, cineasta) e Ana Paula Sousa (Brasil, mediadora)
26/07, às 10h00, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
– Cinema da Vela Especial – mesa “O Papel do Realizador no Cinema Latino-Americano Contemporâneo”
com Alejandro Fernández Almendras (Chile, cineasta), Lucía Ferreyra (Argentina, cineasta) e Sérgio Rizzo (Brasil, mediador)
26/07, às 19h30, no Cinesesc
Serviço:
11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo
20 a 27 de julho de 2016
website oficial: http://www.festlatinosp.com.br/
fanpage oficial: www.facebook.com/FestivalDeCinemaLatinoAmericanoDeSaoPaulo/
iniciativa: Ministério da Cultura / Lei Federal de Incentivo à Cultura
realização: Memorial da América Latina / Secretaria de Estado da Cultura e Associação do Audiovisual
patrocínio: Petrobras
correalização: Spcine e Sesc São Paulo
apoio cultural: Centro Cultural Banco do Brasil
locais e ingressos:
Memorial da América Latina
(tenda de projeções + espaço PETROBRAS de encontros)
Av. Auro Soares de Moura Andrade 664, portões 2 e 5, Barra Funda, tel (11) 2769.8098
entrada franca
Cinesesc
Rua Augusta 2075, Cerqueira César, tel (11) 3087.0500
R$ 10,00 (inteira), R$ 6,00 (meia entrada) e R$ 3,50 (comerciário)
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado 112, Centro, tel (11) 3113.3651
R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada, para estudantes, terceira idade e clientes do Banco do Brasil)
Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo)
Rua Vergueiro 1000, Paraíso, tel (11) 3397.4002
R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia entrada)
Circuito Spcine Olido
Av. São João 473, Centro, tel (11) 3331.8399
R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia entrada)
Circuito Spcine Caminho do Mar
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira 5241, Jabaquara, tel (11) 3396.5537
entrada franca
Circuito Spcine Meninos
Rua Barbinos 111, São João Clímaco, tel (11) 2945.2561
entrada franca
Circuito Spcine Perus
Rua Bernardo José de Lorena, s/nº, Pirituba, tel (11) 3915.8746
entrada franca
Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
Rua Doutor Plínio Barreto 285, 4º andar, Bela Vista, tel (11) 3254.5618
R$ 15,00 (inteira), R$ 7,50 (meia) e R$ 4,50 (comerciários), inscrições através dos links
https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/o-cinema-da-epoca-de-ouro-mexicana
https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/mulheres-atras-das-cameras
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