O Desafio do Balde de Gelo começou afim de chamar atenção para uma campanha de doação de recursos para uma o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ou ALS, na sigla em inglês), doença degenerativa que ataca as células do sistema nervoso central responsáveis pelos movimentos voluntários dos músculos. Esta é a doença que acometeu o físico Stephen Hawking.
A ALS Association criou a brincadeira que se tornou viral nas últimas semanas, sendo que mais de 15 milhões de pessoas já postaram no Facebook sobre o desafio ou interagiram com essas postagens. E a entidade já arrecadou mais de US$ 15 milhões, mais do que era esperado.
A ação se tornou viral pelo fato de personalidades com grande número de seguidores nas redes sociais terem entrado na brincadeira. A primeira personalidade a fazer explodir o desafio foi o Peter Frates, ex-jogador de beisebol que foi diagnosticado com a doença em 2012, que postou o vídeo em 31 de julho. Mas sem jogar o balde na cabeça, pois, como ele mesmo diz, “água gelada e ALS é uma mistura ruim”.
Após o “viral” entre famosos na internet, que têm filmado seus feitos, cerca de 146 mil pessoas já fizeram sua primeira doação, sem contar com os doadores regulares, segundo informações da ABC News.
O Facebook divulgou recentemente que mais de 1,2 milhão de vídeos relacionados ao desafio foram publicados na rede social. Um deles, inclusive, é do criador do Facebook, Mark Zuckerberg, que participou e desafiou o criador da Microsoft, Bill Gates, a fazer o mesmo, e dois dias depois, Gates fez um vídeo montando uma “invenção” para jogar um balde de água com gelo sem muito esforço.
O apresentador de TV Jimmy Fallon, os cantores Justin Bieber e Justin Timberlake e o atacante português Cristiano Ronaldo, o ex presidente George W. Bush, Hugh Jackman, Bem Aflleck, Gal Gadot, Lady Gaga, Chris Pratt, Steven Spielberg, JJ Abrahans participaram, e a lista só aumenta.
Também estão na lista de celebridades que já participaram, além de, Neymar, Luciano Huck, Angélica, Ivete Sangalo, Willian Bonner, Anita, Gisele Bundchen, Valesca Popozuda, além de centenas de outros no mundo todo, já que cada um que faz a ação, desafia outros, que terão 24h para realizar o feito.
Entenda melhor a esclerose lateral amiotrófica (ELA):
O que é?
É uma patologia degenerativa do sistema nervoso, que leva à paralisia motora progressiva, irreversível, de maneira limitante. Considerada rara, apresenta cerca de um caso para 100 mil pessoas por ano.
Cura e sobrevivência
Não tem cura, e a média de sobrevivência após o início dos sintomas é de três a cinco anos, como informou a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica. Mas há pessoas que vivem mais tempo, como é o caso do famoso cientista Stephen Hawking, que recebeu o diagnóstico aos 21 anos e, aos 72, continua vivo e produtivo, mesmo com todas as limitações que a doença impõe.
Sintomas
Entre os possíveis sintomas estão dificuldades para respirar e falar, rigidez nas articulações, cãibras, atrofia muscular. “Muitos pacientes só são diagnosticados em estágios avançados da doença. Em muitos casos, os médicos mantêm-se relutantes em confirmar o diagnóstico de ELA devido à limitação terapêutica. A média entre os primeiros sintomas e o diagnóstico persiste ao redor de 12 meses”, informou a ABrELA.
Causa
A sua causa não é totalmente esclarecida. De maneira geral, segundo a ABrELA, o sexo masculino é mais comprometido que o feminino em uma proporção de 2 por 1 e os brancos são mais afetados que os negros, com idade média de início aos 57 anos, um pouco mais precoce nos homens. Cerca de 4% a 6% dos casos afetados são pessoas com menos de 40 anos.
Tratamentos
Embora haja poucas drogas que substancialmente mudem a evolução da patologia, muitos tratamentos podem ser prescritos para alívio dos sintomas. A fisioterapia motora e a fisioterapia respiratória também são fundamentais.
O banho:
O banho de água com gelo em um balde é uma tradição entre os jogadores de baseball para comemorar uma grande vitória. Em 2012, o ex-jogador da modalidade, Peter Frates, foi diagnosticado com Esclerose Lateral e, atualmente, não consegue mais andar, além de se comunicar com ajuda de aparelhos.
Inspirado nesta história, o amigo Corey Griffin foi um dos criadores da campanha e um dos primeiros a fazer a homenagem em vídeo, ajudando a divulgar o gesto mundialmente.
Corey ajudou a arrecadar US$100 mil em um evento da ALS Ice Bucket Challenge antes de morrer afogado na piscina de um prédio, nas Ilhas Nantucket, nos Estados Unidos.