Agora que estreiou o primeiro episódio, já podemos jogar uma luz sobre o que é fato o que é especulação.
A série é muito fiel ao espírito dos personagens, mas com um enfoque adulto, não infantilizado, que é o espírito das animações. A série segue o tema mais pesado dos filmes da DC, o que eu particularmente gosto muito.
Os personagens são muito bem retratados, sendo fiéis a suas contrapartes dos quadrinhos, com seus dilemas e motivações.
Robin, interpretado muito bem por Brenton Thwaites, passa por um momento de transição, aonde precisa definir uma personalidade própria, longe do seu mentor. Neste episódio fica claro seu conflito interno, aonde a luta entre ser o Menino Prodígio e Dick Grayson é muito forte, e a vontade de usar o manto do herói é insuportável. O ator foi muito bem preparado e as cenas de luta são boas. Destaque para a cena do beco, aonde enfrenta criminosos em uma transação de drogas. Robin faz o que tem que fazer, assim como o Batmam em Batman vs Superman. Extremamente violento e eficaz.
O conflito do personagem veio diretamente dos quadrinhos, quando Robin passa a discordar de Batman, devida a sua agressividade e abandona Gotham para se encontrar como herói e como pessoa.
Ravena é mostrada na série como uma jovem perturbada por algo que não sabe lidar, por um lado da sua persona que teme tomar o controle. Um lado maligno que não compreende. É mostrada como em um filme de terror, o que funciona bem na série. Teagan Croft, a atriz que dá vida a Ravena, apresenta um lado frágil e delicado da personagem, isso só para contrastar com o poder imenso que existe dentro de Ravena.
Esta delicadeza força uma empatia com o público, que imediatamente sente ternura pela personagem. Destaque foi a cena em que é amarrada em uma cadeira para ser morta. Incrível ambientação dos filmes de terror. Seco e denso, o clima vai aumentando até um ápice chocante.
Estelar está incrível. A bela Anna Diop apresenta uma personagem desconexa da realidade, perdida, sem saber quem é e de onde veio. Todas as reclamações e lamentações sobre a atriz e seu visual são indevidas. O figurino da personagem, seu “uniforme” não foi mostrado nas fotos, e a roupa que ela usa, são roupas civis.
Não foi dito quem ela é, mas insinua se ser alguém famoso, tipo uma cantora ou socialite. A natureza da personagem só é revelada quando Kory Anders usa seus poderes, aí Estelar começa a aparecer.
Mutano, interpretado por Ryan Potter, não foi apresentado completamente neste episódio, sendo reservado para um segundo programa, mas pelo que foi mostrado, irá satisfazer aos fãs. Muito fiel ao espírito do personagem. E sim, ele é verde!
Os efeitos da série são muito bons, assim como sua ambientação. O diretor Brad Anderson, cujo currículo contém filmes como O Operário e Chamada de Emergência, mostrou uma clara divisão de ambientação neste episódio, dando um clima e enfoques diferentes para cada personagem.
O episódio conta com diversos estilos diferentes, retratando o espírito de cada personagem. Para Robin, um estilo que lembra os violentos filmes policiais da década de 1970, para Ravena, filmes de terror no estilo de “Invocação do Mal”, e Estelar traz um enfoque que remete a filme como “La Femme Nikita”, de Luc Besson.
Um episódio bem dirigido e com grandes interpretações, que com certeza, dá vontade de assistir acmais episódios!
Vasco Guimarães é jornalista, ator, diretor e autor, nerd, gosta de quadrinhos, cinema, colecionáveis, Batman, séries, animação, Batman (sim, duas vezes, pois gosta MUITO do personagem).
Twitter: @vascoguimaraes
Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=1528504412
Instagram: vascoguimaraes