Cinema é “coisa de criança”?

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O top 5 de bilheterias mundiais tem três desenhos e dois filmes de super-heróis. Seria o adulto a nova criança?

Por Marcelo Forlani*

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Faltam apenas algumas semanas para fechar o ano, no entanto, já é possível perceber alguns dos resultados das melhores bilheterias mundiais. E 2016 foi o ano perfeito para intrigar não só os poderosos da indústria cinematográfica, mas também a todos consumidores de conteúdo audiovisual.

Vários dos lançamentos que vinham cheios de expectativas não conseguiram cumprir suas promessas e fecharam abaixo do esperado. Foram maus resultados não só no número de pessoas que foram aos cinemas ver os filmes, como também da decepção do público, que não gostou tanto do que viu, como é o caso de Esquadrão Suicida, que apesar de bons resultados no Brasil, não surpreendeu uma boa parte dos espectadores mundo afora e foi taxado como mediano pela maioria dos críticos.

O mais curioso é que o top 5 é encabeçado por quatro produções da Walt Disney, sendo três delas animações, e nos leva a questionar: os filmes voltados à família são a coisa que mais atraem as pessoas ao cinema hoje em dia, deixando os adultos sem filhos em casa consumindo filmes e séries por streaming?

O número 1 do mundo até o momento é Capitão América: Guerra Civil, que já arrecadou até agora US$ 1.153.300.000. Não por acaso, o filme de Anthony e Joe Russo lidera também o ranking de estreias no Brasil com R$ 143 milhões arrecadados nos nossos cinemas.

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A grande surpresa deste ano é Zootopia, que também bateu a marca de 1 bilhão de dólares arrecadados nas bilheterias globais, apesar de um desempenho apenas bom nos Estados Unidos, onde aparece em sexto lugar. No Brasil o desempenho do filme chama ainda menos atenção e sequer figura entre as dez maiores estreias do ano. O resultado surpreende a todos, pois a animação não era nenhuma grande aposta dos criadores, como foi Frozen em 2013, por exemplo.

A medalha de bronze das bilheterias mundiais está nas barbatanas de Procurando Dory, que também ultrapassou a marca do bilhão e aparece como o número 1 nos Estados Unidos, com 485 milhões de dólares arrecadados até agora. No Brasil, as aventuras marinhas da Pixar aparecem em quinto lugar até agora, com 113 milhões de reais arrecadados.

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Outro filme que está muito bem nas bilheterias globais mesmo sem ter chamado atenção do público brasileiro é Mogli – O Menino Lobo. O longa que mistura computação gráfica com cenas reais é o quarto mais rentável nos Estados Unidos e no mundo e também não figura no top10 brasileiro. O sucesso é tão grande que a Disney já promete para breve adaptações nos mesmos moldes para outros clássicos animados, como A Bela e A Fera, Dumbo, Mulan e Branca de Neve.

Quem também aparece nesse top five global é Batman vs. Superman que garantiu aos produtores US$ 873.300.000. E neste caso, o resultado do Brasil ajudou. Os 132 milhões de reais arrecadados nas bilheterias locais colocam o longa-metragem dos maiores heróis da DC Comics como o segundo filme mais visto por aqui, atrás apenas do filme do Capitão América.

Heróis ou animações? Qual será a aposta para os próximos anos? Será que criações para as famílias continuarão na liderança dessa disputa ou algo novo pode virar esse jogo?

* Marcelo Forlani é diretor de marketing do Omelete Group, maior conglomerado dedicado aos fãs de cultura pop do Brasil que atinge mensalmente mais de 9 milhões de pessoas ávidas por novidades de cinema, séries de TV, games, música e histórias e quadrinhos com textos, vídeos e posts nas redes sociais.

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