Tereza Rachel morreu aos 82 anos no sábado, 02/04/2016. Tereza estava internada no centro de tratamento intensivo por causa de complicações de um quadro agudo de obstrução intestinal.
Terezinha Malka Brandwin Taiba de la Sierra, mais conhecida como Tereza Rachel, estava com 82 anos e permanecia internada desde o dia 30 de dezembro no Hospital São Lucas, em Copacabana, no Rio.
Nascida em Nilópolis, na Baixada Fluminense, a atriz começou a carreira em 1955, no teatro, sendo dirigida por Henriette Morineau em ‘Os Elegantes’, de Aurimar Rocha. No ano seguinte recebeu o prêmio de atriz revelação da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, por sua atuação em ‘Prima Donna’.
Na televisão, interpretou personagens que são lembrados pelo público, como a Lupe, de “O rebu” (1974), a Débora, da novela “O grito” (1975), a Clô Hayalla, da novela “O astro” (1978), a Martha Gama, de “Baila comigo” (1981), a Aurora, da novela “Paraíso” (1982), a Renata Dumont de “Louco amor” (1983), e a Rainha Valentine de “Que rei sou eu?” (1989).
Em 1995, interpretou Francesca Ferreto na novela “A próxima vítima”, e também se destacou como a vilã Dona Bertha, da novela “Era uma vez” (1998). O último papel de Tereza Rachel na TV Globo foi na novela “Babilônia” (2015).
Atriz, produtora e intérprete inquieta, ela fundou nos anos 70 o Teatro Tereza Raquel, em Copacabana, onde produziu peças inéditas e trouxe diretores europeus ligados à vanguarda, fazendo de sua casa de espetáculos um dos polos de destaque do teatro carioca. Tombado em 2004, o teatro foi reestruturado em 2012, após ser arrendado pelo produtor cultural Frederico Reder.
Nas décadas de 50 e 60, foi atriz e produtora de peças como “Bonitinha, mas ordinária”, de Nelson Rodrigues, com direção de Martim Gonçalves. Em 1965, esteve em “Berço do herói”, de Dias Gomes, dirigida por Antônio Abujamra. A peça foi interditada pela censura antes da estreia. Neste mesmo ano, fez parte do elenco de “Liberdade, liberdade”, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, produção do Grupo Opinião. Dois anos depois, atuou no sucesso de público “Édipo Rei”.
Além de se destacar no teatro, Tereza Rachel atuou também em filmes como: “Genival é de morte” (1956), de Aloísio T. de Carvalho, “Ganga Zumba” (1963), de Carlos Diegues, “Procura-se uma rosa” (1964), de Jece Valadão, “Canalha em crise” (1965), de Miguel Borges, “Amante muito louca” (1973), de Denoy de Oliveira, “Revólver de brinquedo” (1977), de Antonio Calmon, e “A volta do filho pródigo” (1978), “Canudos” (1978) e “Pedro mico” (1985), todos de Ipojuca Pontes.
Em 1974, ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Gramado, pelo filme “Amante muito louca”. Com sua atuação em “A volta do filho pródigo”, foi premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como melhor atriz coadjuvante em 1981.