A atriz Beatriz Segall morreu nesta quarta-feira, 05/09/2018, aos 92 anos, informou a assessoria de imprensa do hospital Albert Einstein
Beatriz esteve internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e tinha recebido alta no dia 21 de agosto, mas o motivo da internação não foi divulgado, a pedido da família.
Em 2013, Beatriz Segall trapeçou em uma calçada da Gávea, Zona Sul do Rio, e ficou pelo menos 20 dias em casa para se curar de um grande hematoma em seu rosto. Na ocasião, o ex-prefeito Eduardo Paes pediu desculpas à atriz.
Em 2015, Beatriz Segall se machucou com gravidade ao cair no palco durante a apresentação da peça “Nine – Um Musical Feliniano”, em São Paulo. Naquela ocasião, ela passou por uma cirurgia no braço direito e acabou substituída no espetáculo.
A última participação da atriz na TV foi na série “Os experientes”, há quase três anos.
Em uma carreira de mais de 70 anos dedicada aos palcos e à TV, Beatriz Segall viveu em 1988 o papel que a eternizou na teledramaturgia brasileira. Após 192 capítulos da novela “Vale tudo”, a vilã interpretada pela atriz carioca morria com três tiros e fazia o país inteiro se perguntar: “Quem matou Odete Roitman?”.
A associação com a sofisticada personagem da novela de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères foi tanta que Segall passou a receber apenas convites para papéis refinados.
Nascida em 25 de julho de 1926 no Rio de Janeiro, Segall fez sua primeira peça durante um exercício de língua na Aliança Francesa. Convidada para se tornar profissional, recusou por causa da desaprovação do pai, que queria que ela fosse professora.
Pouco depois fez participou de um filme, “A Beleza do Diabo” (1950), quando decidiu fazer um curso de intepretação. Após participar de um trabalho semiamador com outras atrizes que também estavam começando, como Fernanda Montenegro e Nicette Bruno, foi à França estudar teatro e literatura.
Ao retornar ao Brasil, recusou outra peça e ficou por 14 anos como dona de casa, após se casar com Maurício Segall. Até que em 1964 aceitou um papel no Teatro Oficina a convite do diretor José Martinez Corrêa.
Além de atuar em algumas novelas e filmes, recuperou com o marido o Teatro São Paulo, que administrou até 1974.
A estreia na Globo aconteceu em 1978, na novela “Dancin’ days”. Após agradar o público, no ano seguinte esteve na novela “Pai herói”, quando viveu a vilã Norah.
Em 1980, participou do premiado filme “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, dirigido por Hector Babenco. Oito anos depois, após passagem por outras emissoras, voltou à Globo para viver seu papel mais icônico.
Mesmo assim, após muita insistência do autor Gilberto Braga, que fazia questão da atriz como Odete Roitman. Na época, Segall estava em cartaz no teatro, e não aceitou o projeto inicialmente.
A atriz chegou até a repetir o mesmo papel em duas novelas diferentes. A miss Penélope Brown estreou em 1990 em “Barriga de aluguel”, de Gloria Perez. Em 2001, ela voltava a aparecer em “O clone”, da mesma autora.
Na Globo, seus últimos trabalhos foram na novela “Lado a lado”, em 2012, na qual interpretou uma rica senhora francesa, Madame Besançon. Em 2015, esteve no seriado “Os Experientes”, que abordava a vida na terceira idade.