Um projeto em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo obriga as empresas de ônibus da cidade a instalarem ar condicionado e redes wi-fi em todos os veículos de suas frotas. O Projeto de Lei (PL 195/2014), do vereador Eduardo Tuma (PSDB), ainda precisa passar pelas comissões de mérito antes de ter condições de ser votado em plenário.
Na justificativa do projeto, a proposta tem o intuito de “melhorar o conforto dos usuários do serviço de transporte coletivo público”. Sobre a obrigatoriedade do wi-fi, ele argumenta que “a finalidade primordial da proposta é promover a inclusão digital, possibilitando a universalização do acesso à informação e a interação com os serviços públicos em geral. A rede mundial de computadores faz parte da nossa vida e se tornou uma importante ferramenta para capacitação e conhecimento dos cidadãos”.
O PL condiciona a implantação das melhorias à manutenção da tarifa vigente, ou seja, as empresas não poderiam aumentar o preço da passagem com a justificativa de adequar a frota à lei.
O funcionamento da internet Wi-Fi dentro dos ônibus e trens é o mais simples e óbvio possível, ao menos nos veículos que trafegam no Brasil. A maioria dos veículos recebe o sinal de internet via um modem 3G.
Dentro do ônibus, um roteador garante a redistribuição do sinal para os usuários, mediante senha e autenticação de acesso. Isso garante que pessoas que não sejam os passageiros não acessem a rede de maneira a se aproveitar de eventuais brechas no seu equipamento.
Embora embarcar em um ônibus com Wi-Fi garantido seja algo convidativo, é importante ficar atento a alguns detalhes, em especial se estivermos falando de uma viagem interestadual.
Alguns pontos nas estradas brasileiras não recebem com qualidade o sinal e você pode ficar sujeito a “pontos cegos” na estrada. Além disso, lembre-se de que o sinal 3G será dividido com os demais passageiros. Dependendo da quantidade de acessos, você pode se surpreender negativamente com a velocidade.
No caso dos aviões, a segurança é, sem dúvida, a maior das preocupações. Muito mais do que prover acesso à web, é preciso que essa conexão seja segura de tal forma que não seja possível interferir nas comunicações da aeronave e garantir, antes de tudo, um voo tranquilo.
No caso das aeronaves norte-americanas, a tecnologia por trás da web nos aviões funciona mediante torres retransmissoras de sinal via satélite. A Gogo Inflight, uma das principais provedoras do gênero nos EUA, produziu até mesmo um vídeo para ilustrar o processo.
Em pontos-chave do país, foram instaladas uma série de potentes torres retransmissoras de sinal. Juntas elas cobrem praticamente todo o mapa, fazendo com que todas as rotas de voo comerciais sejam contempladas.
A busca dos pontos de acesso é similar à utilizada no seu smartphone. O sistema procura sempre o ponto de Wi-Fi com maior intensidade de sinal, transitando de um para outro sem requerer uma nova autenticação, o que garante internet estável.
Outros sistemas como o da OnAir também estão disponíveis para alguns voos da TAM no Brasil. Utilizando a rede GPRS (2.5G), o usuário se conecta à web e pode navegar tranquilamente. Contudo, ao menos no país, o serviço é tarifado e é importante ficar atento ao custo para não ter surpresas na hora de fazer o check-in.
Seguro e estável?
Em se tratando de segurança, não há muitos problemas para os usuários. Basicamente, os cuidados básicos que você já toma quando acessa a internet em conexões públicas podem ser aplicados aos meios de transporte. Contudo, se você espera altas velocidades, é bom pensar duas vezes antes de confiar inteiramente nesse tipo de conexão.
Ainda há muitas limitações técnicas no meio de forma que a internet, tanto nos ônibus quanto nas aeronaves, é muito mais uma ferramenta de suporte para otimizar o tempo do que qualquer outra coisa.
Checar emails, acessar sites e redes sociais ainda é o maior foco das velocidades disponíveis. Por isso seja paciente e esteja preparado para consideráveis oscilações de velocidade, daquelas de fazer você sentir saudades por estar longe da internet da sua casa.