O oitavo episódio da saga espacial, que estreia no Brasil nesta quinta-feira, 14/12/2017, é um dos melhores já feitos e não é uma regravação de “O Império contra-ataca” (1980).
O filme dirigido e escrito por Rian Johnson (“Looper: Assassinos do futuro”) segue um caminho diferente de “O Despertar da Força” (2015) – criticado por alguns pela trama muito parecida a “Uma nova esperança” (1977), dando espaço para que seus protagonistas brilhem tirando a certeza de quem achava que já sabia o que vai acontecer no próximo.
“Os últimos Jedi” começa praticamente aonde o antecessor terminou. Rey (Daisy Ridley) encontra Luke Skywalker (Mark Hamill) no planeta isolado onde o antigo mestre Jedi se escondeu. Por causa de erros do passado, o amargurado veterano resiste a ensinar a jovem a controlar seus poderes com a Força.
Enquanto isso, as tropas sobreviventes da Rebelião, organização liderada pela general Leia (Carrie Fisher) que luta para libertar a galáxia, correm para escapar da última e maior investida da implacável Primeira Ordem.
Luke está de volta, com todas as suas qualidade e defeitos. Após décadas de nostalgia (e graças ao carisma de seu intérprete), é fácil esquecer o quanto o personagem era irritante na trilogia original, e isso não mudou.
Focar nos personagens é uma das maiores forças do roteiro de Johnson, cineasta que comandará uma trilogia totalmente nova (e fora da saga dos Skywalkers). Em “Os últimos Jedi”, todos têm seu momento de destaque.
“Os Últimos Jedi” reforça o conceito central da série de Luz e Escuridão, Bem e Mal, mas mostra que pode existir uma área cinzenta entre os dois lados. O oitavo episódio da série consegue uma bela harmonia entre momentos emocionantes e aqueles que arrancarão risos dos fãs.
A maior parte das cenas de cada personagem tem potencial para arrancar lágrimas do público. E lembrar da morte inesperada de Fisher no final de 2016 ajuda a intensificar os sentimentos.
Mesmo que o desfecho aparente ter encaminhado o fim da trilogia para um caminho sem volta, as profecias quebradas ao longo deste episódio dão pistas de que não é seguro prever qualquer coisa com exatidão.
Johnson deixa para J. J. Abrams, que retorna ao comando da série no novo e derradeiro episódio, um caminho cheio de possibilidades. Agora só resta aos fãs esperarem até dezembro de 2019 para saber se estes são mesmo os últimos Jedi – ou se o fim de um ciclo é apenas o começo de uma nova Ordem.