Vida Alves, atriz do 1º beijo e do 1º beijo gay da TV brasileira, morre aos 88 anos

Vida Alves, atriz do 1º beijo e do 1º beijo gay da TV brasileira, morre aos 88 anos

Morreu por volta das 22h desta terça-feira, 03/01/2017, em São Paulo a atriz e escritora Vida Amélia Guedes Alves, pioneira da televisão brasileira.

Vida tinha 88 anos, estava internada no hospital Sancta Maggiore desde 28 de dezembro e morreu de falência múltipla dos órgãos. Vida Alves é a atriz que deu o primeiro beijo da TV brasileira, na década de 50, e o primeiro beijo gay, nos anos 60.

Com mais de 70 anos de carreira, ela começou trabalhando no rádio, passou para as telenovelas, contracenou com grandes nomes como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Eva Wilma e Aracy Balabanian, fez carreira no cinema, apresentou programas na TV e escreveu novelas.

Em 1995, ela criou junto com outros artistas a Associação dos Pioneiros Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira (Pró-TV), que busca preservar a memória da televisão brasileira.

Vida Alves nasceu em Itanhandu (MG), em 15 de abril de 1928, e é avó da cantora Tiê. Sua trajetória é contada na biografia “Vida Alves – Sem medo de viver”, de Nelson Natalino, lançada em 2013 pela editora Imprensa Oficial. A saúde da atriz se complicou há um ano, quando se submeteu a uma cirurgia, mas o problema de saúde persistiu.

A atriz lutou pela criação de oficial do Museu da Televisão Brasileira, que por 13 anos abrigou dentro de sua casa, e pela preservação da memória da radiodifusão”, diz a nota. “Nesse momento difícil, nos solidarizamos com a família de Vida Alves, com seus amigos e colegas da área, que ela sempre fez questão de representar”.

O primeiro beijo da TV brasileira foi na novela “Sua vida me pertence”, de 1951, na emissora Tupi. O par romântico dela era Walter Forster, que também era diretor. O pudor era tão grande, lembra Vida, que o fotógrafo da Tupi não registrou o momento do beijo – ela diz que o profissional considerou que, de qualquer forma, a imagem não seria publicada na imprensa da época.

Vida Alves foi pioneira novamente no teleteatro “A calúnia”, em que protagonizou um beijo gay com a atriz Geórgia Gomide em 1963.

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