O CineFreak esteve presente na segunda edição da Comic Con Experience, evento brasileiro nos moldes das Comic Cons americanas
A segunda edição do evento foi maior, mais imponente, com mais convidados, mais expositores, painéis, eventos, produtos exclusivos, mais opções de comida (a um preço mais acessível).
Segunda edição da Comic Con Experience reúne 142 mil pessoas com mais de 135 horas de conteúdo nos auditórios, três pré-estreias de filmes e 600 horas de programações simultâneas, a CCXP se consolida como o maior evento de cultura pop da América Latina e confirma 3ª edição entre 1 e 4 de dezembro de 2016
Com mais convidados do que a primeira edição, a Comic Con 2015 contou com a presença de ilustres:
Frank Miller, Anna Popplewell, Evangeline Lilly, David Tennant, John Rhys-Davies, Krysten Ritter, Misha Collins, Alfonso Herrera, Aml Ameen, Jamie Clayton, Steve Cardenas, Affonso Solano, Amy Chu, Chris Taylor, Dan DiDio, David & Meredith Finch, Ed Benes, Emily Anderson, Érica Awano, Esad Ribic, Felipe Massafera, Gerard Way, Hiro Kiyohara, Jim Lee, John Totleben, Kevin Maguire, Kevin Maguire, Lady Lemon, Mark Waid, Mauricio de Sousa, Mike Deodato, Mike McKone, Paulo Crumbim & Cristina Eiko, Pedro Cobiaco, Scott McCloud, Shiko, Timothy Zahn, Érico Borgo, Marcelo Forlani, Adam Sandler, Terry Crews, Taylor Lautner, Jorge Garcia e Frank Coraci.
Dentre tantos produtos exclusivos presentes nesta CCXP, a Mattel trouxe um box de action figures de Batman v Superman com efeitos de luz e som, lançado na Comic Con San Diego e que só seria vendido nesta segunda edição do evento.
Claro que um evento deste porte sempre apresenta alguns problemas, seja de organização ou de ocorrências isoladas, como o novo posicionamento das bilheterias, muito distante da entrada do espaço de eventos, um caminho muito tortuoso que não possibilitava o acesso de pessoas com deficiência. O serviço de avisos pelo sistema de som foi uma inovação legal, mas não atendia s necessidades dos surdos que visitaram o evento. Mas o problema que criou o maior desconforto foi o calor.
Infelizmente um fato isolado neste tipo de evento maculou a integridade da intenção da CCXP. O Programa Pânico na Band enviou ao evento dois “repórteres”que ofenderam e humilharam cosplayers que estavam presentes para abrilhantar o evento. Ao entrevistar uma jovem caracterizada como Estelar dos Jovens Titâs, muito bem caracterizada, por sinal, os comediantes ofenderam a menina, tirando sua maquiagem com o dedo e lambendo seu braço. Claro que um comportamento obtuso e ofensivo como esse não é culpa da organização, mas um fato isolado. A ação do Pânico não passou despercebida da organização da CCXP, que imediatamente baniu a equipe desta e de todas outras edições.
Se pronunciando sobre o ocorrido, a organização da Comic Con Experience publicou uma nota de repúdio:
“Na CCXP – Comic Con Experience, todas as pessoas são bem-vindas e incentivadas, sem preconceitos, a ser quem são – ou quem desejam ser. É um ambiente harmonioso que defendemos, um lugar onde cosplayers, nerds, gamers, cinéfilos, leitores de quadrinhos e simples curiosos convivem com respeito. Numa convenção de cultura pop, o contrato social que sonhamos para nós – em que toda diferença é aceita e celebrada – torna-se realidade.
É com tristeza e um sentimento de desgosto, então, que assistimos à maneira como o programa Pânico na Band, incapaz de lidar com o diferente, traz para dentro da CCXP seus preconceitos de gênero e seu franco desrespeito, entrevistando cosplayers com grosseria – chegando a lamber uma visitante. Depois desse incidente lamentável o Pânico na Band foi banido da CCXP 2015 e de todas as atividades organizadas a partir de hoje.
Não se trata aqui de discutir limites de humor. A cobertura do Pânico na Band da CCXP 2014, inclusive, foi muito bem-humorada e eles foram credenciados para a nova edição dentro desse espírito. No entanto, assédios moral e sexual são temas seríssimos e preocupações constantes em convenções de cultura pop no mundo inteiro – assim como fora delas. As atitudes do Pânico na Band dentro da CCXP representam um retrocesso que não podemos aceitar. Ninguém pode, não mais.
O senso de humor é um componente fundamental do cosplay. Nesta segunda-feira a web ainda se diverte com as imagens dos trajes mais inventivos que passaram pelos quatro dias da convenção, do meme de Pulp Fiction às crianças vestidas de Coringa. Mas o cosplay também é uma forma de expressão que ajuda muita gente a fantasiar, com segurança, com aquilo que deseja para si. Pessoas aderem ao cosplay para se tornarem mais fortes, usando a interpretação e a confecção de seus trajes para lutar contra quadros de depressão, para manifestar sua sexualidade, para trabalhar sua auto-estima, como um super-herói.
O Omelete, que integra a organização da CCXP, repudia com indignação a postura inaceitável do Pânico na Band porque ela desmancha esse encanto do qual depende qualquer convenção de cultura pop. Mas os cosplayers, os nerds, os gamers, os cinéfilos e os leitores de quadrinhos são maiores, mais unidos e mais fortes. E um dia o contrato social de tolerância que estabelecemos dentro dessas convenções vai se espalhar porta afora, como um coro.”
Algumas pessoas reclamaram que o evento estava muito lotado, dos altos preços dos produtos e das filas dos painéis, mas vale lembrar que nas Comic Cons internacionais ocorrem os mesmos problemas, e lotação, neste caso, é sinal de sucesso. Estamos aprendendo com os erros de se produzir um evento como este, e alguns problemas que pontuaram a edição passada foram sanados, como o preço e pouca variedade de alimentos e bebidas no evento.
Claro que a Comic Con Experience está nos primeiros passos, se comparada a versão americana, mas já esta crescendo muito, e, sem dúvida, é a maior da América Latina do gênero.
Orgulho também é a qualidade da caracterização dos cosplayers, que ostentaram fantasias lindas, extremamente bem produzidas, o comportamento, interação e diversidade do público também foi exemplar.
O público estava completamente engajado com a temática, comparecendo a caráter, com camisetas de super heróis.
A CCXP 2015 teve de tudo, pessoas fantasiadas, personagens engraçados, fãs de carteirinha de séries e filmes, curiosos, colecionadores, pais e filhos, fãs de certos personagens, juntos curtindo, encontro de gerações, tudo que se pode esperar em uma Comic Con.
A Comic Con Experience 2015 se afirmou como um dos grandes eventos internacionais da temática. Conquistando a todos que lá estiveram. Agora é esperar pela edição de 2016, que já está confirmada entre 01 e 04 de dezembro.
CCXP 2015:
Primeira edição da CCXP: