Orlando Orfei, um dos maiores nomes do circo mundial, morreu no sábado, 01/08/2015, aos 95 anos, de pneumonia
Orfei estava internado no HSCOR de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, desde o dia 16 de julho de 2015.
Orlando Orfei nasceu em 1920, na Itália e estava no Brasil desde o fim da década de 1960. Começou a se apresentar como palhaço ainda na infância, aos 6 anos e foi numa visita ao Brasil, durante o Festival Mundial do Circo, no Maracanãzinho, no Rio, que ele se apaixonou pelo país.
Montou por aqui o Circo Nazionale D’Itália, que estreou em São Paulo em 1969, três anos depois, fundou o Tivoli Park, na Lagoa, na Zona Sul do Rio. O Tivoli Park, que encerrou suas atividades cerca de duas décadas depois, foi um dos mais famosos parques de diversão do país.
Orlando deixa seis filhos, treze netos e seis bisnetos. O corpo do artista será velado na segunda-feira, 03/08/2015, a partir das 14h, no Cemitério Jardim da Saudade de Mesquita e o enterro será no dia 04/08, no mesmo cemitério.
A história dos Orfei teve início em 1822 quando o então seminarista Paulo Orfei conheceu uma jovem da família Massari no conservatório da cidade italiana de Ferrara. Os dois se apaixonaram e ele abandona a vida eclesiástica e decide pedir a mão da moça em casamento. Como a família se opõe, os dois fogem e se refugiam com ciganos que viajavam pela Itália.
Três anos depois, em 1825, nasceu o primeiro Circo Orfei. O jovem Orlando Orfei, neto de Paulo, estreia no picadeiro aos 6 anos como palhacinho dentro das calças do irmão palhaço, que a um certo momento do esquete o retirava como se estivesse grávido. Depois disso, dos 9 aos 15 anos foi malabarista – um dos números mais difíceis –, equilibrista, ciclista acrobático e mágico aos 18 anos,
Em 1956 um domador alemão deixou a companhia e Orfei decidiu se tornar domador, o que o levou a ser considerado um dos melhores do mundo, por seu estilo descontraído de tratar os animais. Orlando Orfei foi responsável por inúmeras invenções do circo moderno: quando os circos eram obrigados a encerrar temporadas por causa do inverno rigoroso da Europa, Orfei inventa a calefação a diesel.
Convence seu amigo Canobbio, hoje o mais famoso fabricante de lonas de circo do mundo, a construir a primeira lona de plástico, quando as lonas eram de algodão, impagáveis devido ao seu alto custo e com pouco tempo de vida. Enfrenta o irmão Paridi, seu sócio, ao idealizar o cartaz de 4 folhas e assim aumentar a eficácia dos cartazes de colagem urbana. O som central utilizando a concavidade do interior do circo, a propaganda aérea, as águas dançantes e principalmente seu modo inigualável de domar os animais.
Orlando Orfei foi domador, pintor, escritor, dublê de cinema e televisão, empresário, diretor circense e músico, apesar de não poder tocar mais já que teve um acidente com uma de suas leoas onde perdeu a articulação de um dos dedos das mãos.
Na pintura, teve suas obras reconhecidas como herdeiras da arte alemã, por especialistas e, durante anos, teve suas telas expostas na Sala Antonina uma das mais importantes galerias de Roma, por indicação do cardeal Fanini, seu amigo do Vaticano. Foi internado no dia 16 de julho de 2015. No dia 1 de agosto de 2015, morreu aos 95 anos vítima de pneumonia.