Há 30 anos, no dia 3 de Junho de 1988, era lançado nos EUA (no Brasil foi lançado no dia 29 de Setembro do mesmo ano) o filme “Quero ser Grande” (“Big”), um dos maiores clássicos entre as comédias oitentistas, popularmente apelidadas no Brasil como “Clássicos da Sessão da Tarde”.
O enredo gira em torno de Josh Baskin, um garoto de 12 anos que mora no subúrbio de New York e fica revoltado ao ser barrado em uma Montanha Russa no parque de diversões por ser baixo demais, desolado ele descobre um brinquedo chamado “Zoltar” que a pessoa faz um pedido para a máquina, o seu pedido é que ele seja “grande”. Josh volta para casa e acha que nada aconteceu até que acorda no dia seguinte com a aparência de um homem de 30 anos. Apesar da aparência adulta, Josh permanece com a mentalidade de uma criança de 12 anos. Sua mãe o coloca pra fora de casa por achar que tratava-se de um bandido que tinha invadido a casa. Josh e seu melhor amigo, Billy Kopecki, procuram por todos os parques de New York que tivessem outra máquina “Zoltar” para Josh voltar a ter 12 anos, enquanto isso, ele consegue um emprego para se sustentar na cidade, nisso ele conhece o primeiro amor de sua vida e a partir daí que a história começa a se desenvolver com Josh no dilema entre crescer ou continuar a ser uma criança de 12 anos mesmo tendo a aparência de 30.
O filme conta com um excelente elenco principal, um Tom Hanks em franca ascensão na carreira, Elizabeth Perkins (Weeds) e os saudosos John Heard (Esqueceram de Mim) e Robert Loggia (Scarface, Falcão – O Campeão dos Campeões). Curiosamente, o papel de Josh quase não foi para Tom Hanks, o estúdio chegou a consultar Jeff Bridges e Dennis Quaid antes de dar o papel a Hanks.
“Quero ser Grande” é venerado e exaltado até hoje como um dos filmes mais marcantes da década de 80, a sua célebre cena do piano em que o personagem de Tom Hanks toca com Robert Loggia é constantemente homenageada como nos jogos Pokémon Saphire e Ruby em que aparece a cena na televisão da casa do personagem principal ou em “Os Simpsons”, no episódio “Lisa vs. Malibu Stacy” em que Homer aparece tocando a música “Rock around the clock” com os pés no piano. Além da película ter inspirado outras como “De Repente 30” com Jennifer Garner e Mark Ruffalo e “17 Outra Vez” com Matthew Perry e Zac Efron. O filme deu a Tom Hanks a sua primeira indicação ao Oscar na categoria de Melhor ator, concorrendo também ao Oscar de Melhor Roteiro Original e recebendo também duas indicações ao Globo de Ouro, Melhor filme de Comédia/Musical e Melhor ator em Comédia/Musical para Tom Hanks.
Existe uma lenda urbana, que não se sabe se é verdade, que a história do filme foi inspirada nas HQ do personagem “Shazam” da DC em que o órfão Billy Batson, também por volta dos seus 12 anos, conhece um mago que dá a ele super-poderes e toda vez que grita “Shazam”, toma a forma de um homem adulto com super-força, super-velocidade e invulnerabilidade do seu corpo, entre outros poderes. O que se sabe de verdade, é que o longa-metragem do herói, a ser lançado em 2019, terá forte influência de “Quero ser Grande”.
Pra mim, particularmente, “Quero ser Grande” é seguramente um dos meus 10 filmes favoritos e essenciais que qualquer cinéfilo deve assistir, não é apenas uma comédia infanto-juvenil, ele tem lições valorosas de como é uma verdadeira amizade, primeiro amor e a inocência da infância, tudo isso em um roteiro extremamente dinâmico e carismático que não soa piegas e nem artificial, unido ao grande elenco que fazem dele um clássico, não só da “Sessão da Tarde”, mas seguramente, um clássico sim do cinema, um filme que marcou a vida de toda uma geração que hoje tem entre 30 e 40 anos.
Texto do colunista Illo Schaun, nerd, advogado, legender nas horas vagas, roqueiro, leitor voraz de HQ e livros, viciado em filmes e séries, sonha em ser o Batman e coleciona diversas versões de batmóveis.
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