Celebrando sua décima segunda edição no período de 26 de julho a 2 de agosto, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo tem como grande homenageado brasileiro o cineasta Beto Brant. Além de seus premiados longas-metragens, como “Os Matadores” (1997) e “O Invasor” (2002) e “Crime Delicado (2005), o evento promove a pré-estreia mundial de dois novos filmes do realizador: “Zócalo”, que acompanha um evento no famoso centro histórico da Cidade do México, e “Ilú Obá De Min – Homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra”.
O festival reúne os destaques da produção mais recente feita na América Latina e no Caribe, incluindo vários títulos inéditos no Brasil. No total, são 102 filmes, representando 18 países da região: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Várias pré-estreias brasileiras estão confirmadas na programação. Um dos destaques é o filme de abertura do evento, “Corpo Elétrico”, de Marcelo Caetano, um olhar inventivo sobre jovens trabalhadores da cidade de São Paulo que discute o afeto, a homossexualidade e a situação de imigrantes. Estão programados outros três títulos nacionais em première mundial: “Apto 420”, de Dellani Lima, “Música Pelos Poros” e “Gilberto Mendes e a Música Nova”, ambos de Marcelo Machado. Estão incluídos ainda o inédito no Brasil “Cubajazz”, de Max Alvim e Mauro di Deus, e os seguintes longas-metragens inéditos em São Paulo: “No Vazio da Noite”, de Cristiano Burlan, “Para Ter Onde Ir”, de Jorane Castro, “Rifle”, de Davi Pretto. Completa a programação brasileira da seção Contemporâneos do festival “Angelus Novus”, de Duo Strangloscope (Rafael Schlichting & Claudia Cardenas).
Entre as atrações internacionais estão os argentinos inéditos no Brasil “O Inverno”, de Emiliano Torres, premiado pelos festivais de San Sebastián, Havana e Biarritz; “Alta Cumbia”, de Cristian Jure, sobre um popular movimento musical jovem; e “Ônix”, premiado no Festival de Chelsea. Do mexicano Amat Escalante (de ”Heli”) o festival exibe seu recente “A Região Selvagem”, vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Veneza. Outro mexicano, este inédito no Brasil, é “Tesouros”, de María Novaro, no qual um grupo de crianças tentam encontrar um tesouro que teria sido escondido pelo pirata Francis Drake. O conhecido ator uruguaio Daniel Hendler (“25 Watts” e “O Abraço Partido”) é diretor do drama político “O Candidato”, que conquistou o prêmio de melhor direção no Festival de Miami. Da Costa Rica vem “O Som das Coisas”, de Ariel Escalante, enquanto que “Os Ninguéns” apresenta um novo nome do cinema colombiano, o diretor Juan Sebastián Mesa. Temáticas jovens estão presentes no boliviano “Viejo Calavera”, de Kiro Russo, eleito melhor filme no Festival de Cartagena, e no peruano “Wik”, de Rodrigo Moreno del Valle. Já no venezuelano “Belén”, de Adriana Vila Guevara, o foco é uma mulher representante da ancestral cultura negra.
Produções chilenas recentes que mereceram elogios no circuito internacional e são assinadas por novos talentos da cinematografia do país estão em destaque no Foco Chile. O programa reúne os longas-metragens “Jesus”, de Fernando Guzzoni, “Más Companhias”, de Claudia Huaiquimilla, “Rei”, de Niles Atallah, e “Vida em Família”, de Cristián Jiménez e Alicia Scherson. São obras finalizadas em 2016 e 2017 que circularam em festivais prestigiosos, como Roterdã, Sundance, Toronto e Guadalajara e todos os filmes têm representantes confirmados em São Paulo. Realizada em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Chile, a programação é resultado das políticas públicas voltadas ao audiovisual do país, que têm levado o cinema chileno às principais vitrines internacionais, onde tem sido elogiado por sua diversidade e seu vigor.
Já em sua 10ª edição, a competição Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilect reúne 46 títulos, representando 22 instituições de oito países: Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México e Uruguai. Entre os destaques estão os argentinos “Business”, exibido no Festival de Cannes, e “Dear Renzo”, selecionado para os festivais de Locarno, Nova York, Viena, Toulouse, BAFICI e Mar del Plata, entre outros. A seleção traz ainda obras que discutem questões de gênero, como os brasileiros “Diva”, “Entre os Ombros” e “Lugar para Ninguém”, o mexicano “Evaporação” e o argentino “Chike”. Duas produções colombianas ambientam-se em meio aos conflitos armados ocorridos naquele país entre os anos 1980 e início da década de 2000 e suas consequências: “As Acácias” e “Pal’Monte”. O júri de premiação deste ano é formado pela produtora Diana Almeida (do sucesso “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”) e pelos diretores Dellani Lima (de “Apto 420”) e Marcelo Caetano (de “Corpo Elétrico”).
O DocTV Latinoamérica é o primeiro programa de fomento à produção e teledifusão do documentário latino-americano, numa parceria entre produtores independentes e emissoras públicas de televisão – atualmente são 22 canais que transmitem os documentários produzidos. A quinta edição do projeto, que é exibida no 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, tem por eixo temático a felicidade. Estão reunidos 16 títulos, representando Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Novidade desta edição do festival, Latininhos é uma programação especial voltada para o público infantil e para a família acontece no final de semana dos dias 29 e 30 de julho, no Memorial da América Latina. Nos dois dias, no auditório da Biblioteca Latino-Americana são projetados “Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme”, de Cao Hamburger, às 11h00, o mexicano “Cantando de Galo”, de Gabriel Riva-Palacio Alatriste e Rodolfo Riva-Palacio Alatristee, e o documentário “Pitanga”, de Beto Brant e Camila Pitanga. Ao ar livre, às 18h30, também em ambos os dias, é a vez de “Dominguinhos”, de Mariana Aydar, Eduardo Nazarian e Joaquim Castro.
A agenda de Encontros, Debates e Oficina prevê cinco atividades. São duas mesas no espaço PETROBRAS de encontros (Memorial da América Latina): uma em torno do título de abertura do evento, o longa-metragem “Corpo Elétrico” (dia 27/07, às 11h00) e outra sobre o homenageado do festival, Beto Brant (dia 29/07, às 16h00). No Cinesesc, no dia 1º/08, às 19h30. Tem lugar o “Cinema da Vela Espécial – O Jovem no Cinema Latino-Americano Atual”. O encontro “cinema. novos dispositivos. imagens e comportamentos.” reúne o antropólogo Massimo Canevacci, artista multimídia Tadeu Jungle e o curador Marcus Bastos no dia 29/07, às 11h00, também no Cinesesc. Finalmente, o curso “Filmando Corpos Queer: Os Gestos da Direção, os Gatilhos da Criação”, é ministrado nos dias 1º e 2 de agosto, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.
Pela primeira vez, o festival sedia, em parceria com a empresa Art Shine, a Feira Gastronômica Latino-Americana. Nos dias 29 e 30/07, no Memorial da América Latina, a iniciativa traz comidas típicas de diversos países da região.
Com curadoria e direção assinadas por Jurandir Müller e Francisco Cesar Filho, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo é uma realização do Memorial da América Latina, da Secretaria de Estado da Cultura, e da Associação do Audiovisual. Uma iniciativa do Ministério da Cultura / Lei Federal de Incentivo à Cultura, o evento conta com patrocínio da Petrobras, Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo e Imprensa Oficial, sendo uma correalização do Instituto CPFL, Sesc São Paulo e Spcine.
Mais informações podem ser acessadas no website do festival www.festlatinosp.com.br/
e na fanpage oficial do evento – facebook.com/festlatinosp.
SOBRE OS FILMES E ATIVIDADES DO FESTIVAL
sessão de abertura
Inédito no Brasil, “Corpo Elétrico” é a atração de abertura do 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Dirigido por Marcelo Caetano, o filme mereceu première mundial no badalado Festival de Roterdã em janeiro último, conquistou o Prêmio Maguey no Festival de Guadalajara e colecionou participações em eventos em Londres, Los Angeles, Toronto, Amsterdã, Hong Kong, Carcóvia, Tel Aviv, Turim e Vilna (Lituânia).
A sessão acontece em 26 de julho, quarta-feira, às 20h30, ao ar livre, no Memorial da América Latina (Av. Auro Soares de Moura Andrade 664, Barra Funda, São Paulo), com entrada franca.
O enredo acompanha um jovem que tenta equilibrar seu cotidiano entre o trabalho em uma fábrica de vestuários e encontros casuais com outros homens. O roteiro é assinado por Marcelo Caetano e Gabriel Domingues, com colaboração de Hilton Lacerda.
O filme traz no elenco nomes como Linn da Quebrada e Marcia Pantera, ao lado dos atores Kelner Macedo, que vive o protagonista, Welket Bungué (de “Joaquim”), Ana Flavia Cavalcanti (de “Malhação – Viva a Diferença”), Lucas Andrade (considerado uma revelação de “Corpo Elétrico”), Nash Laila (“Tatuagem”), Georgina Castro (“O Céu de Suely”), Dani Nefussi (“Mãe Só Há Uma”) e Teka Romualdo (“Os Amigos”).
“Corpo Elétrico” entra em cartaz nas salas comerciais em 17 de agosto, já tendo distribuição assegurada na França, Alemanha, Reino Unido e Irlanda.
Segundo a Variety, considerada a bíblia do mundo do entretenimento, trata-se de “um filme caloroso, cujos encantos provocam um brilho prazeroso.”
Contemporâneos
Um dos grandes destaques da mais recente safra da produção argentina está incluído na programação. Trata-se de “O Inverno”, obra inédita no Brasil que consagrou-se no circuito de festivais internacionais, tendo sido premiada em San Sebastián, Havana e Biarritz, entre outros eventos. A história se passa numa fazenda na Patagônia argentina, que recebe um novo grupo de trabalhadores que chegam para participar da temporada de ovelhas. Ao final dos trabalhos, o velho capataz do local é substituído por um dos jovens e a mudança não será fácil para nenhum deles, e cada um à sua maneira deverá encontrar a forma de sobreviver ao inverno que se aproxima. Com presença confirmada em São Paulo, o diretor do filme Emiliano Torres é conhecido como assistente de direção e roteirista em longas-metragens argentinos e rodados na América do Sul e na Europa. Recentemente, seu trabalho se destacou no cinema europeu junto a diretores como Marco Bechis, Miguel Courtois e Emanuele Crialese. “O Inverno” é seu primeiro longa-metragem de ficção como diretor.
A Cumbia Villera é um estilo de cumbia nascida na Argentina na virada do atual milênio e mais tarde popularizada em outros países da América Latina e comunidades latino-americanas fora da região. Ela usa o linguajar das classes mais baixas de Buenos Aires e a maioria das canções são sobre a vida cotidiana nas favelas, fazendo regularmente referências a álcool, drogas, crime, a vida na prisão, sexo, violência e antipatia frente à polícia. O protagonista do filme, inédito no Brasil, “Alta Cumbia” é a história de um fanático pela Cumbia Villera que tem uma barraca de venda de CDs e DVDs piratas e é convidado a produzir um documentário sobre a origem desse movimento musical, incluindo os conflitos entre os produtores, o valor dado ao gênero e a seus músicos, da sua reivindicação como expressão cultural e artística autêntica. Trata-se da estreia no longa-metragem do diretor Cristian Jure, integrante da cena cinematográfica de Córdoba, cidade localizada a 730 km de Buenos Aires onde floresce atualmente o denominado “nuevo cine cordobés”. O cineasta participa da mesa “Cinema da Vela Especial – O Jovem no Cinema Latino-Americano Atual”, agendada para o dia 1º de agosto, terça-feira, às 19h30, no Cinesesc, ao lado do diretor chileno Fernando Guzzoni (de “Jesus”).
Segundo longa-metragem dirigido pelo argentino Nicolás Teté, “Ônix” – também inédito no Brasil – acompanha a viagem de uma mulher e sua mãe para a cidade onde vivem os familiares. Lá, os mais jovens da família passam por um momento fundamental de suas vidas no qual estão todos em crise com o futuro – e ver a família separada não ajuda. Uma tragédia irá uni-los em uma viagem na qual voltam a se conhecer. O trabalho de Naiara Awada, que interpreta a protagonista, valeu a ela o prêmio de melhor atriz no Festival de Chelsea. Natural da cidade de Córdoba, o cineasta Nicolás Teté também tem presença confirmada em São Paulo durante o festival.
Em “A Região Selvagem”, a mais recente obra do diretor mexicano Amat Escalante (do polêmico “Heli”, premiado como melhor direção no Festival de Cannes), uma jovem dona de casa, seus filhos, seu marido e seu irmão enfermeiro têm suas vidas provincianas abaladas com a chegada de uma mulher misteriosa e sexy. Hipocrisia, homofobia e o machismo estão presentes no enredo do filme, que mereceu lançamento no Festival de Toronto e conquistou mais um prêmio de melhor direção para Escalante, desta vez no Festival de Veneza. A obra é inédita em São Paulo. O ator Edén Villavicencio, do elenco do filme, tem presença confirmada no 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.
Grande personalidade do cinema mexicano, María Novaro ficou conhecida com “Danzón” (1991), no Festival de Cannes. Outros de seus filmes são “Lola” (1989), premiado em Berlim, e “Sin Dejar Huella” (2000), laureado no Festival de Sundance. Ela já mereceu retrospectivas em Madri, Monterrey e em Kerala, na Índia. Em “Tesouros”, sua obra mais recente que participa da programação do 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, a diretora elegeu como protagonista uma menina de seis anos. A criança, junto à três amiguinhos – um de seis, um de onze e um de dois anos e meio de idade -, chega a uma comunidade de pescadores na costa mexicana. Juntos com as crianças locais formam uma turma de garotos convencidos de que todos juntos, armados com um tablet, algumas pistas e o mapa correto, podem encontrar um tesouro que foi escondido na região pelo pirata Francis Drake, quatro séculos atrás. Inédito no Brasil, o filme teve estreia internacional no Festival de Berlim deste ano e tem como representantes confirmados em São Paulo a diretora María Novaro e sua assistente Lucero Sanchéz Novaro.
O uruguaio Daniel Hendler é conhecido pelo público brasileiro por suas atuações como protagonista em títulos como “25 Watts” (dos seus conterrâneos Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll) e “O Abraço Partido” (do argentino Daniel Burman). Em breve, ele estará nas telas como parte do elenco da produção brasileira “Severina”, de Felipe Hirsch. Handler também dirige e seu primeiro longa-metragem como diretor, “Norberto Apenas Tarde”, que foi eleito como melhor filme no Festival de Tucumán. Ele traz ao 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo seu segundo longa, ainda inédito no Brasil, “O Candidato”, que focaliza um líder político carismático, brilhante e comprometido. Ou pelo menos essa é a ideia central da campanha que o lançará na disputa eleitoral. Seus assessores, reunidos em sua casa de campo, desenham seu perfil sem descanso, ainda que alguns tenham chegado até ali para acabar com as fantasias do candidato. Vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Miami, filme tem como representante confirmado no festival em São Paulo seu protagonista, o ator Diego de Paula.
O cinema da Costa Rica aumentou sua produção nos últimos dez anos e o recrescimento da qualidade que alcançou tem como marco “Água Fria do Mar”, de Paz Fabrega, que conquistou o prêmio principal no Festival de Roterdã em 2010. Presente na programação em São Paulo este ano, “O Som das Coisas” é mais um título a comprovar a qualidade desta cena costarriquenha. Longa de estreia de Ariel Escalante, focaliza uma enfermeira que domina a adrenalina, controla as emoções, salva vidas. Porém, em sua casa é tudo diferente: há um quarto a desocupar, é preciso encontrar um novo companheiro de apartamento. Entre as aflições de sua tia e o reencontro com um velho amigo, ela vivencia os sons de sempre – a rua, a chuva, os vizinhos distantes. Além de um prêmio especial do júri no Festival da Costa Rica e do prêmio Kommersant Weekend no Festival de Moscou, a obra – que é inédita no Brasil – colheu elogios em eventos internacionais, como os festivais de Biarritz, Panamá, Mar del Plata e Havana. Mariana Murillo Quesada, produtora do filme, acompanha as projeções durante o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.
Onda recente do cinema latino-americano, a cinematografia colombiana tem despertado interesse internacional e revelado novos cineastas. Um desses jovens é Juan Sebastián Mesa, nascido em Medellín, em 1989, que consagrou-se mundialmente na última edição do Festival de Veneza ao conquistar o prêmio do público da Semana da Crítica com seu longa de estreia, “Os Ninguéns”. Inédito no Brasil, o filme aborda amores, ódios, promessas quebradas e cinco irmãos de rua que se conhecem em meio a uma cidade hostil. Os ninguéns, jovens unidos pelo anseio de viajar, encontram na arte de rua e na música um local onde se refugiar e uma oportunidade para escapar. Juan Sebastián Mesa também tem presença confirmada no festival.
O boliviano “Viejo Calavera” se passa em um povoado mineiro do país país. Ali vive um rapaz que perdeu o pai, costuma beber nos karaokês e nas ruas, se metendo frequentemente em encrencas. Quando consegue trabalho numa mina, vai conhecer histórias obscuras sobre seu passado. Inédito em São Paulo, o filme marca a estreia no longa-metragem do diretor Kiro Russo, tendo se transformado no título boliviano mais laureado dos últimos anos: venceu o Festival de Cartagena, tendo conquistado ainda o grande prêmio no IndieLisboa, o prêmio da crítica internacional para produções latino-americanas no Festival do Rio, o prêmio de melhor fotografia no Festival RiverRun (EUA) e menções especiais nos festivais de Locarno e BAFICI de Buenos Aires. Seu produtor, fotógrafo e montador Pablo Paniagua tem presença confirmada em São Paulo.
Três jovens de classe média vivem o verão de um bairro entediante na cidade de Lima, no Peru, e na ânsia de quebrar a rotina e fazer alguma coisa com o tempo, acabam unindo-se a vizinhos errados. Este o enredo de “Wik”, longa-metragem de estreia do cineasta Rodrigo Moreno del Valle, também ele nascido na capital peruana. O filme teve estreia mundial no Festival BAFICI, de Buenos Aires, é inédito no Brasil e tem confirmada a presença em São Paulo do diretor Rodrigo Moreno del Valle.
No venezuelano “Belén”, a cineasta Adriana Vila Guevara investiga a personagem que dá título ao filme. Trata-se de uma mulher simples que guarda os segredos de um som e o poder de sua inspiração. Ela é apresentada como uma sábia guerreira imortal de batalhas cotidianas, mestra e artista do bambu, além de ponte da diáspora afro-americana. O filme é inédito no Brasil, foi vencedor do prêmio do público no Festival CaracasDoc e circulou em eventos na Europa e nos Estados Unidos. Sua diretora é também artista e antropóloga, atuando entre a criação documental e o estudo etnográfico. É ainda cofundadora do laboratório de cinema analógico e independente Crater-Lab e da dupla de cinema expandido Cráter.
Contemporâneos – Foco Chile
Dirigido por Fernando Guzzoni, um dos nomes mais promissores do novo cinema chileno, “Jesus” focaliza um jovem que dança em um grupo de música pop coreana e está em busca de sua identidade. Ele vai envolver-se em um fato irreversível e, em pânico e se sentindo culpado, procura a ajuda de seu pai – mas manter o segredo será uma tarefa cada vez mais complicada. Inédito no Brasil, o filme teve boa acolhida em festivais internacionais, como San Sebastián, Miami, Havana, Toulouse, Toronto, Mar del Plata e Tessalônica. Guzzoni – que tem presença confirmada no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acompanhado pelo ator Alejandro Goic – estreou com “La Colorina” (2008), documentário ganhador do prêmio de melhor filme no Festival de Trieste, na Itália. “Carne de Perro” (2012), seu segundo longa, foi escrito na residência do Festival de Cannes e ganhou mais de 15 prêmios internacionais. O diretor do filme participa do encontro “Cinema da Vela Especial – O Jovem no Cinema Latino-Americano Atual”, agendada para o dia 1º de agosto, terça-feira, às 19h30, no Cinesesc, ao lado do realizador argentino Cristian Jure (de “Alta Cumbia”).
“Más Companhias”, de Claudia Huaiquimilla, acompanha um adolescente que, após cometer mais um delito, é enviado para morar com seu pai no campo, onde faz amizade com um tímido jovem da etnia mapuche. Um conflito político na região e as más relações com seus pais os obrigam a enfrentar juntos os preconceitos que tornam ainda mais difícil sua já complicada adolescência. Vencedor do Festival de Valdívia, o longa-metragem é inédito no Brasil e circulou em eventos como Guadalajara, Toulouse, Gotenburgo e Palm Springs. Como o protagonista da obra, a diretora Huaiquimilla tem origem mapuche e o resgate de suas raízes indígenas e os traumas infantis são temas de seu interesse. O ator Ariel Mateluna, do elenco do filme, tem presença confirmada no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.
Merecedor de prêmio especial do júri por “resultados artísticos excepcionais” no Festival de Roterdã deste ano, o segundo longa-metragem de Niles Atallah “Rei” aborda acontecimentos ocorridos em 1860. Foi quando um aventureiro francês partiu para uma região inóspita no sul do Chile, com o intuito de fundar um reino. Ele obteve aval do chefe indígena da região – mas, ao chegar, descobre que este havia morrido. Sem apoio, é preso pelo governo chileno, que vê no estrangeiro um perigo, e tem que justificar sua viagem para não ser exilado. O diretor Niles Atallah teve seu primeiro longa-metragem, “Lucía” (2010), premiado no Festival de San Sebastián. “Rei” é inédito em São Paulo e já foi premiado nos festivais de Toulouse e FICUNAM – Festival Internacional de Cine UNAM (México). O ator Rodrigo Lisboa, que vive o protagonista do filme, tem presença confirmada em São Paulo, para acompanhar as projeções do filme.
Dos diretores Cristián Jiménez e Alicia Scherson, “Vida em Família” (inédito no Brasil) tem por protagonista um homem de 40 anos, sem trabalho, filhos ou esposa, que fica encarregado de cuidar da casa de um primo distante. Aos poucos, ele se esquece de seu plano original de desfrutar do silêncio e se recuperar da morte de seu pai, ficando cada vez mais fascinado pela casa e a ideia de ter uma família. Adaptada de um conto do escritor Alejandro Zambra (que esteve na FLIP em 2012), a obra esteve na programação de badalados festivais, como Roterdã e Sundance, tende recebido o prêmio de melhor filme no Festival de Miami. Integrante do elenco, a atriz Blanca Lewin acompanha as exibições do filme em São Paulo. O diretor Cristián Jiménez é conhecido por “Ilusões Óticas” (2009) e “Bonsai” (2011), ambos selecionados para o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Já a cineasta Alicia Scherson teve seu “El Futuro” (2013) programado no Festival de Roterdã.
Contemporâneos – Brasil
“Apto 420” acompanha um escritor e jornalista que resolve escrever um almanaque antiproibicionista durante uma seca de maconha na cidade de São Paulo. Enquanto investiga assuntos e histórias relacionadas à maconha, ele e seus amigos tentam conseguir um pouco da erva para aliviar as tensões do dia-a-dia. O filme conta com participações dos atores Henrique Zanoni e Laila Pas, dos compositores e músicos Daniel Groove, Tatá Aeroplano e Rafael Castro, e dos especialistas sobre a maconha e a luta antiproibicionista Henrique Carneiro (historiador e professor da USP), Edward MacRae (antropólogo), Renato Filev (biomédico), Rafael Morato Zanatto (historiador) e Cristiano Maronna (advogado criminalista). O diretor Dellani Lima é também artista visual, músico e ator. Suas obras já integraram mostras e festivais no Brasil e no exterior. Seu primeiro longa-metragem é “Netsplit: Queda de Conexão” (2003). Dirigiu ainda filmes como “Agreste” (2013), “Planeta Escarlate” (2015), “Trago Seu Amor” (2015), “O Tempo Não Existe no Lugar em que Estamos” (2015).
Beto Brant lança duas obras inéditas no festival. “Ilú Obá de Min – Homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra” documenta o desfile do bloco IIú Obá De Min em homenagem à cantora Elza Soares, ocorrido no carnaval de 2016. O bloco adentra as ruas de São Paulo exaltando a cultura afro-brasileira e preservando o patrimônio imaterial, ocupando o espaço urbano com as danças e os cantos em yorubá dos terreiros de Candomblé e de diversas manifestações da cultura negra. O cortejo é uma grande ópera popular de rua comandada pela força dos tambores, proliferando a cultura das nossas antigas tradições africanas.
Já “Zócalo”, codirigido por Carol Quintanilha, focaliza o retorno ao México, após quase 15 anos vivendo fora de seu país, do neólogo Felipe Ehrenberg (que atuou como ator em “Crime Delicado”, de Brant e Renato Ciasca). Ele é convidado para dirigir a grande oferenda do Dia dos Mortos no Zócalo, no centro da Cidade do México. Nesta data, os mortos têm o seu próprio tempo para atender o fio que nos une e que nos tendemos, amorosamente. A Homenagem Beto Brant inclui curtas-metragens de rara circulação e seus longas-metragens, como “Os Matadores” (1997), “O Invasor” (2002) e “Pitanga” (2016, codirigido com Camila Pitanga).
Uma mesa em torno do homenageado está agendada para o dia 29/07, sábado, às 16h00, no Espaço Petrobras de Encontros, localizado no Memorial da América Latina. Dela participam, além de Brant, dois de seus mais frequentes parceiros: o escritor e roteirista Marçal Aquino e o produtor e diretor Renato Ciasca.
O documentarista Marcelo Machado (de “Tropicália”) também apresenta dois trabalhos inéditos. “Música Pelos Poros” mostra um extraordinário elenco de músicos – com trânsito no jazz, música instrumental, tradicional e canção – reunidos em uma fazenda do interior de São Paulo, no Festival Artes Serrinha. O encontro, com artistas vindos de diferentes regiões do Brasil e também da Colômbia, Cabo Verde, Azerbaijão e Coreia do Sul, traz nomes como Benjamim Taubkin, Marcos Suzano, Jacques Morelenbaum, Mayra Andrade, Carlos Malta, Kyungso Park’s, Sahib Pashazadec, Antonio Arnedo, Sacha Amback e Jovi Joviniano. Uma das exibições do filme será na forma de sessão acessível (com audiodescrição, janela de Libras e legendas descritivas), que acontece no dia 29/07, sábado, às 19h00, no Cinesesc. Já em 2/08, quarta-feira, às 19h30, “Música pelos Poros” ganha projeção simultânea em 15 salas do Circuito Spcine de Cinema, em bairros como Aricanduva, Jaçanã e Vila do Sol.
A outra produção de Machado, “Gilberto Mendes e a Música Nova”, traça um perfil afetivo do compositor, regente orquestral, professor e jornalista Gilberto Mendes, tendo como guia o maestro norte-america Jack Fortner, que refletem sobre os caminhos da música de invenção na atualidade. O diretor Marcelo Machado realizou recentemente as séries televisivas “A Verdade de Cada Um” e “Os Sons da Orquestra”.
Diretor de mais de 15 filmes, entre eles “Mataram Meu Irmão”, vencedor do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentário, Cristiano Burlan exibe no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo seu mais recente longa-metragem, “No Vazio da Noite”. O enredo acompanha um homem que, atormentado pelos pensamentos que a insônia lhe provoca, vagueia noite adentro. No elenco estão Henrique Zanoni, Mário Bortolotto, Jean-Claude Bernardet, Gustavo Canovas e Rodrigo Sanches.
Rara produção paraense, “Para Ter Onde Ir” é centrado em três mulheres com diferentes visões sobre a vida e o amor. Elas seguem juntas em uma viagem que parte da cidade rumo à um lugar onde a natureza bruta prevalece. No caminho, os acontecimentos vividos separadamente pelas três revelam as incertezas e os diferentes sentidos daquela viagem para cada uma. Trata-se do primeiro longa-metragem da diretora Jorane Castro, roteirista e diretora formada em cinema pela Universidade de Paris 8 (França) e em roteiro na EICTV (Cuba) que já dirigiu mais de 20 filmes, entre documentários e ficções, exibidos na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e no MoMA de Nova York, entre outros.
Lançado na seção Forum do Festival de Berlim, “Rifle”, tem por protagonista um jovem misterioso que vive com uma família em uma região rural e remota. A tranquilidade da região é afetada quando um rico fazendeiro tenta comprar a pequena propriedade em que vive sua família. O diretor gaúcho Davi Pretto teve seu longa de estreia, “Castanha”, também exibido no Festival de Berlim, além de premiações colhidas no Bafici, de Buenos Aires, Festival do Rio e Festival de Paulínia.
Dirigido por Max Alvim e Mauro di Deus, “Cubajazz” parte da música de jazz dos novos artistas de Cuba para compor uma metáfora de uma vida sem bloqueios geopolíticos. A obra tem depoimentos, shows e cenas da vida cotidiana de Havana e discute, segundo os diretores, “as formas de diálogo, escuta, intercâmbio, resistência e improvisação.” Selecionado para o Festival de Havana de 2016, trata-se da estreia no longa-metragem do diretor de televisão Max Alvim e do publicitário Mauro di Deus.
Protaginizado pelo cineasta baiano Edgard Navarro Filho (de “Eu Me Lembro” e “O Homem que Não Dormia”), “Angelus Novus” é assinado pelo Duo Strangloscope, formado por Cláudia Cárdenas e Rafael Schilchting, e voltado à experimentação, à pesquisa do movimento, do ritmo e da composição com imagens e sons. Aqui, os autores buscam, “na aventura mesma do experimentalismo cinematográfico, um tempo espaço imagem em que o Angelus Novus seja um chamado ao risco e é ruptura com a lógica linear da acachapante contação de histórias críveis.”
Homenagem Beto Brant
Além dos premiados longas-metragens do cineasta, a Homenagem Beto Brant exibe curtas-metragens do diretor de rara circulação. Este é o caso de “Manifesto Makumbacyber” (2012), um registra de espetáculo multimídia, concebido pela atriz, cantora e poetisa Elisa Lucinda; “Kreuko” (2011, codireção de Cisco Vasques, episódio do longa-metragem “Mundo Invisível”, produzido para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo), no qual o protagonista decide que vai deixar a loucura tomar conta de si durante uma seção de quimioterapia e começa a narrar versões pervertidas das cenas de peças de William Shakespeare; e “Apocalipstick, Dias Finais” (2014, direção de Carol Quintanilha, com produção de Beto Brant), que acompanha os dias finais da preparação para a exposição de Felipe Ehrenberg que ocorreu na galeria Baró, em São Paulo – alí, em meio a conversas, destaca-se o relato emocional de sua experiência durante os acontecimentos decorrentes do terremoto ocorrido no México em 1985.
“Crime Delicado” (2005), vencedor da Première Brasil do Festival do Rio, apresenta uma modelo brasileira (vivida por Lilian Taublib), desinibida e atraente, que é portadora de deficiência física e se envolve com um pintor mais velho (Felipe Ehrenberg), causando ciúmes em um respeitado crítico de teatro (Marco Ricca), a quem acusa de agressão sexual.
Codirigido com Renato Cisca, “Cão Sem Dono” (2007) foi e leito melhor filme no festival Cine PE e revelou nacionalmente os atores Júlio Andrade e Tainá Müller. Baseado em livro de Daniel Galera, narra o encontro entre um jovem desmotivado e uma aspirante a modelo, bela e cheia de planos e sonhos.
Completam a programação oito longas-metragens de Beto Brant. “Os Matadores” (1997), sua estreia no formato, tem no elenco Chico Diaz, Murílio Benício, Wolney Assis e Maria Padilha. Sobre os conflitos entre dois matadores da divisa do Brasil e o Paraguai, a obra foi premiada no Festival de Gramado.
“Ação Entre Amigos” (1998) se passa 25 anos após o fim da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), quando quatro ex-guerrilheiros se reúnem para justiçar o homem que os torturou na década de 1970. Com Leonardo Villar, Helio Lahal e Zécarlos Machado no elenco, a produção foi premiada no Festival Internacional de Chicago.
Grande vencedor da competição latino-americana do prestigioso Sundance Festival, “O Invasor” (2001) focaliza um matador de aluguel contratado por donos de uma empreiteira para eliminar um terceiro sócio. O filme traz o músico Paulo Miklos no papel-título, acompanhado no elenco por Marco Ricca, Alexandre Borges, Mariana Ximenes e Malu Mader.
Protagonizado por Marina Previato e Gustavo Machado, comtando com participação de Gero Camilo, “A Amor Segundo B. Schianberg” (2009) utiliza a experimentação interativa com o espectador para vivenciar a construção do amor na convivência entre uma videoartista e um ator durante três semanas num apartamento. Nele, tudo pode ser encenação – ou não.
“Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios” (2011) conta também com codireção de Renato Ciasca e traz a atriz Camila Pitanga vivendo uma bela mulher do interior do Pará tornada o centro de um triângulo amoroso, que inclui um fotógrafo paulista e um pastor. Eleito como o melhor filme brasileiro na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, a obra conquistou ainda o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio e de melhor filme no Festival de Huelva.
Dirigido por Beto Brant e pela atriz Camila Pitanga, “Pitanga” (2016) investiga o percurso estético, político e existencial de Antônio Pitanga. Ele foi ator de destaque em alguns dos momentos de maior inquietação artística do cinema brasileiro, tendo sido dirigido por nomes como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Walter Lima Jr. Entre seus diversos trabalhos para a televisão, estão novelas como “O Rei do Gado e “O Clone”.
Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilect
“15° Lá Fora” (Brasil), produção da PUC-Rio dirigida por Francisco Barbosa, observa as cotidianas desventuras de seis adolescentes durante um dia frio no Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa.
Em “A Raiva de Clara”, de Michelle Garza (CCC, México), a protagonista, depois de ser atacada por um cão raivoso, fica durante um tempo presa em casa com sua família. Mas seu desejo de liberdade será maior do que o perigo que o lado de fora representa. O curta-metragem participou de festivais nos Estados Unidos, Itália, Índia, México, República Tcheca, Polônia, Canadá e Turquia.
“Abdução”, de Antonio Ayala (UNAM, México), focaliza um garoto cuja mãe foi abduzida por extraterrestres. Percebendo tanta maldade no mundo, ele também quer ser abduzido e segue as pistas dos coelhos roxos.
A animação “Alergia”, de Juan Manuel Galvis Zuñiga (UBA, Argentina) traz um homem mergulhado na desfragmentação industrial de seu corpo que reage de forma mística ao encontro com um bruxo africano. Um ritual com dança, fumaça e linguagem encriptada o fará intuir a origem de sua alergia.
O delicado “Aos Seus Olhos”, de Vanessa Guala (ECU, Uruguai) gira em torno de uma adolescente que, certo dia, ao sair da escola, vê um homem que lhe parece extremamente atraente. Apesar de entre eles ocorrer uma tensa troca de olhares, esse homem misterioso vai revelar-se uma surpresa frustrante.
“As Acácias”, de Santiago Vargas (EYCTV, Colômbia) focaliza um camponês solitário que continua a trabalhar sua terra em meio ao conflito armado colombiano, do qual se torna vítima direta ao descobrir que sua filha não estava desaparecida, mas sim pertencia a um grupo armado ilegal.
A animação da costarriquenha Universidad Veritas “Aurelio” tem como diretores Allen Rojas, Diego Somarribas e Fabián Cortés. O enredo aborda um típico trabalhador de classe média oprimido pelo cotidiano e pela rotina: ele acorda com o som de seu despertador e se prepara para o trabalho; no escritório, o ambiente é formal, frio e monótono; a volta para casa à noite o encontra saturado e sem tempo para mais nada. No dia seguinte é tudo igual.
A protagonista de “Australia”, de Rodrigo Ruiz Patterson (CCC, México), é uma mulher de 40 anos obcecada em engravidar. Depois de fracassar na última tentativa, seus vizinhos voltam do hospital com seu bebê recém-nascido. Quando estão ausentes, Helena entra na casa, rouba a babá eletrônica e passa a escutar o que acontece na casa ao lado.
Outra animação da Universid Veritas, da Costa Rica, “Below 0º” focaliza um meteorologista que narra sua experiência no Ártico através de uma gravação de voz. Sua vida está vinculada, física e espiritualmente, à natureza. O filme é dirigido pela dupla Itai Hagage e Jonathan Gómez.
“Besta” (Universidad de Guadalajara, México), de José Luis Permar, se passa em uma cidade no estado de Jalisco, México, onde vigora um toque de recolher ordenado pelos traficantes de drogas da região. Um homem deprimido e asfixiado por seus medos e suas ansiedades sai de casa para fugir das constantes lembranças de seus fracassos. Vagando por becos escuros, olha para os demônios da cidade, até encontrá-los.
No sensível “Business” (UCINE, Argentina), de Malena Vain, uma garota, com seu violão, se reúne com o pai em um hotel. Ele é um executivo visitando a Argentina, seu país natal. Ela acaba de tocar em um show. A noite cai entre as quatro paredes, até que o sol nasce novamente. O filme percorreu prestigiosos eventos internacionais, como o Festival de Cannes.
“Cariri Seco” (PUC-Rio, Brasil), de Luiz Godinho, se passa em 1925, quando o padre Cícero Romão encontra o cangaceiro Lampião a fim de firmarem uma aliança que possa barrar a ameaça da Coluna Prestes a Juazeiro do Norte, no Ceará.
“Chike” (ENERC, Argentina), de Lucía Ravanelli, mostra de forma delicada como a adolescência é muitas vezes um caminho tortuoso e solitário. Suas duas protagonistas se encontram para experimentar seus desejos, determinações e medos, vivendo momentos fugazes porém decisivos.
“Dano Moral” (ENERC, Argentina), de Gonzalo Bazillo, coloca a questão: é possível reparar a perda de um ente querido com o dinheiro? Depois da indenização pela morte de sua esposa, a única coisa que mantém vivo o protagonista do curta-metragem, é a possibilidade de se vingar do motorista que a atropelou e fugiu.
Em “Dear Renzo” (UCINE, Argentina), de Agostina Galvez e Francisco Lezama, dois jovens argentinos se conhecem por acaso em Nova York. Renzo quer estudar, mas não domina o idioma inglês. Mariana, supersticiosa e distraída, tem um pêndulo nas mãos e o utiliza para decifrar o destino. Ela acha oportuno perguntar à peça de metal o destino que cabe a Renzo.
Produção da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, “Deus”, de Vinícius Silva, acompanhando a rotina de Roseli para expor adversidades impregnadas no dia a dia de mulheres negras da periferia da cidade de São Paulo.
“Dias de Ira” (Universidade Federal da Paraíba, Brasil), de Wagner Ramos, percorre as manifestações a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e investiga o sentimento de ódio expresso nos rostos, gestos, cartazes e depoimentos dos manifestantes. O filme mostra como a luta de classes e o preconceito das elites, amparados por uma ferrenha campanha da grande mídia, afloram nos discursos.
“Diva” (ECA-USP, Brasil), de Clara Bastos, focaliza uma jovem que se aproxima das drag queens que habitam uma pensão da cidade de São Paulo. Com participação da famosa drag queen Márcia Pantera no elenco, o filme foi selecionado para duas dezenas de festivais, tendo sido contemplado como melhor curta-metragem pelos júris oficial e popular na mostra universitária do Circuito Penedo de Cinema e merecido menção honrosa pela trilha sonora no 4º Festival Audiovisual de Belém.
Celeste, a protagonista de “Dois, Uma Noite” (UBA, Argentina), de Franco J. Albertti, acaba de se separar de seu namorado de longa data e passa a morar sozinha pela primeira vez. Ela precisa aprender a viver consigo mesma, mas o vazio que sente é insuportável, até que um insólito encontro mostra a ela uma maneira diferente de ver a vida.
Em “Emma” (ECU, Uruguai), de Clara Lezama, uma jovem chega a um hotel fugindo de alguma coisa. Mas, longe de conseguir um esconderijo, tudo o que acontece nesse local só faz aumentar sua paranoia.
“Entre os Ombros” (Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, Brasil), de Carolina Castilho, focaliza uma adolescente hermafrodita que sofre pressão de sua mãe para realizar a cirurgia de resignação sexual.
Já “Evaporação” (UNAM, México), de Indra Villaseñor Amador, acompanha duas amigas que visitam uma sauna feminina. A atmosfera quente e seus corpos nus provocam nelas um despertar sexual lésbico.
No divertido “Herói Urbano” (ENERC, Argentina), de Fererico Rodríguez, um pizzaiolo está apaixonado por Elisa, mas um mundo de delinquentes e cafetões os separa. Com o que aprende com a pessoa mais improvável, ele irá se transformar em herói e recuperar sua amada.
“Indelével” (CCC, México), de Carla Larrea, se passa na festa de despedida de um rapaz, quando ele acaba flertando com sua melhor amiga. No final da noite, ela o rejeita. Ele não consegue se conter e abusa dela.
“Interstício” (INCINE, Equador), de Maryoly Ibarra, localiza-se em uma sociedade futura, quando foi encontrada a cura para a morte. Corre então a notícias sobre a fuga de uma prisioneira e suas intenções de se suicidar.
Em “Letargia” (EYCTV, Colômbia), de Carlos Velandia, dois ex-amantes começam a se corresponder para lembrar do passado, superar os danos que causaram um ao outro e recuperar sua habilidade de sentir.
“Lugar para Ninguém” (Anhembi-Morumbi, Brasil), de Fabiana Carlucci, focaliza uma mulher trans que retorna, após dez anos presa, a uma a uma inóspita cidade e às lembranças de sua história de amor.
Na comédia de humor negro “Melhores Amigas” (ECU, Uruguai), de Martín de Benedetti, duas simpáticas idosas se encontram todos os dias para tomar chá. Mas uma delas esconde intenções obscuras e um passado cheio de rancor.
“O Brilho de Teus Olhos se Extinguirá Com a Obscuridade do Mundo” (UNAM, México), de Pepe Gutiérrez, aborda o paradoxo da falta de luz para perceber as coisas em um campo no verão. O som de um dia típico é misturado com as vozes de pessoas descontentes que rejeitam a violência no país onde nasceram. Crise, narcotráfico, crueldade, assassinato, imagens violentas na mídia de massa: a ingenuidade da infância é submetido pela violência. O filme conquistou o prêmio de melhor curta-metragem no Festival del Puerto, México.
Em “O Chá do General” (FAAP, Brasil), de Bob Yang, um general aposentado chinês recebe a inesperada visita de seu neto.
Na animação “Oceano” (ECA-USP, Brasil), de Renato Duque, cinco amigos que têm superpoderes mas não são super-heróis, passam um final de semana na praia. Lá, Luna vê alguém se afogando no mar e passa a se questionar se existiria algo certo a se fazer com os poderes que lhe foram dados.
“Onde o Céu Acerta seus Ponteiros” (Academia Internacional de Cinema, Brasil), de Marco Aurélio Paiva, focaliza Tomás, cuja vida perdeu a cor depois da morte de sua mãe e tudo é em preto e branco. Os dias mudam depois que conhece Gabriel, um fotógrafo que o ajuda a enxergar outras cores.
“Os Dias Felizes” (UCINE, Argentina), de Agostina Guala, mostra um casal que resolve passar o dia em um lago com seus quatro filhos. Absortos em suas diferenças, nenhum dos dois percebe a ausência de uma de suas filhas. Começa então uma busca desesperada.
O documentário “Pa’l Monte” (EYCTV, Colômbia), de Catalina Cortés Carvajal, focaliza dois irmãos que – após anos de separação em consequência dos conflitos armados que assolaram a Colômbia – conseguem acesso a um programa do governo que promete melhor qualidade de vida. Porém, passados quase quatro anos depois de sua restituição, não conseguiram ainda retornar ao lugar do qual foram expulsos.
Em “Pacgirl” (UIA, México), de Jaime Javier Peña Garcia, um homem começa a notar, depois de uma visita ao psiquiatra, que sua filha está se transformando em uma espécie de versão feminina do famoso jogo Pacman.
“Partes Privadas” (UIA, México), de Isabel Ortega, se passa em uma escola para meninas. Lá há aulas de educação sexual, mas o curso é cheio de informações enganosas, julgamentos e tabus. A realidade das garotas contrasta com o aprendizado na sala de aula.
“Pontilhismo” (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil) utiliza a técnica de pontilhismo usada nas pinturas do impressionismo francês para criar imagens que buscam compor uma forma através de pontos luminosos em movimento. Segundo o diretor do curta, Eduardo Ceron, trata-se de um diálogo entre cinema e pintura, no qual ocorre “uma suspensão do espaço que permite um novo olhar sobre o real”.
“Por Conta da Casa” (PUC-RS, Brasil), de Flávio Costa, mostra quatro homens em uma mesa de restaurante. Ali existem mais segredos do que copos vazios, além de trapaças, corrupção e um assassino. Em um vaivém de diálogos absurdos, a banalidade e a violência se encontram.
No tecnicamente apurado “Prisão de Cores” (INCINE, Equador), de Daniel Reasco, um homem preso em um mundo em preto e branco, consumido pela necessidade de produzir dinheiro, descobre as cores. Ele tentará escapar de sua vida monótona através das cores, mas não será o que ele esperava.
“Refil” (INCINE, Equador), de Isabel Fernandez, apresenta andamento dinâmico e tem como protagonista um funcionário de uma cafeteria não está de acordo com a promoção na qual o cliente compra um copo e o completa quantas vezes quiser. Ele mora com sua companheira de trabalho, mas eles nunca formalizaram nada. Um dia, ele recebe uma mensagem dela dizendo que precisam conversar.
O documentário “REP Game” (PUC-Rio, Brasil), de Bernardo Izecksohn, traz um grupo de MCs da cena rap underground carioca e sua luta para alcançar o sucesso e o reconhecimento com suas músicas autoproduzidas.
“Sair” (UBA, Argentina), de Lautaro Sostillo e Matías González, se passa na noite de Buenos Aires. Um rapaz sai à procura de diversão e conhece duas garotas estrangeiras. Entre luzes e música eletrônica, a cidade irá cobrar outra intensidade.
No divertido “Seja Bem-Vindo!” (ECA-USP, Brasil), de Lucas Piloto, um bebê de seis meses não quer comer em um almoço de Dia das Mães. Toda a família vai se digladiar para alimentá-lo.
Vencedor do prêmio do público no Festival Internacional de Escuelas de Cine (Uruguai), “Talvez Amanhã” (EICTV, Cuba), de David Beltran i Mari, gira em torno de um rapaz, que é testemunha muda das constantes discussões de seus avós com sua mãe, por causa do novo namorado dela. Uma noite, o avô expulsa a filha de casa. Na manhã seguinte, para surpresa do rapaz, sua mãe foi embora. A solidão causada por sua ausência pesa sobre ele.
“Tempos Difíceis” (Universidad Veritas, Costa Rica), de Adrián Madrigal, mostra uma escritora com bloqueio criativo. Um padre amante da música clássica e da palavra de Deus acaba de se mudar para o quarto ao lado. O encontro dos dois vai ter consequências…
O documentário “Tierra Blanca” (Universidad de Guadalajara, México), de Gonzalo Robles Sanzur e Javier Palacios Ahumada, acompanha dois jovens urbanos que vão a um povoado em Sierra Madre Ocidental, México. Ali, um jovem da etnia Wixa, cujo pai é xamã, sonha em estudar medicina e voltar para ajudar – apesar das ressalvas de seus irmãos, que são prova viva de que a situação econômica é difícil.
DocTV Latinoamerica
“1, 2, 3… Dançar!” (Nicarágua), do documentarista José Wheelock, focaliza uma improvisada escola, onde crianças com necessidades especiais dão pequenos passos de dança que se convertem em grandes saltos para suas vidas. Ao mesmo tempo, Inés e Domingo se vestem com capricho – é dia de dançar na Casa do Operário.
“A Felicidade do Som” (Panamá) promove um mapeamento sonoro imaginário de três personagens: um bombeiro que nunca teve que apagar um incêndio, um operador de rádio numa embarcação do Greenpeace e uma cega de nascimento. A rota estabelecida percorre suas esperanças, solidão e silêncios. A diretora do documentário, Ana Endara, é autora de dois longas-metragens: “Curundú” (2007), selecionado para o Festival de Biarritz, e “Reinas” (2013), premiado no Festival do Panamá.
“A Mulher Maravilha sobre Rodas” (Porto Rico), de Omar Camilo Ramos, trata de um fato inusitado, quando uma escritora decide convocar 12 mil pessoas para realizar o maior abraço do mundo, a fim de quebrar um recorde. O prêmio a ajudará a obter a cadeira de rodas que precisa para alcançar sua independência e livrar-se de uma dor física causada por sua condição de paralisia cerebral. No caminho, busca conectar-se emocionalmente com a maior quantidade de pessoas para que, por meio do seu depoimento, se motivem a se livrar de suas barreiras mentais.
“A Sombra do Naranjo” (Costa Rica), de Oscar Herrera e Patricia Velásquez, faz uma reflexão sobre a velhice, a doença e as relações familiares por meio da história de Oscar Naranjo. Ele sempre foi o suporte de sua família, mas depois de um derrame cerebral, sua vida (e de seus familiares) mudou radicalmente.
“Desarmamento” (Argentina), de Hernán Fernández, focaliza a família Mercenac, que há uma década perdeu seu filho, assassinado por um serial killer. Essa perda os transformou, mergulhando-os em uma luta constante pela regulamentação e controle do uso de armas por civis, tendo que enfrentar fabricantes de armas poderosos e estruturas atrofiadas do Estado argentino.
“Diários Guaranis” (Paraguai) é um ensaio documental que parte dos registros sonoros e fotográficos do jesuíta Tomeu Melià, bem como de seus diários, para acompanhar as dúvidas, certezas e contradições no olhar do sacerdote que experimentou a vida em uma pequena comunidade indígena Mby’a-Guarani, no Paraguai, entre 1969 e 1973. O diretor da obra, Marcelo Martinessi, possui destaca carreira no curta-metragem, já tendo participado dos festivais de Berlim, Clermont-Ferrand, Huesca e Guadalajara.
Em “Entre Surras e Risadas” (Peru), de Nelson García Miranda, um policial guarda um nariz vermelho em seu uniforme, enquanto um palhaço esconde uma pistola entre suas roupas. Um envolvido com a legalidade e a ordem; o outro, com a surpresa e a risada. Esses dois polos opostos se unem num sonho: o circo policial. O diretor García Miranda é importante nome no cinema peruano, tendo sido crítico, autor de livros sobre a cinematografia de seu país, roteirista e realizador de premiados curtas-metragens.
“Jogo de Fogo” (Guatemala), de Hugo Koper, acompanha dois jovens indígenas que poupam dinheiro para comprar um “diabo pirotécnico” e viajar ao povoado de Sololá (Guatemala) para participarem do “El Tabal”, festa pagã-cristã na qual se queima o diabo com fogo e pirotecnia. Na viagem, descobrem que a simbologia e energia do fogo tem diferentes significados para cada pessoa.
“O Lugar dos Olhares” (República Dominicana), de Natalia Cabral e Oriol Estrada, aponta a câmera para uma paisagem virgem de montanhas e litoral rochoso que rapidamente se transformará num conjunto de casas com campos de golfe, piscinas e praias artificiais. Os pescadores se tornarão operários que construirão, justo ao lado de sua comunidade, a busca pela felicidade de seus futuros vizinhos. A dupla de diretores Cabral e Estrada teve seu primeiro longa-metragem, “Tú y Yo” (2014), prêmios nos festivais de Cartagena, Havana e Trindade & Tobago.
“O Ocaso dos Deuses” (México), de Carlos Mignon, retrata irmãs que tentam se reaproximar e reconstruir sua relação, apesar das velhas mágoas e de um câncer terminal que toma conta da mais nova. Trata-se de um confronto dos conceitos de irmandade e de mortalidade. Carlos Mignon é codiretor do longa-metragem “Parque Lenin” (2015), exibido em 2016 no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo e premiado no Festival de Moscou.
“Os de Sempre” (Uruguai) se passa em um bairro muito humilde e conflituado de Montevidéu, onde um grupo de moradores se uniu há vários anos para formar um coral. Muitos dos integrantes têm ao redor de 70 anos e o coral é um espaço comum para conhecer outras pessoas e lugares e se vincular a eles. Depois dos ensaios ou das atuações em diferentes lugares, seus integrantes sempre têm que voltar à realidade cotidiana. O diretor do documentário, José Pedro Charlo, assina ainda os longas-metragens “Héctor el Tejedor” (2000), “A las Cinco en Punto” (2004), “El Círculo” (2008) e “El Almanaque” (2014).
O brasileiro “Pássaro Preto”, de Maria Pereira, focaliza crianças que cumprem sentença nos centros penitenciários brasileiros. Com máscaras feitas por suas próprias mãos, em um processo criativo provocado pela equipe de filmagem para garantir e preservar sua identidade, as crianças contam suas histórias de vida e seus sonhos.
“Semeadores de Água” (Venezuela), de Mohamed Hussain, observa, por meio de rituais ancestrais de magia, a luta de Ligia Parra pela proteção das nascentes de água nos Andes venezuelanos. Ela é a metáfora de como a força da união da comunidade e da fé consegue dar vida ao líquido vital.
“Sete Muros” (Equador), de Daniel Yépez Brito, explora o significado dos muros: os da vizinhança, os da casa, os da própria mente. Depois de 20 anos morando na mesma casa na cidade de Quito, capital do Equador, o diretor do filme decide se mudar. Percebe, no entanto, que nunca conheceu nenhum de seus vizinhos e, antes de ir embora, resolve explorar a vida de cada um deles, descobrindo a importância de romper o seu próprio muro para poder entrar na vida do “outro”.
“Uma Banda de Oruro” (Bolívia), de Soledad Domínguez, mostra como os músicos de uma banda militar ganham a vida tocando em festas folclóricas. O descontentamento dos músicos com sua situação econômica e com o regente da banda são o ponto de partida dessa reflexão sobre a vida cotidiana, que os obriga a resistir e debochar dos dilemas de sua pobreza.
“Vogulys” (Colômbia), de Lukas Jaramillo Ortiz, aborda a mais antiga agência de casamentos da América Latina, que já uniu 10 mil casais em 50 anos de atividade. Atualmente, devido aos sites de encontro e aos novos relacionamentos, a agência está em crise e seu diretor decide fazer um filme para ajudar a salvar a empresa.
Latininhos
Adaptado da famosa série televisiva brasileira “Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme” (Brasil, 1999) conta a história de um aprendiz de feiticeiro que, apesar de seus 300 anos de vida, tem a aparência e o espírito de um garoto. Sua família aguarda o alinhamento dos planetas para fortalecer seus poderes.
Em “Cantando de Galo” (México, 2015), Toto é o menor galo na fazenda onde nasceu. Mas seu sonho é ser um grande líder. Agora, ele e seus amigos devem impedir que um fazendeiro destrua o seu lar, sendo preciso buscar um treinador para defendê-los.
Já “Pitanga” (Brasil, 2016) investiga o percurso estético, político e existencial do ator Antônio Pitanga. Entre seus diversos trabalhos para a televisão estão novelas como “O Rei do Gado e “O Clone”.
“Dominguinhos” (Brasil, 2014) traça um retrato do sanfoneiro, cantor e compositor Dominguinhos (1941 – 2013), discípulo de Luiz Gonzaga e autor de sucessos como “Eu Só Quero um Xodó”, “Gostoso Demais”, “De Volta Pro Aconchego” e “Lamento Sertanejo”. Através de depoimentos e imagens de arquivo, sua história se multiplica em sons, versos e beleza.
Encontros, debates e oficina
A primeira mesa discute o longa-metragem de abertura do festival, o brasileiro “Corpo Elétrico”. Com presença do diretor Marcelo Caetano, equipe e elenco do filme, ela acontece no dia 27/07, quinta-feira, às 11h00, no espaço PETROBRAS de encontros, localizado no Memorial da América Latina.
No dia 29/07, sábado, às 11h00, no Cinesesc, tem lugar o encontro “cinema. novos dispositivos. imagens e comportamentos.”, reunindo o antropólogo, etnógrafo e escritor italiano Massimo Canevacci e o artista multimídia brasileiro Tadeu Jungle. A mediação é do artista, curador e professor brasileiro Marcus Bastos.
No mesmo dia, às 16h00, no espaço PETROBRAS de encontros (Memorial da América Latina) é a vez da mesa “Homenagem Beto Brant”. Delaq participam Beto Brant, o grande homenageado desta edição do festival, ao lado de seus mais fiéis colaboradores: o escritor e rotreiristya Marçal Aquino e o produtor e cineasta Renato Ciasca.
Uma edição especial do tradicional projeto Cinema da Vela, do Cinesesc, acontece no dia 1º/08, terça-feira, às 19h30. Intitulado “O Jovem no Cinema Latino-Americano Atual”, nele estão reunidos o cineasta argentino Cristian Jure (de “Alta Cumbia”) e o diretor chileno Fernando Guzzoni (de “Jesus”). A mediação é do jornalista brasileiro Ivan Finotti.
Já no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo o cineasta Marcelo Caetano ministra o curso “Filmando Corpos Queer: Os Gestos da Direção, os Gatilhos da Criação”, que acontece nos dias 1º e 2 de agosto, terça e quarta-feira, das 14h00 às 18h00. As inscrições são feitas pelo endereço centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br.
Feira Gastronômica Latino-Americana
No final de semana dos dias 29 e 30/07 acontece na Praça Cívica do Memorial da América Latina a Feira Gastronômica Latino-Americana. Das 10h00 às 21h00, cerca de 40 expositores servirão comidas típicas de diversos países da região, como Bolívia, Chile, Colômbia, México e Venezuela.
Entre as atrações culinárias estão salteñas bolivianas, tacos, arepas, empanadas, choripán, burritos e quesadillas.
Serviço
12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo
http://www.festlatinosp.com.br/
https://www.facebook.com/festlatinosp
26 de julho a 2 de agosto de 2016
abertura: 26 de julho de 2016, quarta-feira, às 20h30, no Memorial da América Latina
locais
Memorial da América Latina (Praça Cívica, Biblioteca Latino-Americana e espaço PETROBRAS de encontros), Cinesesc, Instituto CPFL, Circuito Spcine Olido, Circuito Spcine Paulo Emílio, Circuito Spcine Lima Barreto, Circuito Spcine Cidade Tiradentes, Circuito Spcine Roberto Santos, Circuito Spcine Aricanduva, Circuito Spcine Butantã, Circuito Spcine Caminho do Mar, Circuito Spcine Fetiço da Vila, Circuito Spcine Jaçanã, Circuito Spcine Jambeiro, Circuito Spcine Meninos, Circuito Spcine Parque Veredas, Circuito Spcine Paz, Circuito Spcine Perus, Circuito Spcine Quinta do Sol, Circuito Spcine São Rafael, Circuito Spcine Tres Lagos, Circuito Spcine Vila Atlântida, Circuito Spcine Vila do Sol e Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo
realização
Memorial da América Latina / Secretaria de Estado da Cultura e Associação do Audiovisual
iniciativa
Ministério da Cultura / Lei Federal de Incentivo à Cultura
patrocínio
Petrobras, Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo e Imprensa Oficial
correalização
Sesc São Paulo, Instituto CPFL e Spcine
apoio cultural
Consulado Geral da República da Argentina, Consulado Geral do México em São Paulo, Consulado Geral do Chile em São Paulo e Canal Brasil
apoio
Ciba-Cilect, Hotel Paulista Wall Street, Estúdios Quanta e CDN Comunicação